A Vale informou nesta sexta-feira (20) que irá realizar o pagamento de R$ 7,2 bilhões em juros sobre capital próprio aos seus acionistas.
O pagamento ainda não tem data para ocorrer, isso porque a mineradora mantém a suspensão do pagamento de dividentos e remuneração dos acionistas, anunciada logo após a tragédia de Brumadinho, no dia 28 de janeiro, quando alterou o sistema de pagamento devido aos desdobramentos do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão.
Ainda assim a notícia foi bem recebida pelos investidores. Por volta das 11h os papéis ordinários da Vale (VALE3) subiam 1,63%, cotados a R$54,88.
As ações da Bradespar, holding do Bradesco com grande participação nos papéis da mineradora, também são influenciadas positivamente. As ações preferênciais da companhia subiam 1,87%, por volta das 11h30. Já as ordinárias apresentavam alta de 2,56%.
O valor do pagamento foi calculado com base nas reservas de lucros da companhia do balanço do dia 30 de setembro e corresponde a R$ 1,41436439 por ação ordinária e preferencial de classe especial de emissão da Vale.
As ações da Vale passaram a ser negociadas ex-direitos tanto na B3 como na NYSE a partir do dia 27 de dezembro de 2019. Atualmente a mineradora possui 5,1 milhões de ações em circulação.
Juros sobre Capital Próprio (JCP)
O pagamento de JCP é diferente das distribuições de dividendos, mas também é uma forma de distribuir lucros. A diferença entre elas é meramente contábil e tributária.
O JCP é considerado uma despesa financeira da companhia. Por isso, reduz a base tributária da companhia, que irá pagar menos impostos. Quem paga o tributo é o acionista.