Ouro e euro: a combinação do BTG Pactual para proteção e reserva de valor na crise
Fundamentos para alta do ouro continuam válidos, mas não espere um “boom” do metal após valorização recente, diz José Lúcio do Nascimento, sócio e gestor da BTG Asset
O mês de julho vai ficar na história do ouro. O metal, que é um importante ativo usado como hedge (proteção) na carteira dos investidores, acumulou alta superior a 30% no mercado internacional e superou o patamar de US$ 2.000 a onça.
O nível era considerado uma barreira psicológica para a commodity e a sua ruptura ocorre em meio a um momento de crise global e perda de valor de moedas, o que põe em xeque a saúde do dólar.
“Os fundamentos para a valorização do ouro, que é um bem escasso, diferentemente das moedas, continuam aí”, me disse José Lúcio do Nascimento, sócio e gestor da BTG Pactual Asset, gestora do banco.
Ele se refere ao mundo com juros próximos a zero ou mesmo negativos e a perda de valor do dinheiro com a expansão monetária desenfreada por parte dos BCs para conter os efeitos da crise de saúde na economia.
Nascimento observa que as incertezas permanecem, embora sejam menos numerosas do que antes. Em um cenário como este, fatores que ameaçariam o ciclo de valorização do ouro dificilmente se confirmarão.
Uma alta de juros, que ele acha difícil em um cenário de economia global deprimida, ou uma retomada mais forte dos PIBs parecem distantes na próxima janela de seis meses a um ano.
Leia Também
Nesse sentido, ainda deixar uma fatia guardada no portfólio para o ouro é indispensável. O gestor do BTG diz que o ideal é alocar de 5% a 10% do patrimônio no metal — e que a sobrealocação nele deve ser reduzida.
“Não pode ser mais do que isso, porque é um ativo volátil. Quem tinha 10% da carteira em ouro, no acumulado do ano, só com essa fatia teve uma rentabilidade de 2,8%”, diz ele, citando a alta de 28% do ouro no acumulado de 2020.
Seguindo a lógica, com as condições de mercado e macroeconômicas mantidas, a tendência de alta segue suportada.
Mas o gestor observa ainda que julho teve um fator idiossincrático na apreciação do ouro: a aprovação por parte da União Europeia (UE) do fundo de reestruturação das economias do bloco, no valor de € 750 bilhões.
A medida criou uma oportunidade de compra no euro — prevendo a recuperação das economias da UE — e no ouro, reduzindo as posições de investidores que tinham sido montadas esperando uma alta do dólar.
“Julho teve isso de específico, então, o próximo movimento de alta do ouro pode não ser tão potente. Mas, claro, vale a pena continuar a ter na carteira.”
Euro é a única queridinha
Com a perspectiva de que a economia europeia guiará a retomada econômica, a BTG Asset tem otimismo em relação ao euro. Em vez da moeda americana, a gestora tem adicionado a divisa europeia às carteiras de seus fundos.
A gestora não têm no radar no atual momento outra moeda desenvolvida tão atrativa quanto a divisa europeia, como o iene, a libra ou o franco suíço, como apostam outros fundos.
No ano, o euro acumula leve ganho em relação ao dólar, de 5%.
Segundo Nascimento, as eleições americanas pesaram na “mudança de hábitos” dos investidores do mercado de câmbio.
A perspectiva de que Joe Biden, líder nas pesquisas contra o presidente Donald Trump, seja eleito foi outro fator, além do plano europeu, que trouxe o dólar para baixo no mês de julho — suportando a preferência dos investidores em alocar partes crescentes de suas carteiras no euro.
Ele afirma que uma presidência democrata estaria menos disposta a um discurso nacionalista e protecionista, que seria um fundamento do dólar forte.
Além disso, há um temor de que Biden não seja pró-mercado e eleve a carga de impostos sobre empresas, bem como sobre pessoas físicas, para elevar o financiamento de programas sociais.
Dólar fraco?
O dólar consolidou a sua força nos últimos anos com a economia norte-americana voando baixo e puxando o longo ciclo de expansão global, interrompido pela crise do coronavírus.
No mês passado, a moeda perdeu força, e no acumulado do ano o Dollar Index (DXY), que compara o dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos, cai 3%. Em relação ao nível no pico da crise, em março, a moeda acumula perda de 6%.
O cenário para a economia em meio à pandemia tem visibilidade reduzida, mas o gestor vê um quadro mais suscetível ao início de um ciclo de enfraquecimento da divisa norte-americana.
“Para isso acontecer, claro, precisaríamos ver as pessoas desfazendo suas posições de hedge em dólar, e para isso provavelmente teríamos que ver Europa e China se destacando no crescimento econômico mundial.”
Para Nascimento, além de uma vitória democrata, outra condição para que a moeda permaneça preterida pelos investidores é justamente a falta de força econômica dos EUA, que lidera a expansão da economia mundial há algum tempo.
Em relação às moedas do G-10, a tendência é que a moeda americana continue mais fraca com o “fantasma Biden”.
Dúvida com emergentes
Mas com relação às economias em desenvolvimento, o dólar deve continuar valorizado. Como mudar esse quadro? Só um crescimento potente dos emergentes poderia favorecer uma posição “long” nessas moedas — ou seja, opção de venda do dólar.
Para piorar, o atual cenário de pandemia, que terá efeitos severos de depressão nas economias, não ajuda em nada essas divisas. Ele cita o Brasil como um dos exemplos do problema.
“Vínhamos crescendo a 1% todo ano, e neste ano talvez o nosso PIB caia 5% ou 7%. E estamos com um juro muito baixo, e aí ninguém vem comprar real para ter esse carrego", diz Nascimento, citando o carry trade, investimento especulativo que consiste em obter ganhos pelo empréstimo em países de juros baixos e aplicação em países de juros maiores. "Tudo bem, tem que cortar os juros para suportar a economia, mas não ajuda o real esse juro tão baixo. Não entendo muito por que viriam para cá.”
Com isso, o gestor recomenda uma operação de forma tática no dólar, se aproveitando de fluxos de curto prazo que possam aparecer para obter ganhos. “Tem que esperar ter um movimento maior da moeda. Quando exagerar e for para R$ 5,40, montar uma posição para vender dólar. E, abaixo de R$ 4,70, comprar dólar.”
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
