Impasse na reforma trava investimentos
Segundo Kasnar, as indústrias ainda sofrem impacto dos erros da política econômica dos últimos anos e podem ter de rever projeções em função do que ainda está “na promessa”
À espera do desfecho das discussões sobre a reforma da Previdência, muitas empresas projetaram a melhora da economia e a retomada da expansão de seus negócios neste ano. "O governo criou uma expectativa no mercado, que ainda não foi concretizada", diz Istvan Kasnar, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ebape).
Segundo Kasnar, as indústrias ainda sofrem impacto dos erros da política econômica dos últimos anos e podem ter de rever projeções em função do que ainda está "na promessa". "Ao considerar a reforma da Previdência uma bala de prata para a recuperação da economia, o governo esquece que tem toda uma agenda maior de reformas que devem ser colocadas em prática", diz ele, referindo-se ao déficit das contas públicas.
O ambiente de incerteza não contribui para que as empresas se animem a tirar investimentos do papel, segundo Roberto Padovani, economista-chefe do Banco Votorantim. Na dúvida, muitas companhias estão jogando para 2020 os projetos previstos para este ano.
Vale e Petrobrás
O sentimento de espera se reflete no levantamento feito pela Economática, que aponta queda de 5,7% dos lucros das companhias abertas no primeiro trimestre. A pesquisa desconsidera os resultados de Vale, Petrobrás, Oi e bancos.
No caso da operadora, os dados trimestrais não são comparáveis porque a empresa enxugou seus resultados no ano passado, incluindo a dívida no plano de recuperação judicial, inflando os resultados. Os bancos, por sua vez, ficaram de fora por não representar o setor produtivo. Já Vale e Petrobrás distorcem os resultados do conjunto em função do tamanho das duas companhias.
A Petrobrás registrou lucro líquido de R$ 4 bilhões no primeiro trimestre do ano, queda de 42% sobre o mesmo período de 2018. Se a petroleira fizesse parte do levantamento, os ganhos das empresas brasileiras teriam recuado 14,7% entre janeiro e março.
A Vale, além de ter sido excluída do levantamento em função do porte frente às outras companhias, teve o resultado afetado pela tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. O rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, resultou em 238 mortos até o momento. Diante dos altos custos para tentar minimizar os efeitos da tragédia, a mineradora registrou prejuízo de R$ 6,4 bilhões, ante um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no mesmo período do ano passado.
A crise da mineradora, no entanto, em função da menor oferta do minério de ferro no mercado global, acabou impulsionando os preços do insumo e a própria Vale tem sido agora beneficiada pelo movimento.
Outros setores
Enquanto a maior parte dos negócios foi afetada pela crise da economia doméstica, outros melhoraram a rentabilidade, como energia elétrica, eletroeletrônicos e locação de veículos.
O dólar valorizado garantiu o resultado de parte das empresas exportadoras - como as de agronegócio. Mas nem as exportadoras estão imunes a "solavancos": as companhias de papel e celulose, por exemplo, foram afetadas nos primeiros meses do ano pelo preço baixo da commodity no mercado internacional. O setor fechou o primeiro trimestre com prejuízo acumulado de mais de R$ 1,4 bilhão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Luiz Barsi curtiu? IRB (IRBR3) tem primeiro lucro anual desde o escândalo contábil
IRB registra lucro líquido de R$ 114 milhões em 2023 e afasta risco de precisar de uma nova capitalização
Vem oferta de ações da Caixa Seguridade (CXSE3) por aí? Caixa autoriza estudos para possível venda de papéis da seguradora
A Caixa é dona de 82,75% do capital da seguradora, mas o possível follow-on não teria como objetivo alterar o controle da empresa
Surpresa de Páscoa: TIM Brasil (TIMS3) pagará R$ 1,31 bilhão em dividendos nos próximos meses; veja quem tem direito
Pagamento de cerca de R$ 0,54 por ação será efetuado nos meses de abril, julho e outubro
Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024
Salesio Nuhs contou para o Seu Dinheiro as principais apostas da fabricante de armas para este ano — e deu um “spoiler” sobre o que esperar dos dividendos em 2024
Grupo GPS (GGPS3) chega ao “bandejão da firma” com aquisição e adiciona bilhões em receita; ações sobem forte na B3
Com a GRSA, o Grupo GPS amplia a oferta no “cardápio” de serviços que oferece. A empresa vem enfileirando aquisições desde o IPO, em 2021
Conseguiu uma boa grana: Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos após acordo bilionário com a Vale (VALE3), diz XP
Para a corretora, anúncio de venda da Aliança Energia para a Vale não surpreende, mas valor obtido pode turbinar dividendos da Cemig
Oi (OIBR3) tem prejuízo, queda de receita e Ebitda negativo no 4T23; empresa propõe novo grupamento para deixar de ser “penny stock”
Oi (OIBR3) teve prejuízo líquido de R$ 486 milhões nos últimos três meses de 2023 e fechou o ano com dívida líquida de mais de R$ 23 bilhões
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
Desse montante, segundo a Cemig, serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação
Klabin (KLBN11) ou Suzano (SUZB3)? Uma delas está barata. Itaú BBA eleva preço-alvo das duas ações e conta qual é a oportunidade do momento
Tanto as units da Klabin como as ações da Suzano operam em alta na bolsa brasileira nesta quarta-feira (27), mas só uma delas é a preferida do banco de investimentos; descubra qual
Finalmente, um oponente à altura da Nvidia? Empresas de tecnologia se unem para combater hegemonia da gigante de IA
A joia da coroa da Nvidia está muito menos exposta: é o sistema plug and play da empresa, chamado CUDA, e é com ele que o setor quer competir
Leia Também
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha