Mesmo após acumular ganhos de mais de 3% na semana passada, o Ibovespa não dá sinais de cansaço nesta segunda-feira (6): o principal índice da bolsa brasileira avança quase 2% e já se aproxima dos 99 mil pontos, acompanhando o tom mais positivo visto nos mercados globais.
Por volta de 15h40, o Ibovespa subia 1,73%, aos 98.443,70 pontos, andando lado a lado com as principais bolsas do mundo: na Europa, as praças mais relevantes avançaram entre 1% e 2%; nos EUA, o Dow Jones (+1,47%), o S&P 500 (+1,34%) e o Nasdaq (+1,93%) abriram em alta firme.
No câmbio, por outro lado, a sessão é mais pressionada: o dólar à vista até chegou a cair 1,04% logo depois da abertura, indo aos R$ 5,2696, mas, agora, avança 0,43%, a R$ 5,3413.
- Eu gravei um vídeo para explicar um pouco melhor a dinâmica por trás dos mercados neste início de semana. Veja abaixo:
Boa parte do otimismo na bolsa se deve à disparada dos mercados de ações da Ásia, com destaque para os índices da China, que tiveram ganhos de mais de 4% nesta segunda-feira. Mais cedo, o jornal estatal China Securities afirmou que um 'bull market' saudável era importante para a recuperação da economia — o que foi entendido como um sinal de que o governo de Pequim quer usar todas as vias para estimular o crescimento do país.
Essa percepção se sobrepõe às tensões relacionadas a uma eventual segunda onda do coronavírus no mundo, diminuindo a percepção de risco dos investidores globais — e, consequentemente, dando força às bolsas do mundo.
O bom humor global, inclusive, põe a instabilidade doméstica em segundo plano: declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que o governo estuda taxar dividendos, são ofuscadas pelo cenário mais otimista visto no exterior e não geram grandes turbulências na bolsa brasileira.
Tal positividade, contudo, não contagia o mercado de câmbio, que continua mostrando um viés mais cauteloso: o dólar à vista ainda é usado como ativo de proteção, já que, apesar dos ganhos nas bolsas globais, ainda há inúmeros fatores de risco no horizonte.
No mercado de juros futuros, o tom é de ligeira prudência: as curvas mais líquidas operam em alta nesta manhã, tanto na ponta curta quanto na longa — esse movimento de correção, contudo, não representa uma mudança drástica na visão dos investidores, que continuam enxergando um cenário de Selic baixa por um período prolongado:
- Janeiro/2021: de 2,07% para 2,08%;
- Janeiro/2022: de 2,87% para 2,89%;
- Janeiro/2023: de 3,97% para 3,99%;
- Janeiro/2025: de 5,56% para 5,53%.
Noticiário intenso
Ações de duas empresas reagem ao noticiário corporativo agitado dos últimos dias: Bradesco ON (BBDC3) dispara 5,87% e Bradesco PN (BBDC4) sobe 5,34%, com os investidores enxergando com bons olhos a possibilidade de compra de uma fatia do C6 Bank, conforme informado pelo jornal O Globo no fim de semana.
O setor bancário como um todo vai bem nesta segunda-feira: Itaú Unibanco PN (ITUB4) avança 4,04%, Banco do Brasil ON (BBAS3) tem alta de 3,22% e Santander Brasil units (SANB11) tem valorização de 4,04% — um desempenho setorial que ajuda a impulsionar o Ibovespa.
Ainda no front corporativo, atenção para Lojas Americanas PN (LAME4), em alta de 4,16% após confirmar uma oferta de ações que poderá movimentar R$ 7 bilhões — a ideia é usar os recursos captados para investir em seu braço digital, capitalizar a B2W e otimizar sua estrutura de capital.
Top 5
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
BTOW3 | B2W ON | 116,45 | +6,97% |
QUAL3 | Qualicorp ON | 30,50 | +6,64% |
CVCB3 | CVC ON | 21,01 | +6,60% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | 32,94 | +6,26% |
COGN3 | Cogna ON | 7,55 | +4,86% |
Veja também as cinco maiores baixas do dia:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
EGIE3 | Engie ON | 44,25 | -1,78% |
IRBR3 | IRB ON | 9,54 | -1,45% |
EQTL3 | Equatorial ON | 23,90 | -1,40% |
KLBN11 | Klabin units | 20,58 | -1,39% |
ENBR3 | Energias do Brasil ON | 17,91 | -1,32% |