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Dólar sobe a R$ 5,68 e Ibovespa fica estável; Copom, política e coronavírus trazem cautela

Selo Mercados AGORA Ibovespa dólar

Os investidores domésticos assumem um tom mais prudente nesta quarta-feira (6), evitando tomar riscos desnecessários nos mercados em meio aos diversos fatores de risco que aparecem no horizonte. Nesse cenário, o Ibovespa flutua perto do zero a zero e o dólar à vista continua sob pressão.

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Por volta de 16h10, o principal índice da bolsa brasileira tinha leve alta de 0,03%, aos 79.496,68 pontos — lá fora, o Dow Jones (-0,12%) e o S&P 500 (+0,07%) também têm um dia de movimentações tímidas.

No câmbio, o dólar à vista continua avançando e se aproximando das máximas: no mesmo horário, subia 1,71%, a R$ 5,6879 — o dia é de valorização da moeda americana em relação às demais divisas de países emergentes.

Esse tom mais cauteloso visto por aqui se deve ao panorama doméstico cheio de incertezas. Uma enorme nuvem de dúvidas paira sobre Brasília, considerando a deterioração nas relações entre governo e Congresso e os desdobramentos do depoimento do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

À Polícia Federal de Curitiba, Moro voltou a afirmar que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir diretamente em seu trabalho, pedindo especificamente pelo controle da superintendência da PF no Rio de Janeiro. No mercado, a leitura foi a de que apesar de o depoimento não trazer elementos bombásticos, ele certamente traz mais tensão à cena política.

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Assim, qualquer movimentação por parte do governo — através de entrevistas ou de pronunciamentos oficiais do presidente Bolsonaro — pode mexer com o rumo das negociações. Manifestações de lideranças no Congresso também têm força para afetar o Ibovespa e o dólar.

Ainda em Brasília, o mercado segue preocupado com os rumos do ajuste fiscal, já que a Câmara aprovou ontem o auxílio financeiro emergencial para Estados e municípios, no montante de R$ 125 bilhões. O texto, agora, volta para o Senado.

Elementos preocupantes

Ainda no Brasil, há diversos outros pontos de estresse aos investidores, com destaque para o forte aumento nos casos do coronavírus no país — o Brasil, agora, caminha para se tornar o novo epicentro da doença no mundo.

Já são 7.921 mortes por causa da Covid-19, com 600 óbitos apenas entre segunda (4) e terça (5) — um novo recorde em 24 horas no país. Ao todo, 114.715 pessoas foram contaminadas no Brasil, de acordo com os dados do ministério da Saúde.

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A percepção de que a curva de contágio do coronavírus ainda está na fase ascendente no país aumenta a preocupação a respeito das políticas de saúde pública e dos impactos à economia. Ontem, foi reportada a forte queda de 9,1% na produção industrial em março ante fevereiro, mostrando que a atividade doméstica já sente um forte impacto da pandemia.

Além disso, a agência de classificação de risco Fitch reduziu para negativa a perspectiva da nota do Brasil, um indício de que a próxima movimentação pode ser um rebaixamento na nota do país, atualmente em BB-.

Dia de Copom

Além de todos esses pontos de estresse, ainda há a decisão de juros do Copom, com divulgação prevista para depois do fechamento dos mercados. É unânime a leitura de que o BC irá cortar os juros, mas não há consenso quanto à magnitude dessa redução: no momento, as apostas dividem-se entre baixas de 0,5 ponto ou de 0,75 ponto.

Dito isso, os investidores estarão particularmente atentos às sinalizações da autoridade monetária, buscando pistas quanto à visão do BC para o futuro e os possíveis próximos passos para a Selic.

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Nesta manhã, o mercado de juros futuros até exibe ligeiros ajustes positivos na ponta curta, considerando a disparada no dólar à vista. Essa alta, no entanto, não diminui a leitura de que o ciclo de alívio monetário tende a continuar em 2020:

Mais balanços

No lado corporativo, a temporada de balanços do primeiro trimestre de 2020 continua com força total. Nesta quarta-feira, destaque para as ações ON da Tim (TIMP3), que caem 0,50% após a companhia reportar um lucro líquido de R$ 164 milhões no período, crescimento de 8,3% na base anual.

Na ponta positiva do Ibovespa, o setor de varejo on-line desponta entre os principais ganhos, dado o otimismo dos investidores com o segmento de e-commerce após o Mercado Livre reportar resultados fortes no primeiro trimestre deste ano.

Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa no momento:

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CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
BTOW3B2W ON87,81 +17,30%
MGLU3Magazine Luiza ON54,75 +9,06%
LAME4Lojas Americanas PN27,42 +7,36%
NTCO3Natura ON36,20 +4,87%
VVAR3Via Varejo ON10,05 +3,61%

Confira também as cinco maiores quedas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
CVCB3CVC ON11,84 -4,44%
EMBR3Embraer ON7,20 -4,00%
CMIG4Cemig PN8,90 -3,78%
BPAC11BTG Pactual units39,87 -3,67%
EQTL3Equatorial ON17,53 -3,52%
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