Governo está de olho na sua renda e nos seus investimentos
Documento endereçado à equipe de transição simula aumento de imposto de renda, tributação de lucros e dividendos, 15% sobre LCA e LCI e elevação do imposto sobre demais aplicações financeiras
O Ministério da Fazenda apresentou mais um documento a ser entregue à equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com medidas para ajustar as contas públicas via redução de gastos, aumento de impostos e redução de benefícios tributários. São diversas propostas, mas vamos centrar atenções naquelas que podem ter impacto direto sobre o nosso dinheiro.
O documento “Panorama Fiscal Brasileiro” sugere a criação de um faixa adicional no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 35% para rendimento superior a R$ 300 mil por ano, ou R$ 25 mil por mês.
Também está lá a proposta, debatida durante a campanha, de tributar a distribuição de lucros e dividendos em 15% na fonte. Essa mesma alíquota seria aplicada aos rendimentos da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), hoje isentas. Algo já proposto pelo então ministro da Fazenda Joaquim Levy, que vai comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no próximo governo.
Mais uma possibilidade é subir em 5 pontos percentuais a tabela regressiva de IR sobre aplicações financeiras. Essa tabela serve para diversas modalidades de investimento, como os fundos e previdência, e varia conforme o prazo, partindo de 22,5% para investimentos até 180 dias e recuando até 15% para prazos superiores a 720 dias.
Também está elencada a proposta de alteração na cobrança de imposto sobre os fundos exclusivos, que atendem a investidores de alta renda. Algo que o governo tentou votar, perdeu, e já reapresentou ao Congresso.
No documento, o Ministério da Fazenda afirma que se trata de mero exercício financeiro, sem intenção de sugerir propostas e que não há análise ou indicação de mérito ou impactos sociais e políticos. Todas as medidas propostas permitiriam um ganho de R$ 950 bilhões em quatro anos para os cofres do governo.
Leia Também
O governo faz esses exercícios pois tenta e precisa, desesperadamente, estabilizar o crescimento da relação dívida sobre o Produto Interno Bruto (PIB). E o que está ficando claro a cada dia que passamos sem reformas é que o ajuste apenas pelo lado da redução de despesa pode não ser suficiente. Assim, a solução do quadro fiscal vai exigir mais sacrifícios de todos (mais impostos) se o intuito é seguir em um cenário de inflação e juros baixos.
A tabela traz, ainda, na área de receitas não administradas, a cobrança de mensalidade em universidades públicas, com impacto de R$ 10 bilhões nos quatro anos, e reajuste das taxas cobradas pela União, com R$ 850 milhões no período.
Qual a chance de o novo governo abraçar essa agenda?
Tomando por base o programa de governo e as declarações de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, o único ponto que foi diretamente tratado envolve a tributação de lucros e dividendos.
O futuro ministro já se disse favorável a essa tributação, mas seria uma medida acompanhada de diminuição do imposto de renda das empresas.
Sobre imposto de renda, Guedes ventilou, no período de campanha, a criação de uma alíquota máxima de 20% para “respeitar o Tiradentes”. Uma referência à revolta contra o quinto cobrado por Portugal na época do Brasil Colônia.
Também foi ventilada uma proposta de isentar de IR os contribuintes que ganham até cinco salários mínimos, mas não se tratou mais no assunto. No fundo, tal medida representaria apenas uma recomposição dos limites de isenção do IR que deixaram de ser corrigidos nos últimos anos.
Ainda na seara tributária, Guedes defendeu a criação de um imposto sobre movimentação financeira. Seria uma forma de simplificar a declaração e a fiscalização de diversos outros tributos. A proposta tem seu méritos, mas o assunto, no entanto, apareceu no noticiário como uma “nova CPMF” e gerou um tremendo desgaste durante a campanha eleitoral.
Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendermos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso. Boa noite a todos! 👍🏻
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 19, 2018
Agora, com o governo eleito e prestes a tomar posse, ainda não assistimos à apresentação de medidas detalhadas sobre o que se pretende na área tributária.
Bolsonaro, sempre que perguntado sobre o assunto, afirma que ninguém aguenta mais impostos e que sua equipe trabalha pela redução da carga tributária.
Tem um adágio político que diz que se faz campanha em poesia e se governa em prosa. Fica dúvida sobre qual será a prosa do novo governo para ajustar as contas apenas cortando gastos e revendo privilégios e isenções sem avançar sobre o nosso bolso, carinhosamente chamado de Tesouro, quando convém.
*A integra do documento está disponível aqui.
Por que investir no exterior é importante mesmo quando os rendimentos em renda fixa no Brasil estão tão atraentes?
