Manifestações nas ruas testam apoio a Bolsonaro
Receio da equipe de Bolsonaro é de que, se não houver uma adesão de peso às manifestações, isso seja interpretado como um sinal de perda de popularidade

O presidente Jair Bolsonaro passará por um teste de força nas manifestações de rua convocadas para hoje em defesa do governo. Embora tenha agido, nos últimos dias, para desvincular os atos de qualquer patrocínio do Palácio do Planalto, Bolsonaro foi alertado por aliados de que essas mobilizações viraram uma "armadilha" para sua gestão porque todos sabem como começam, mas nunca como terminam.
Por meio das redes sociais, organizadores haviam convocado até ontem atos em pelo menos 312 cidades brasileiras. Estão registradas também mobilizações em pelo menos dez municípios no exterior, sendo seis cidades nos Estados Unidos. A estimativa leva em conta eventos que têm locais e horários definidos. São Paulo lidera o número de municípios que têm manifestações programadas, com 63 cidades. Minas Gerais é o segundo, com 39 mobilizações.
Para o governo, porém, a agenda das ruas se tornou uma encruzilhada. O receio da equipe de Bolsonaro é de que, se não houver uma adesão de peso às manifestações, isso seja interpretado como um sinal de perda de popularidade em uma temporada de dificuldades na política e na economia.
Até o momento, não há indicação de problemas com a segurança nos atos, mas o Palácio do Planalto monitora as redes sociais para verificar a possibilidade de participação de "infiltrados" ou ativistas "black bloc". Há o temor de que, se houver confusão, isso possa ser debitado na conta do governo.
Não foi à toa que Bolsonaro repudiou a defesa do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal nas manifestações. Após dizer que o problema do Brasil é a classe política e de compartilhar mensagem pelo WhatsApp afirmando que o País é "ingovernável" fora dos conchavos, sem poupar nem mesmo a Justiça, o presidente afirmou que quem apoiar pautas contra o Legislativo e o Judiciário "estará na manifestação errada".
"Isso é manifestação a favor de (Nicolás) Maduro, não de Bolsonaro", afirmou ele, em alusão ao regime comandado pelo presidente da Venezuela. O Estado apurou que a frase do presidente, dita no café da manhã com jornalistas, na quinta-feira, 23, foi discutida por sua equipe de comunicação. Desde o início da semana, auxiliares de Bolsonaro já diziam que passeatas pró-governo, capitaneadas pelo próprio governo, eram "coisa de Maduro", e não de democracia.
Leia Também
Barroso anuncia aposentadoria e vai deixar cargo de ministro do STF
O Planalto tem pedido agora que o novo foco das manifestações seja a defesa da reforma da Previdência e da segurança pública, além da Operação Lava Jato e do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Nos grupos mais significativos que estão à frente das convocações, a Previdência, o pacote anticrime, a aprovação da MP 870 e críticas a parlamentares do Centrão são temas centrais dos atos de hoje.
Apesar de Bolsonaro ter desestimulado ministros e aliados a comparecer às manifestações, parlamentares de seu partido, o PSL, continuam fazendo convocações pelas redes sociais, pedindo apoio ao governo.
"A bancada do PSL está liberada para participar dos atos. Nós deixamos claro as nossas pautas, mas, além disso, a responsabilidade é de cada parlamentar, que tem suas próprias bandeiras", resumiu o deputado Delegado Waldir (GO), líder do PSL na Câmara. "Essas passeatas podem acabar sendo um tiro pela culatra para o governo. Se forem contra o Congresso, vão explodir de vez as pontes de diálogo com o Legislativo. Se houver pouca gente, ficará claro que o presidente perdeu força", provocou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.
Para o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), o momento é de lutar para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) volte para o comando de Moro. Ao votar a medida provisória da reforma administrativa, na semana passada, a Câmara devolveu o controle do Coaf para o Ministério da Economia, mas o texto ainda terá de passar pelo crivo do Senado.
A convocação para os atos de hoje também dividiu ministros do Supremo. "Eu acho uma manifestação normal e legítima, como todas as outras que aconteceram. É a democracia", observou Alexandre de Moraes. O ministro Marco Aurélio Mello, por sua vez, classificou como "inusitada" a convocação de manifestações a favor de Bolsonaro.
Temas
Mapeamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (Dapp-FGV) identificou que os ataques ao Congresso, em especial ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a parlamentares do Centrão, geraram a maior mobilização nas redes nos últimos dias. O levantamento leva em conta apenas mensagens publicadas no Twitter entre 17 e 24 de maio.
No período analisado, as menções ao Congresso foram a maioria: 512 mil mensagens. Os outros termos mais citados pelos perfis pró-Bolsonaro foram reforma da Previdência - 405 mil -, pacote anticrime, com 335 mil, Medida Provisória 870, com 232 mil, e STF, com 177 mil. No total, 2,54 milhões geraram debate em torno dos atos.
O Dapp detectou ainda queda no número de menções das manifestações ao fim da semana. Já o pico foi na quarta-feira de manhã - 41.529 mensagens -, quando Bolsonaro disse que não iria aos atos.
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes
A suspeita de rombo nos cofres que levou ao afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, pelo STJ
Investigado na Operação Fames-19, Barbosa é suspeito de participar de um esquema de R$ 73 milhões em contratos emergenciais durante a pandemia
Filho de ourives e clientes como Neymar, Vini Jr e Ludmilla: quem é TH Joias, deputado preso por suspeita de negociar armas com o Comando Vermelho
Investigado por suposta ligação com o Comando Vermelho, o parlamentar conhecido como TH Joias já havia sido preso em 2017 por acusações semelhantes