O presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, afirmou que a companhia não abriu tratativas oficiais com a Oi para uma possível compra da concorrente. "Não tem nada formal. Não tem conversa entre as empresas", disse nesta quarta-feira, 18, durante entrevista a jornalistas. "No mercado de telecomunicações, precisamos entender tudo que está acontecendo e podemos, eventualmente, considerar qualquer empresa. Nesse caso específico, o rumor é infundado. Não há qualquer conversa", explicou.
Nesta semana, agências de notícias informaram que a Telefônica manifestou interesse por comprar a Oi. O interesse se deu especificamente pelas redes móveis da Oi, que abrangem as tecnologias 3G e 4G, e não nas redes fixas, voltadas para banda larga e TV por assinatura.
Entretanto, as conversas ainda estão em estágio inicial, sendo tocadas reservadamente por alguns membros do conselho das empresas, e não houve qualquer proposta formal, segundo fontes.
Leilão de 5G
Gebara também disse que o governo federal sinalizou que o leilão de 5G, previsto para 2020, não terá viés de maximizar a arrecadação para os cofres públicos com a venda das faixas de frequência. Em vez disso, deve ser priorizada a definição de obrigações de investimento às empresas para levarem a tecnologia 5G a mais cidades, segundo o executivo.
"A sinalização do governo foi positiva. É de que será mais de obrigação do que arrecadatório", afirmou Gebara, durante entrevista à imprensa. "Se for arrecadatório, a capacidade de investir será menor", emendou.
Recentemente, o presidente global da Telefonica, José María Álvares Palette, esteve em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro, e o leilão do 5G foi um dos temas da conversa.
Gebara afirmou nesta quarta-feira que o leilão de 5G estava originalmente previsto para março, mas neste momento não tem data prevista. Ele enfatizou que a companhia está pronta para participar se for em março ou em outra data.
O presidente da Telefônica Brasil disse ainda que a companhia começará a trabalhar desde já para migrar do regime de concessão para autorização no campo da telefonia fixa, conforme prevê o novo marco regulatório do setor aprovado no Senado na última semana.
No entanto, ponderou que ainda não há data prevista para a concretização dessa medida, uma vez que o novo marco ainda precisa ser regulamentado pela Anatel e validado pelo TCU. "Vamos trabalhar para que isso se torne realidade. É preciso deixar de se investir em bens legados e se investir em banda larga, que é o que todo mundo quer."
*Com Estadão Conteúdo.