Especialistas discutiram como os eventos globais estão moldando as estratégias de investimento e a importância da diversificação internacional
Mercado de previdência cresce a dois dígitos por ano, mas investimento ainda gera polêmica entre especialistas e beneficiários
No Brasil, o tema costuma ser um dos mais polêmicos e desafiadores, tanto para especialistas quanto para beneficiários
Ações da Vibra (VBBR3) saltam no fim do pregão da B3 com ganho de causa em ação tributária de R$ 4 bilhões
O processo envolve uma disputa entre a Vibra e a União e créditos de PIS/Cofins previstos na Lei Complementar nº 192/2022
Não deve ser hoje: Ibovespa aguarda PIB em dia de aversão ao risco lá fora e obstáculos para buscar novos recordes
Bolsas internacionais amanhecem no vermelho com temores com o crescimento da China, o que também afeta o minério de ferro e o petróleo
Investe em FIDC? Nova lei pode reduzir riscos e aumentar a rentabilidade dos fundos de direitos creditórios
O texto traz uma flexibilização para a Lei da Usura que, segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, deve beneficiar essa classe de investimentos
‘Taxação das blusinhas’: com imposto para compras internacionais em vigor, governo divulga quanto espera arrecadar ainda em 2024
Medida prevista no Remessa Conforme faz parte do pacote para compensar a desoneração da folha de pagamento dos setores e dos municípios
Setembro finalmente chegou: Feriado nos EUA drena liquidez em início de semana com promessa de fortes emoções no Ibovespa
Agenda da semana tem PIB e balança comercial no Brasil; nos EUA, relatório mensal de emprego é o destaque, mas só sai na sexta
Stuhlberger vê Brasil com ‘muita cautela’ em meio a tendência “explosiva” para o fiscal
Nas projeções do gestor da Verde, a inflação no Brasil deve ficar próxima de 4,5% em 2025, apesar da política monetária mais restritiva do Banco Central
Previsão de déficit zero, corte no Bolsa Família e salário mínimo de R$ 1.509: o plano do governo para o Orçamento de 2025
Projeto de lei com os detalhes do Orçamento de 2025 foi enviado por Lula ao Congresso Nacional na noite de sexta-feira
Fiz uma dívida de imposto de renda em Portugal e retornei ao Brasil; posso ser impedida de entrar na Europa novamente?
Leitora descobriu débito apenas depois de voltar ao Brasil, mas não consegue pagá-lo daqui; e agora?
‘Vamos sair de um dos piores sistemas tributários do mundo para um dos melhores’, diz Haddad ao rebater críticas à alíquota de 28% após reforma tributária
Ministro da Fazenda frisou que Brasil já tem a maior alíquota de imposto sobre consumo hoje, e que ela é maior que 28%. Haddad considera reforma tributária atual “um milagre”
Ibovespa salta mais de 6% e é o melhor investimento de agosto; bitcoin (BTC) despenca 11% e fica na lanterna – veja ranking completo
Impulsionado principalmente pela perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos, o índice registrou o melhor desempenho mensal deste ano
Sem ‘interrogatório’ antes de investir e mais acesso a empresas de menor porte: as medidas da CVM para democratizar o mercado de capitais
Em fala no evento Expert XP, presidente da CVM, João Pedro Nascimento, falou do ofício da CVM que dispensa investidor conservador de responder a todo o questionário de suitability e diz que autarquia irá anunciar medidas para dar mais acesso ao mercado de capitais para empresas de faturamento até R$ 500 milhões
Receita Federal paga 4º lote da restituição do Imposto de Renda hoje (30); veja como checar se o dinheiro já caiu na conta
Pela primeira vez, a maior parte do valor da restituição do Imposto de Renda será direcionado aos contribuintes que não estão na lista de prioridades
Uma injeção inesperada: Gerdau (GGBR3) levanta R$ 1,77 bilhão em créditos tributários e agora tem um ‘bom problema’ para resolver
BTG Pactual qualificou anúncio da Gerdau como uma “surpresa bem-vinda” e espera reação positiva do mercado
3 jeitos (errados) de tentar fugir do imposto sobre heranças e doações que podem trazer dor de cabeça com o Fisco
Governos estaduais estão de olho em transações que simulam operações de compra e venda, mas são doações disfarçadas, evitando assim a cobrança de ITCMD
Mais de 560 milhões de pessoas investem em criptomoedas — mas só 11 investidores ficaram bilionários com bitcoin (BTC)
Em meio à escalada de preços dos ativos digitais, o apetite dos investidores por esse tipo de investimento também aumentou, segundo relatório da Henley & Partners
Governo avalia 113 pedidos de autorização das bets, que podem render R$ 3,3 bilhões aos cofres públicos
O processo de análise é parte da regularização dos mercados de bets; após a avaliação, o governo federal aplicará sanções contra empresas de apostas esportivas que não estiverem autorizadas
Um olhar para dentro da bolsa: Depois de bater novo recorde com Petrobras (PETR4), Ibovespa repercute novo CEO da Vale (VALE3)
Além da Petrobras e da Vale, os investidores repercutem hoje a prévia da inflação de agosto e seu possível impacto nos juros
CVM publica regras para portabilidade de aplicações financeiras; entenda como vai funcionar o “Pix dos investimentos”
Resoluções entrarão em vigor em 2025 e possibilitam, por exemplo, transferir cotas de fundos de investimento de uma corretora para outra