Renúncias previdenciárias vão tirar R$ 54 bilhões dos cofres do INSS em 2019
Empresas do Simples Nacional concentraram a maior parte das renúncias previdenciárias, no valor de R$ 25,8 bilhões; companhias MEIs responderam por outros R$ 2,2 bilhões

Enquanto pretende endurecer as regras de aposentadoria e pensão, o governo prevê uma renúncia de R$ 54,56 bilhões com isenções previdenciárias neste ano. Em 2018, as renúncias a micro e pequenas empresas, entidades filantrópicas e exportadores agrícolas cortaram em R$ 46,3 bilhões a arrecadação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - o equivalente a um quarto do rombo da Previdência no ano passado, que foi de R$ 195,2 bilhões.
Em 2018, as empresas do Simples Nacional concentraram a maior parte das renúncias previdenciárias, no valor de R$ 25,8 bilhões. Já as companhias enquadradas como Microempreendedor Individual (MEI) responderam por outros R$ 2,2 bilhões. Ambas as categorias pagam carga tributária reduzida.
As entidades filantrópicas foram beneficiadas com R$ 11,1 bilhões em 2018. No grupo estão incluídos hospitais e universidades privadas, que cobram pelos serviços e são responsáveis pela maior parte da renúncia. O relator da reforma da Previdência, Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), chegou a declarar em 2017 que proporia o fim desses benefícios, mas a medida não chegou a ser incluída no texto.
Segundo o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, as isenções têm de ser analisadas pelo retorno que trazem à sociedade. "Se não houvesse o Simples, será que aquelas empresas estariam contribuindo para a Previdência ou sonegando?", ressalta. Ele diz, porém, que há situações da lei que não são "economicamente justificáveis".
Por isso, a solução seria rediscutir a legislação. Rolim defende que esse debate seja feito de forma ampla, na reforma tributária. Para ele, é uma alternativa mais eficaz do que discutir caso a caso, como hoje.
A proposta de reforma da Previdência do ex-presidente Michel Temer incluía, por exemplo, o fim da isenção previdenciária sobre exportações agrícolas, o que devolveria aos cofres do INSS cerca de R$ 7 bilhões ao ano. A medida caiu em meio à "desidratação" da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
A equipe do presidente Jair Bolsonaro indicou que pretende aproveitar a proposta de Temer para acelerar a tramitação da reforma no Congresso.
Leia Também
Reações
A definição de novas regras poderia, portanto, acabar com essa isenção, mas teria de enfrentar os exportadores.
"A Constituição diz que não se deve exportar impostos. Hoje, a cotação das commodities está em um patamar mais elevado, mas isso pode mudar. E é importante fomentar exportações", diz o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Castro lembra que o setor é um dos poucos que tem crescido de forma mais dinâmica nos últimos anos.
"Não podemos criar o risco de se ter o que ocorre no setor de manufaturados, que é um gigantesco déficit (na balança comercial)", afirma.
A maior parte das companhias brasileiras faz parte hoje do Simples Nacional - o que gera questionamentos entre técnicos do governo. Hoje, empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões podem fazer parte dessa categoria. Há quem considere esse limite muito alto em comparação a outros países. Procurado, o Sebrae disse não considerar o Simples como um tipo de renúncia fiscal.
O presidente do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif), Custódio Pereira, diz que é um "equívoco" falar em renúncias para essas entidades, uma vez que elas são imunes a tributos pela Constituição. Segundo cálculos do Fonif, a cada R$ 1 que o governo abre mão, o setor devolve R$ 7 em serviços à sociedade.
"O setor é importante e está em locais que o Estado não consegue estar", explica Pereira. Ele também rebate críticas sobre a cobrança de mensalidades por unidades educacionais, mesmo com a isenção, dizendo que esse dinheiro é necessário para manter atividades e bolsas concedidas por essas instituições.
