A barragem da Vale em Brumadinho que se rompeu nesta sexta-feira tinha capacidade para processar 12,7 milhões de metros cúbicos, segundo informações da mineradora. Trata-se de um volume maior do que foi veiculado inicialmente pela imprensa a partir de informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que estimavam que a estrutura suportava 1 milhão de metros cúbicos.
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A confusão ocorreu porque a nota técnica do Ibama se referia a barragem 6 do complexo da Vale em Brumadinho, enquanto a barragem rompida foi a número 1.
Enquanto não há informações precisas sobre a dimensão do acidente, os analistas financeiros estão usando a capacidade da barragem para estimar o impacto do desastre ambiental nos negócios da companhia e nos preços das ações. O principal referencial dos analistas é o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em novembro de 2015. A barragem da Samarco mantinha um volume de rejeitos de aproximadamente 55 milhões de metros cúbicos.
Alguns analistas financeiros utilizaram o número do Ibama, de 1 milhão de metros cúbicos, para minimizar o efeito do acidente nos papéis da companhia. A equipe de análise do Bank of America, por exemplo, ressaltou a diferença de porte das duas tragédias para reforçar sua recomendação de compra dos papéis da Vale.
Outra diferença da barragem da Vale é que ela não recebia mais rejeitos desde 2014, segundo informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).