God save the Kingdom
O Brexit é quase inevitável. A exceção fica por conta de uma improvável escolha − para ocupar a vaga aberta no número 10 de Downing Street − de um tory que se proponha a convocar um novo referendo sobre a saída, ou não, da Comunidade
Em breve discurso pronunciado em frente ao mítico portão preto de Downing Street 10, na última sexta-feira, dia 24, a primeira-ministra britânica Theresa May anunciou sua renúncia ao cargo de chefe do governo de Sua Majestade. A saída se tornará efetiva em 5 de junho.
Vários são os candidatos, todos do Partido Conservador (tories), à sucessão. O favorito é o extravagante Boris Johnson, ex-prefeito de Londres e ex-ministro das Relações Exteriores, cargo do qual se afastou por divergir de May sobre como colocar em prática o Brexit, processo de retirada da Grã-Bretanha da Comunidade Europeia.
Está ficando cada vez mais óbvio que o Brexit é quase inevitável. A exceção fica por conta de uma improvável escolha − para ocupar a vaga aberta no número 10 de Downing Street − de um tory que se proponha, com a concordância dos seus pares nos Comuns, a convocar um novo referendo sobre a saída, ou não, da Comunidade.
Mesmo assim não se pode garantir que outra consulta ao eleitorado britânico vá produzir resultado diferente da primeira.
Nos Estados Unidos
O ideário que fez com que o Brexit fosse aprovado pelo povo é muito parecido com o dos americanos que elegeram Donald Trump para a Casa Branca: nacionalismo e xenofobia. Isso aconteceu também em outros países, como Hungria e Polônia.
Nos Estados Unidos, a coisa funcionou mais ou menos assim:
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Durante sua campanha, Trump prometeu aos eleitores de diversas cidades industriais decadentes, por causa da baixa competitividade de suas fábricas, que traria seus empregos de volta. O mesmo ele fez nas regiões de economia extrativista, como as das minas de carvão.
Já na Grã-Bretanha, o que motivou as pessoas a votar em favor da saída do país da Comunidade Europeia (CE) foi o que se conhece como “síndrome do encanador polonês”.
Pincemos uma cidade ao acaso: Birmingham, onde o resultado foi apertadíssimo: 50,4% se decidiram pelo Brexit; 49,6% quiseram permanecer na CE.
Imaginemos um exemplo de quem, em Birmingham, votou para sair da Comunidade: um carregador de malas do terminal ferroviário da cidade, que perdeu seu emprego para um romeno. Este topou fazer a mesma coisa por um terço do preço.
Ou, nos atendo ao exemplo padrão, o encanador búlgaro que aceitou desentupir vasos sanitários pela metade do valor cobrado por um inglês.
Euro
Em 7 de fevereiro de 1992, na cidade holandesa de Maastricht, 12 países da Comunidade Europeia concordaram em ter uma moeda única (mais tarde, outras nações aderiram ao tratado) a partir de 1º de janeiro de 1999.
A denominação inicial dessa unidade monetária era ECU (European Currency Unit), mais tarde mudada para EURO.
Entre as cláusulas iniciais do tratado havia a da submissão dos países interessados em adotar o euro a rígidos princípios fiscais e monetários. Afinal de contas, eles não poderiam mais emitir moeda e teriam de seguir as decisões do Banco Central Europeu.
Acontece que a então chamada Cortina de Ferro desmoronara, a União Soviética se fragmentara em diversas repúblicas independentes e a Alemanha se reunificara dois anos antes.
O enorme custo da absorção, pela República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) fez com que o Bundesbank aumentasse fortemente os juros para captar o dinheiro necessário ao processo de reunificação.
Como os demais países que haviam prometido aderir ao euro tinham de manter determinadas paridades de suas moedas com o marco alemão, todos foram obrigados a elevar suas taxas de juros.
O resultado disso foi uma forte recessão na Europa, da qual a Grã-Bretanha escapou, justamente porque a libra esterlina não tinha obrigação de paridade alguma. O Reino Unido viveu fase de grande prosperidade.
Novos problemas
Agora, com o Brexit, os britânicos, isolados, irão enfrentar uma série de problemas.
Na ilha da Irlanda, 83,25% do território pertence à República da Irlanda. Os restantes 16,75%, Irlanda do Norte, fazem parte do Reino Unido e irão se separar da União Europeia.
Como controlar os 500 quilômetros de fronteira entre os dois países, sendo o do sul independente e sem taxas aduaneiras com a Comunidade Europeia e o do norte obviamente incluído no Brexit, já que faz parte do Reino Unido?
Uma vez que as viagens (marítimas e aéreas) através do mar da Irlanda - que separa a Irlanda, a oeste, da Inglaterra e Escócia, a leste - são domésticas, um sistema de fiscalização alfandegária terá de ser implantado para inibir o contrabando de mercadorias entre a ilha principal (Grã-Bretanha) e a parte norte da ilha irlandesa (Irlanda do Norte).
A Escócia também será uma dor de cabeça para o governo de Londres após a implantação do Brexit. Em 2014, houve um referendo no qual 55% dos escoceses decidiram manter seu país no Reino Unido.
Agora a primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon ameaça chamar nova consulta para saber se os eleitores mantêm a decisão de cinco anos atrás.
Com o Brexit em vigor, dificilmente isso se repetirá, uma vez que no referendo convocado em 2016 por David Cameron 62% dos escoceses apoiaram a permanência do Reino na Comunidade Europeia.
God save the Queen
A ereção da barreira aduaneira Escócia/Inglaterra, caso os escoceses se tornem independentes, trará o Continente para dentro da ilha, para pavor dos ingleses mais tradicionais que, desde tempos imemoriais, sempre consideraram o canal da Mancha (English Channel para eles) como uma dádiva dos deuses.
O prazo final para a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia é 31 de outubro. Se nenhum dos problemas acima estiver resolvido, o Brexit será caótico.
À libra esterlina, só restará duas opções: cair abaixo do par com o dólar, coisa que jamais aconteceu, para manter os produtos ingleses competitivos; permanecer nos níveis atuais através da prática de altas taxas de juros, medida que trará a reboque um crescimento pífio ou até mesmo uma recessão, recessão essa que conseguiram evitar quando, em 1992, em Maastricht, optaram por manter moeda própria.
Pensando bem, desta vez só lhes sobrará o God save the Queen.
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