Aprovado! Bolsonaro sanciona teto do ICMS sobre combustíveis — mas Estados vão ficar sem benefícios e compensações
Presidente ainda aprovou a proposta de zerar os impostos federais sobre a gasolina e o etanol
Câmara aprova texto-base sobre teto do ICMS sobre combustíveis, mas problema técnico adia votação final
Defeito no painel de votação da Câmara dos Deputados fez com que fim do trâmite do teto do ICMS no Congresso ficasse para hoje
Agora vai voltar para a Câmara: Senado aprova teto para o ICMS dos combustíveis, mas com alterações
Senado aprovou emenda que fixa IPCA para corrigir a compensação derivada da perda de arrecadação dos Estados com o ICMS
Imposto menor hoje, inflação maior amanhã: pesquisadores da FGV alertam para risco de alta duradoura na inflação
De acordo com eles, a diminuição de impostos sobre combustíveis e energia pode ter resultado oposto ao esperado
Parecer de PL do ICMS deve acontecer até terça-feira, afirma relator; compensações aos estados ameaçam as contas públicas
Entre os pontos analisados está a possibilidade de tirar qualquer tipo de compensação para os Estados que perderem arrecadação, o que desagradou governadores
Na briga pelo ICMS, governo avalia PEC para compensar R$ 22 bilhões aos estados; proposta segue em debate na próxima semana
Os estados e o governo federal tentam achar um meio termo para redução de impostos e compensação de arrecadação
Mudanças nos impostos: Guedes promete unificar data de pagamento de tributos e guia única para cobranças do FGTS e IPI
A equipe econômica espera tirar o projeto do papel no segundo semestre; confira o que muda para o empresário
Uma nova Lei Kandir? Câmara aprova teto para ICMS de energia e combustíveis, mas Estados e municípios serão compensados
Compensação será feita por meio do abatimento da dívida desses entes com a União; o texto ainda precisa ser aprovado no Senado
Com teto do ICMS em 17% sobre energia e combustíveis, Câmara propõe compensar arrecadação dos estados; entenda se será suficiente
A proposta acontece em meio a embates do governo federal contra os estados pela arrecadação do ICMS
Quais documentos guardar após declarar o IR (e por quanto tempo)
Gastos dedutíveis, rendimentos e outras despesas lançadas na sua declaração de imposto de renda requerem comprovação
Entregou a declaração com erro ou ficou faltando alguma informação? Veja como retificar
Aprenda a preencher a declaração retificadora e corrigir erros e omissões em declarações que já foram entregues, em um prazo de até cinco anos após o envio da declaração original
Por que a alíquota zero de imposto do etanol não deve conter a alta dos combustíveis
A decisão de zerar tributo de importação do etanol e dos alimentos tem maior impacto eleitoral do que econômico, segundo especialistas
Governo tem R$ 45 bi de espaço fiscal para ‘bondades’ em ano de eleições
O espaço fiscal está dentro da meta, mesmo com o corte de impostos sobre importação e previsão maior de déficit
Governadores prorrogam congelamento do ICMS sobre a gasolina e recorrem ao STF para barrar mudanças no diesel; entenda os motivos
Os estados tentam evitar um rombo no caixa, que seria causado pela utilização de uma média de cinco anos para fixar o ICMS do diesel
China e EUA: separados na guerra, mas juntos no mercado de ações; a cooperação que pode garantir US$ 1,1 trilhão aos investidores
Uma lei aprovada em 2020 permitiria que a SEC – a CVM dos EUA – excluísse empresas chinesas das bolsas norte-americanas, mas, ao que tudo indica, a possibilidade de expulsão é cada vez menor
Como declarar aposentadorias e pensões da Previdência Social no imposto de renda
Aposentados e pensionistas da Previdência Social têm direito à isenção de imposto de renda sobre uma parte de seus rendimentos. Veja os detalhes de como declará-los no IR 2022
Lideranças do Amazonas querem proteger Zona Franca de Manaus de decreto do IPI; saiba como
Eles pedem alguma medida que mantenha as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus, como retirar os produtos lá fabricados do corte no tributo
Atenção, milionários: o que o imposto sobre grandes fortunas de Singapura tem a ver com o Brasil?
País asiático anunciou na sexta-feira (18) o aumento de tributos para os que ganham mais, incluindo tarifas sobre imóveis e veículos motorizados
Desoneração da folha salarial é prorrogada por mais dois anos
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que prorroga a desoneração da folha para os 17 setores econômicos que mais empregam até o fim de 2023
Taxistas e pessoas com deficiência terão isenção de IPI na compra de carro novo por mais cinco anos
O preço máximo dos carros que poderão ser adquirido com isenção do IPI pela pessoa deficiente passa a ser de R$ 200 mil