Segundo NYT, outro jato da Boeing pode ter problemas de segurança: o 787 Dreamliner
Segundo reportagem do New York Times, na fábrica do 787 na Carolina do Sul são comuns os casos de resíduos metálicos e ferramentas esquecidos dentro de aeronaves, além de peças defeituosas instaladas; até chiclete segurando o acabamento de uma porta já foi encontrado
Instalação de peças defeituosas. Detritos e rebarbas de metal deixados próximos de fiação, do motor ou dentro da cauda. Ferramentas esquecidas nas entranhas das aeronaves. Um chiclete prendendo o acabamento de uma porta. Segundo reportagem do New York Times publicada no último sábado (20), tudo isso tem ocorrido na fábrica da Boeing em North Charleston, no estado americano da Carolina do Sul, onde é fabricado o jato 787 Dreamliner.
Esse modelo de aeronave jamais sofreu uma queda, embora já tenha passado por um caso de incêndio na bateria. Diferentemente do 737 Max, que após dois sérios acidentes com centenas de vítimas teve os voos suspensos em vários países e companhias aéreas e tem feito a Boeing passar por um certo sufoco.
A matéria assinada pelos repórteres Natalie Kitroeff e David Gelles, no entanto, revela uma série de problemas de segurança e qualidade na produção do 787 Dreamliner na planta da Carolina do Sul, aparentemente fruto de uma cultura empresarial que valoriza mais a velocidade de produção do que a qualidade.
Os repórteres do New York Times tiveram acesso a centenas de páginas de e-mails internos, documentos corporativos e registros governamentais, além de terem entrevistado empregados e ex-empregados.
Devido a atrasos, a Boeing teria pressionado seu pessoal a apressar a produção dos 787 Dreamliner, ignorando alertas dos empregados quanto a questões de segurança e qualidade. Muitos deles fizeram reclamações junto aos reguladores federais. Alguns relataram retaliações ao denunciar os problemas a seus superiores ou ao RH da empresa. Outros foram desincentivados a fazer denúncias.
Resíduos e ferramentas esquecidas
Alguns dos casos relatados na reportagem são de deixar os cabelos em pé. Um dos técnicos ouvidos disse que encontrou diversas vezes detritos deixados próximos da fiação sob os cockpits. "Eu disse à minha esposa que eu nunca planejo voar num desses, por segurança", ele disse à reportagem.
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Aeronaves chegaram a fazer voos de teste com resíduos em um dos motores e na cauda, correndo risco de falha. Casos de ferramentas esquecidas dentro das aeronaves são frequentes.
Os empregados já chegaram a encontrar uma escada e um fio de lâmpadas dentro da cauda de um avião, próximos das engrenagens do estabilizador. Segundo um dos ex-técnicos ouvidos, os objetos esquecidos poderiam ter prendido as engrenagens.
Um inspetor de qualidade aposentado que trabalhou na fábrica por 30 anos, já detectou fibras metálicas penduradas sobre a fiação que comanda os controles de voo. Se esses pedaços de metal afiados penetrassem onde os fios estavam, poderia ser "catastrófico", disse o ex-empregado.
Ele fez uma reclamação junto aos reguladores e disse que pediu repetidamente aos seus superiores para remover essas fibras, mas que eles recusaram e o transferiram para outro setor.
Um porta-voz da Federal Aviation Administration (FAA), entidade reguladora da aviação civil nos Estados Unidos, disse que a agência inspecionou diversos aviões certificados pela Boeing como livres de resíduos e encontrou o mesmo problema das fibras metálicas. Em certas circunstâncias, ele disse, o problema pode levar a curtos-circuitos e causar incêndios.
Os oficiais acreditam que as rebarbas podem ter danificado uma aeronave que já estava em serviço num caso de 2012.
Em 2017, a FAA soltou uma orientação exigindo que os 787 Dreamliner ficassem livres das rebarbas antes da entrega. A Boeing disse que estava atendendo à solicitação e trabalhando com o fornecedor para melhorias no design, mas que a questão não apresentava problema de segurança.
Instalação de peças defeituosas
O mesmo funcionário descobriu, em 2016, que um gerente sênior havia tirado do lixo um equipamento que seria parte do sistema central de controle do movimento do avião e que o mesmo foi instalado num Dreamliner. Ao jornal, o ex-inspetor de qualidade disse que o gerente falou para ele não se preocupar com isso.
Ele fez uma reclamação junto ao RH. Também reportou à chefia que partes com defeito haviam desaparecido, levantando a suspeita de que elas teriam sido instaladas em aviões. Os superiores, porém, disseram para ele terminar de preencher a papelada sobre as peças desaparecidas sem antes descobrir onde elas tinham ido parar.
A FAA investigou o caso e descobriu que a Boeing havia perdido algumas peças danificadas. A Boeing disse que, como precaução, enviou avisos para as companhias aéreas sobre a questão.
