🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Estadão Conteúdo

Projeções

Brasil deve levar ao menos uma década para voltar ao desemprego pré-crise

Para chegar aos 6,8% de desemprego, país deve manter taxa média de crescimento em 2,5%, segundo especialistas

Estadão Conteúdo
26 de dezembro de 2018
12:48 - atualizado às 14:51
Carteira de trabalho, desemprego
Imagem: Camila Domingues/ Palácio Piratini/ Fotos Públicas

O Brasil pode levar quase uma década para voltar ao nível de desemprego que tinha antes da crise, caso o País cresça nos próximos anos no ritmo esperado para 2019. Isso porque, mesmo após o fim da recessão, a lenta retomada da economia e os adiamentos dos investimentos têm travado o mercado de trabalho.

O mais recente Boletim Focus, do Banco Central, projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça cerca de 2,5% no ano que vem. É um resultado melhor que o esperado para 2018, de 1,5%, mas bem abaixo do que o mercado imaginava no começo do ano.

Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) têm projeções semelhantes, imaginando um crescimento entre 2,4% e 2,7% em 2019. Se o País mantiver um crescimento médio de 2,5% ao ano, o desemprego, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, só voltará aos 6,8%, registrados em 2014, em quase dez anos, segundo a consultoria Schwartsman e Associados.

O excesso de ociosidade do setor produtivo e a baixa demanda interna têm levado a uma retomada lenta do emprego formal, diz o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman. "O mercado de trabalho está melhor do que há um ano, mas ainda é o emprego informal - menos qualificado e com pior remuneração - que está reagindo com mais força."

A projeção da consultoria considera vários cenários de crescimento para o País e o quanto a taxa de desemprego cairia em cada um deles. Se o País crescer em média 4% ao ano, por exemplo, o desemprego volta ao nível de antes da crise em quatro ou cinco anos.

Caso o próximo governo consiga passar uma agenda robusta de reformas no Congresso e sinalizar uma mudança na trajetória da dívida pública, a confiança e o investimento voltam mais fortes e devem aquecer a economia e o mercado de trabalho, diz Schwartsman.

Leia Também

Ele lembra, no entanto, que se o desemprego ficar abaixo de 9%, apesar de positivo para o trabalhador, seria suficiente para pressionar preços e salários e fazer a inflação subir.

Lento e gradual

Os economistas ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" lembram que o país levou cerca de dez anos para chegar ao baixo nível de desocupação que tinha antes da crise e que ainda será um lento processo até o mercado de trabalho voltar aos eixos.

Alexandre Soares, de 32 anos, sente essa demora na pele. Ele sai de casa todos os dias, vê anúncios de emprego em postes, pede dicas de vagas aos vizinhos e preenche fichas de cadastro, em busca de um emprego com carteira assinada. Para pagar a condução e conseguir alguns trocados, ele toca violino na porta de uma agência de emprego, que fica em uma estação de trem de São Paulo.

"Aprendi a tocar na infância, no orfanato em que cresci. A música me ajudou em momentos difíceis na juventude e agora ajuda a garantir o mínimo de sustento", diz. Ele conta que procura há mais de um ano alguma vaga como servente, faxineiro ou ajudante de pedreiro, mas não consegue emprego. "Quando acho que vai dar certo, vem logo um 'não'. Acho que a espera ainda vai ser longa."

No trimestre móvel encerrado em outubro, a desocupação era de 11,7%, o equivalente a 12,4 milhões de pessoas, segundo a Pnad. Ainda que o desemprego tenha recuado nos últimos meses, os pesquisadores do Ibre estimam que a desocupação média de 2018 fique em 12,2%, o que faria deste ano o segundo pior da série histórica.

Para o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn, mesmo que o mercado de trabalho dê sinais de melhora este ano, o desempenho ainda é tímido, se comparado ao número de vagas que foram perdidas durante a crise.

"Infelizmente, não dá para ser muito otimista com relação ao mercado de trabalho, por mais que ele venha melhorando. O emprego formal demora a reagir, mesmo com o fim da recessão, e é um movimento que se sente no longo prazo."

Para Zylberstajn, setores que foram profundamente afetados nos últimos anos, como a construção civil, têm potencial de crescimento em 2019. "Apesar de as grandes obras de infraestruturas ainda estarem travadas, pela falta de investimentos, o mercado imobiliário começa a sinalizar que pode ter anos melhores pela frente."

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
CALENDÁRIO ECONÔMICO

Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado

27 de abril de 2025 - 17:12

Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

O EFEITO BORBOLETA DO TARIFAÇO

O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump —  a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer

15 de abril de 2025 - 14:34

Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje

14 de abril de 2025 - 8:46

Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA

14 de abril de 2025 - 6:30

Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana

REVISÃO

JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano

11 de abril de 2025 - 12:55

Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump

7 de abril de 2025 - 6:30

Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido

conteúdo EQI

Boletim Focus mantém projeção de Selic a 15% no fim de 2025 e EQI aponta caminho para buscar lucros de até 18% ao ano; entenda

1 de abril de 2025 - 8:00

Com a Selic projetada para 15% ao ano, investidores atentos enxergam oportunidade de buscar até 18% de rentabilidade líquida e isenta de Imposto de Renda

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Buy the dip

31 de março de 2025 - 20:00

Já que o pessimismo virou o consenso, vou aqui argumentar por que de fato uma recessão é ainda improvável (com uma importante qualificação final)

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços

31 de março de 2025 - 7:03

Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores

CALENDÁRIO DE DIVULGAÇÕES

Agenda econômica: últimos balanços e dados dos Estados Unidos mobilizam o mercado esta semana

30 de março de 2025 - 16:39

No Brasil, ciclo de divulgação de balanços do 4T24 termina na segunda-feira; informações sobre o mercado de trabalho norte-americano estarão no foco dos analistas nos primeiros dias de abril.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Mais uma Super Quarta vem aí: dois Bancos Centrais com níveis de juros, caminhos e problemas diferentes pela frente

18 de março de 2025 - 6:28

Desaceleração da atividade econômica já leva o mercado a tentar antecipar quando os juros começarão a cair no Brasil, mas essa não é necessariamente uma boa notícia

SERÁ QUE ANCOROU?

Alívio para Galípolo: Focus traz queda na expectativa de inflação na semana da decisão do Copom, mas não vai evitar nova alta da Selic

17 de março de 2025 - 9:49

Estimativa para a inflação de 2025 no boletim Focus cai pela primeira vez em quase meio ano às vésperas de mais uma reunião do Copom

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Super Quarta vem acompanhada por decisões de juros no Reino Unido, China e Japão e a temporada de balanços segue em pleno vapor

17 de março de 2025 - 7:03

Além dos balanços e indicadores que já movimentam a agenda dos investidores, uma série de decisões de política monetária de bancos centrais ao redor do mundo promete agitar ainda mais o mercado

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, dados de emprego dos EUA e o retorno da temporada de balanços marcam a semana pós-Carnaval

10 de março de 2025 - 7:03

Com o fim do Carnaval, o mercado acelera o ritmo e traz uma semana cheia de indicadores econômicos no Brasil e no exterior, incluindo inflação, balanços corporativos e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

NO FLOW

Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda

8 de março de 2025 - 9:54

Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você

EM MEIO À ALTA DOS JUROS

O último pibão de Lula? Economia brasileira cresce 3,4% em 2024, mas alta dos juros já cobra seu preço

7 de março de 2025 - 11:53

Depois de surpreender para cima nos primeiros trimestres de 2024, PIB cresce menos que o esperado na reta final do ano

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar