Bolsonaro demite general Santos Cruz da Secretaria de governo; general Ramos Baptista assume
Baixa foi atribuída ao “desalinhamento” com o presidente em questões como comunicação e a centralização de poder na sua pasta

O ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, deixará a equipe do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo apurou a reportagem, o presidente comunicou a demissão ao general em almoço nesta quinta-feira, 13, no Palácio do Planalto, antes de Bolsonaro viajar a Belém, no Pará, onde cumpre agenda.
Estavam presentes no encontro o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
A demissão de Santos Cruz foi atribuída ao "desalinhamento" com o presidente em questões como comunicação e a centralização de poder na sua pasta.
O ministro foi alvo recentemente de críticas do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, sobre os rumos da comunicação no Palácio do Planalto. Também se envolveu em polêmicas com o escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo. O ministro vinha acumulando desgaste desde que reagiu às críticas de Olavo, a quem atribuiu uma "personalidade histérica".
Bolsonaro, porém, em nenhum momento saiu em defesa do seu ministro e chegou a condecorar Olavo com a Ordem Nacional de Rio Branco em meio à polêmica. A atitude incomodou a ala militar do governo.
Leia Também
Barroso anuncia aposentadoria e vai deixar cargo de ministro do STF
Senadores falam em prejuízo para articulação
Nesta quinta-feira, antes de ser informado da saída, Santos Cruz esteve no Senado, em audiência na Comissão de Transparência, onde defendeu a permanência do colega de Esplanada, Sergio Moro, no Ministério da Justiça.
"O juiz Sergio Moro é uma pessoa que está muito acima desse absurdo aí criminoso de invasão de privacidade de telefone. O ministro Sergio Moro presta um serviço ao Brasil incalculável na nossa história. Eu acho que não tem nada a considerar sobre risco para pessoa desse nível", disse Santos Cruz, em referência ao vazamento de supostas conversas do ex-juiz em que daria conselhos sobre investigações da Lava Jato.
A notícia da demissão surpreendeu senadores no fim da tarde desta quinta-feira, 13. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), manifestou preocupação com uma piora na relação entre o governo e o Congresso. Para ele, o ex-ministro estava "ajudando" o governo. "O Santos Cruz é muito bom, dedicado, estava ajudando muito, mas quem tem o poder de nomear tem o poder de exonerar. É assim que funciona", comentou.
Santos Cruz esteve de manhã no Senado para uma audiência na Comissão de Transparência, de onde saiu para uma conversa com Bolsonaro. O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), inclusive, havia agendado uma reunião com o chefe da Secretaria de Governo para esta sexta-feira, 14, no Palácio do Planalto. "Se for verdade, é uma lástima. Havia um bom relacionamento do Congresso com ele", comentou Rodrigues.
O líder do bloco que reúne PL, DEM e PSC no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) avaliou a saída de Santos Cruz como mais um complicador na articulação política do Planalto. "É uma pessoa de estabilidade", afirmou, em referência ao ministro. "Temos uma instabilidade e uma imprevisibilidade com o que vai acontecer até a semana que vem, isso vai respingar para o governo? São perguntas que todos querem saber", declarou. "Vemos um governo que tem colocado à frente sempre a questão ideológica, e isso é sempre um 'dificultador' nas relações."
Heleno: "não era mais a hora"
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou que a saída de Carlos Alberto dos Santos Cruz do governo foi resultado de "um conjunto de coisas que acontecem".
De acordo com Heleno, não houve briga entre o presidente Jair Bolsonaro e Santos Cruz. "Não teve briga, não teve nada. Continua amor, são amigos de 40 anos, continuam a ser amigos", disse.
"O presidente, ele próprio, está usando uma metáfora bastante apropriada para a situação: é um casamento, de muito longa duração, mas chegaram à conclusão de que não era a hora de ele continuar. Porque o casamento precisava ser interrompido", disse Heleno.
O substituto
Horas depois de o governo anunciar a demissão de Santos Cruz, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta quinta-feira, 13, à reportagem, que o general do Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira assumirá a Secretaria de Governo no lugar de Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi demitido hoje do cargo.
Ramos é comandante militar do Sudeste e fica baseado em São Paulo. Ainda não há previsão de chegada do novo ministro ao Palácio do Planalto para o início de suas atividades.
Segundo apurou a reportagem, Santos Cruz foi avisado da sua demissão em reunião nesta quinta-feira, antes de Bolsonaro viajar a Belém, no Pará, onde cumpre agenda. Estavam presentes no encontro o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Valeu, foi bom, adeus
Em carta divulgada à imprensa, o agora ex-ministro expressou sua "admiração e agradecimento" aos servidores de sua antiga pasta, aos presidentes da Câmara e do Senado e, por fim, ao presidente Jair Bolsonaro.
Na carta, Santos Cruz agradece a "dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam" os servidores da Secretaria de Governo, citou o "relacionamento profissional respeitoso" com deputados e senadores, destacou o "profissionalismo" da imprensa e a "cortesia" dos integrantes do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União.
Ao citar o presidente, que o demitiu hoje, foi breve: "ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso".
Leia a íntegra da mensagem do ex-ministro:
CARTA À IMPRENSA
Na oportunidade em que deixo a função de ministro da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, por decisão do Excelentíssimo Presidente Jair Messias Bolsonaro, expresso minha admiração e agradecimento:
- A todos os servidores da Segov, pela dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam, desejando que continuem com a mesma exemplar eficiência;
- Aos Excelentíssimos Deputados e Senadores, digníssimos representantes do povo brasileiro, pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros, com especial destaque para o Excelentíssimo Senador Davi Alcolumbre (presidente do Senado Federal) e Excelentíssimo Deputado Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados);
- Aos Governadores e Prefeitos que deram a honra de trazer à Segov suas contribuições;
- À imprensa, de modo geral, pelo profissionalismo que sempre me trataram em todas as oportunidades;
- Às autoridades do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, pela cortesia no relacionamento e nas oportunidades em que tive a honra de travar contato, desejo que sejam sempre iluminados em suas decisões;
- Às diversas instituições e organizações civis, empresas, servidores públicos, embaixadores e todos os cidadãos que travaram contato com o governo por meio da Segov;
- Ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso.
*Com Estadão Conteúdo.
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes
A suspeita de rombo nos cofres que levou ao afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, pelo STJ
Investigado na Operação Fames-19, Barbosa é suspeito de participar de um esquema de R$ 73 milhões em contratos emergenciais durante a pandemia
Filho de ourives e clientes como Neymar, Vini Jr e Ludmilla: quem é TH Joias, deputado preso por suspeita de negociar armas com o Comando Vermelho
Investigado por suposta ligação com o Comando Vermelho, o parlamentar conhecido como TH Joias já havia sido preso em 2017 por acusações semelhantes