"Eu ainda não vi sair de Charleston um avião no qual eu poria meu nome dizendo ser seguro e pronto para voar", disse o ex-inspetor de segurança ao NYT.
Pressa para entregar
Segundo as denúncias de dois gerentes, ferramentas começaram a desaparecer, e muitas eram encontradas dentro das aeronaves. Além disso, eles alegam que os empregados eram obrigados a cobrir atrasos.
Chegou a haver a instalação de equipamento com defeito em aeronaves, para que parecesse aos executivos de Chicago, aos clientes e acionistas que o cronograma de produção estava sendo seguido, quando na verdade havia atrasos.
Os dois gerentes fizeram denúncias à FAA, que as investigou, mas não achou violações na sua visita à planta no início de 2014. A agência, no entanto, disse que já tinha detectado "controle impróprio de ferramentas" e a "presença de resíduos de objetos estranhos".
Ambos os gerentes foram demitidos sob a acusação de terem aprovado de maneira imprecisa a escala de empregados que não se reportavam a eles. Os dois alegam, no entanto, que se tratou de uma retaliação.
Ao inspecionar um dos aviões que estavam sendo preparados para entrega, o atual técnico da planta recentemente encontrou chiclete segurando uma parte do acabamento de uma das portas. "Não era uma questão de segurança, mas não é o que você quer apresentar a um cliente", ele disse.
Um dos empregados fez uma queixa sobre o chiclete junto à FAA, que diz estar investigando.
Clientes do Dreamliner também detectaram problemas
Um empregado aposentado da American Airlines, encontrava resíduos nos modelos Dreamliner fabricados em North Charleston com frequência aos inspecionar as aeronaves.
Ele encontrou objetos soltos tocando a fiação elétrica e trapos próximos ao trem de pouso. Ele coletava os pedaços e os colocava em sacos zip-lock para mostrar para um dos altos executivos da planta.
O mesmo empregado chegou a encontrar um pedaço de plástico bolha perto do pedal que os copilotos usam para controlar a direção do avião, o que poderia ter emperrado o equipamento durante o voo.
Mesmo depois de um dos Dreamliners da AA já ter feito um voo de teste, o funcionário encontrou um parafuso solto dentro de um dos motores, que poderia ter causado um mal funcionamento.
O que dizem os clientes
A American Airlines disse ter conduzido inspeções rigorosas dos novos aviões antes de colocá-los em serviço. "Temos confiança nos 787s que temos na nossa frota", disse o porta-voz da companhia.
Já a Qatar Airways passou a comprar seus Dreamliners apenas da fábrica da cidade de Everett, Washington, desapontada com os atrasos na produção de North Charleston devido a erros na manutenção que danificaram os aviões.
Ainda assim, a companhia aérea disse que "continua a ser uma apoiadora da Boeing para o longo prazo e que tem confiança total em todas as suas aeronaves e plantas fabris".
Mas os problemas aparentemente não se resumem ao 787 Dreamliner, nem à planta de North Charleston. Em março, a Força Aérea Americana pausou as entregas da aeronave militar KC-46, após encontrar uma chave inglesa, parafusos e lixo dentro de aviões novos.
O que diz a Boeing
A Boeing disse estar trabalhando para solucionar a questão com a Força Aérea, que retomou as entregas neste mês.
Resíduos deixados em aeronaves são um problema comum na aviação. Os empregados precisam limpar os aviões após o trabalho, para evitar contaminação dos equipamentos.
Erros acontecem em qualquer fábrica, e não há evidências, de acordo com a reportagem, de que os problemas na planta de North Charleston tenham causado grandes incidentes de segurança.
Mas o problema dos detritos tem sido persistente na Carolina do Sul, de acordo com a reportagem do NYT. Além disso, a planta sempre teve graves problemas para contratar mão de obra qualificada.
A Boeing está ciente da questão dos detritos: neste mês, o chefe do programa 787 lembrou ao pessoal de North Charleston por e-mail que objetos deixados dentro de aeronaves "podem ter sérias consequências de segurança quando ignorados".
A menos de um mês depois da queda do segundo 737 Max, a Boeing chamou os empregados de North Charleston para uma reunião urgente, pois clientes estavam achando objetos esquecidos em aeronaves novas.
Um gerente sênior implorou aos trabalhadores que checassem com mais cuidado, relembrando os acidentes do 737 Max.
Porta-vozes da Boeing, porém, alegam que a planta da Carolina do Sul segue os maiores níveis de qualidade da história da companhia, que as equipes têm compromisso com a qualidade, e que a Boeing prioriza segurança e qualidade à velocidade da produção, embora as três coisas possam ser conciliadas na produção de uma das aeronaves mais seguras produzidas hoje.
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