Os mercados de ações dos países emergentes sofreram o maior saque de recursos desde agosto de 2013, quando o Federal Reserve (Fed), banco central americano, acenou que começaria a subir sua taxa de juros e retirar outros estímulos monetários.
As estimativas do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que reúne mais de 450 bancos de 70 países, mostram uma saída bruta de US$ 17,1 bilhões dos portfólios de ações emergentes no mês passado, que foi marcado por um sentimento de fuga global de risco. Tal retirada está entre as quatro maiores já registradas desde que o acompanhamento começou em 2005.
Por outro lado, nota a IIF, os mercados de dívida emergentes conseguiram captar US$ 9,5 bilhões, em função das maiores taxas de juros. Assim, o resultado líquido do fluxo de recursos em ações e dívida emergente terminou o mês negativo em US$ 7,6 bilhões.
As movimentações se concentraram nos mercados da China, onde preocupações com a guerra comercial e menor crescimento resultaram em um saque de US$ 12,3 bilhões dos emergentes da Ásia.
Em seu relatório, a IIF pondera que um mês de saídas tão volumosas, além de ser um evento raro tende a representar uma oportunidade de compra.
Nos últimos quatro episódios de saídas superiores a US$ 10 bilhões, os 12 meses subsequentes registraram uma média de US$ 65 bilhões em novos ingressos, o que é visto como um bom indicativo de ativos baratos em um mercado “sobrevendido”.
“Conforme os investidores avaliam os riscos do aperto monetário do Fed e o potencial disruptivo da guerra comercial sobre as cadeias globais de fornecimento, essa venda pode ser uma boa oportunidade para se caças pechinchas ou uma armadilha de valor”, diz a IIF em seu relatório.