O Copom vai anunciar hoje sua decisão sobre a taxa básica de juros e já te adianto que a expectativa é de que ela se mantenha na mínima histórica, de 6,5% ao ano.
Eu me lembro de uma conversa que tive com o repórter Eduardo Campos no começo da campanha eleitoral, lá em agosto, quando o Seu Dinheiro nem tinha sido lançado oficialmente. Ele me dizia que essa reunião que termina hoje seria a mais importante dos últimos tempos.
Essa frase está coberta de razão e eu te digo o porquê. Até aqui, o BC se baseava em um cenário de governo Temer, de Congresso dominado pelo Centrão e de uma incansável negociação entre o Executivo e o Legislativo para aprovar reformas e pautas. Mas as eleições vieram como um tornado e deixaram Brasília de cabeça para baixo com a maior renovação da Câmara e do Senado em mais de 20 anos e com a Presidência na mão de um partido que até então era nanico.
Tudo isso deve dar novos rumos para a economia e, principalmente, para o Copom. A reunião de hoje vai ser a primeira oportunidade de você saber o que vai acontecer com a Selic daqui para a frente e como o comitê pretende agir. E diante de toda essa novidade eu não poderia te deixar na mão, sem explicações e análises. Eu não, o Edu. Nesta matéria ele vai te contar tudo o que ele espera para essa reunião que termina hoje e como isso vai impactar nos seus investimentos. Boa leitura!
Ei, dá meu dividendo aqui
Há alguns dias, a Bradespar, holding de investimentos do Bradesco, anunciou aos acionistas que eles ficariam com as mãos abanando em relação ao pagamento de dividendos este ano. A razão? o prejuízo causado à holding pelo acordo fechado entre ela e pela Litel com a Elétron. Se você não lembra, as três empresas eram acionistas da Vale em 1997, quando houve uma reorganização societária na mineradora. Mas um conselheiro da Vale tem uma estratégia para salvar seus dividendos. A Ana Paula Ragazzi, que cobre empresas há anos, te revela qual é ela. Mas já te dou um spoiler: não va ser nada fácil.
Vai ter superministério, sim!
O deputado Onyx Lorenzoni, cotado para chefiar a Casa Civil no governo Bolsonaro, confirmou que a gestão terá entre 15 e 16 ministérios. Ele também voltou a afirmar que haverá fusão dos ministérios do meio Ambiente com o da Agricultura. O enxugamento também deve levar à união dos ministérios da Economia ao da Fazenda e do Planejamento ao da Indústria e Comércio. A CNI reagiu com preocupação ao anúncio. Saiba mais.
No azul
O Santander Brasil manteve a sequência de resultados acima do esperado pelo mercado no 3º trimestre, com um lucro líquido de R$ 3,108 bilhões, o que representa uma alta de 20%. O Vinícius Pinheiros te dá todos os detalhes do balanço que saiu hoje cedo aqui.
Mercados
O mercado hoje continua de olho na temporada de balanços e na reunião do Copom (que te contei mais sobre aí em cima). Ontem, a bolsa voltou a recuperar o “otimismo Bolsonaro” com, aos poucos, o novo governo dando pistas de como deve agir quando chegar ao Planalto. O Ibovespa fechou em alta de 3,69%, aos 86.885 pontos e o dólar caiu 0,26%, a R 3,6924. A Julia Wiltgen te conta em que mais você deve ficar atento hoje.
Agenda do dia
- Índices
BC divulga dados do fluxo cambil semanal
Espanha divulga PIB do 3º trimestre
Zona do euro divulga desemprego em setembro
Markit divulga PMI do Japão e da China em outubro
- Bancos Centrais
Copom anuncia decisão sobre a Selic
Japão anuncia decisão sobre juros
- Balanços 3º trimestre
No Brasil: Santander Brasil, Lojas Americanas, B2W e Engie
Teleconferências: Santander Brasil, Smiles, EcoRodovias, Cielo
Lá fora: GM, Santander Espanha, Air France-KLM, Telefónica e Samsung
*Com colaboração de Fernando Pivetti e Luis Ottoni