A unidade responsável pela negociação de futuros da CBOE (uma das Bolsas de Chicago) anunciou que não incluirá novos contratos futuros de bitcoin para negociação no mês de março.
Como era de se esperar, a media logo associou tal atitude ao declínio do interesse institucional. Isso não é diferente do que foi feito quando, em dezembro de 2017, a CBOE anunciou o lançamento de seus contratos futuros de bitcoin.
À época, a media financeira falava sobre o quão rápido esse mercado amadureceria. O próprio presidente da CBOE, Chris Concannon, instigava os repórteres dizendo que já vislumbrava contratos amarrados ao ether, ao litecoin e ao bitcoin cash.
Mas, no fim das contas, a suspensão desses contratos futuros de bitcoin tem muito mais relação com a estratégia de negócio do que com o interesse pelo ativo.
Afinal, a CBOE vem sendo esmagada pela sua concorrente, a CME, que parece ter drenado toda a liquidez do mercado para si. A fatia de mercado abarcada pela CBOE saiu de pouco menos de 60 por cento, em dezembro de 2017, para pouco mais de 10 por cento, no fim de 2018.
Como se não bastasse, a concorrência tende a acirrar ainda mais a disputa por um pedaço desse bolo, com a entrada da Bakkt, da Seed CX e da ErisX no mercado de futuros de bitcoin.
Me parece que a conclusão de redução do interesse dos institucionais no mercado talvez tenha sido um pouco precipitada...