O governo de Jair Bolsonaro (PSL) deve tirar da Infraero o controle dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. A previsão é que o leilão seja o último da estatal, que deve ser extinta na próxima gestão.
A informação é do jornal "Estado de S. Paulo" desta sexta-feira, 28.
Com a entrega dos aeroportos à iniciativa privada e a permissão para que empresas aéreas brasileiras tenham até 100% de capital estrangeiro - prevista numa medida provisória assinada pelo presidente Michel Temer no último dia 13 -, o futuro governo pretende “revolucionar” o mercado de serviços aéreos no Brasil, afirmou o futuro secretário de Aviação Civil, Ronei Glanzmann.
O governo Bolsonaro quer oferecer ao mercado 44 aeroportos que, juntos, mobilizarão investimentos estimados em R$ 8,7 bilhões ao longo dos 30 anos do contrato de concessão. Não estão nessa conta os 12 aeroportos no Norte, Nordeste e Centro-oeste cujo leilão já está marcado para o dia 15 de março de 2019. A expectativa é que haja muitos grupos interessados.
As concessões de Congonhas e Santos Dumont foram cogitadas pelo governo Temer, que igualmente pretendia acabar com a Infraero. Os planos, porém, foram abandonados por pressões políticas. Funcionários da empresa e o PR, partido que domina a estrutura do Ministério dos Transportes, foram contra.
“A modelagem brasileira de concessão de aeroportos está sendo considerada a melhor do mercado”, disse o futuro secretário, que hoje já cuida do processo de concessão de aeroportos como diretor de Políticas Regulatórias da Secretaria de Aviação Civil. Ele conta que a equipe brasileira foi “assediada” por investidores no Global Airport Development, o maior evento de concessões de aeroporto do mundo, realizado em novembro, na Alemanha.
O mesmo modelo que mobiliza grupos de pelo menos 13 países para o leilão de março de 2019 será usado em mais dois leilões, programados para o início de 2020 e o início de 2022.
*Com Estadão Conteúdo