A bola está com você, eleitor, que decidirá se a Selic sobe ou não
Copom reafirma importância de ajustes e reformas para manter inflação e juros baixos
Quando formos às urnas agora em outubro além de escolhermos presidente e outros representantes, também vamos decidir o que o Banco Central (BC) fará com a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano. Experiência interessante, especialmente para aqueles que pedem maior participação popular nas decisões econômicas do país.
Essa é a mensagem que se extrai da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada pela manhã. Fica a expectativa, agora, com o fala do presidente Ilan Goldfajn, que apresenta o Relatório da Inflação na quinta-feira, quebrando um silêncio de meses.
A questão é saber como o mercado vai reagir e formar expectativas com relação à agenda econômica do eleito. O ponto destacado pelo Copom é “que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”.
Se o eleito convencer que vai seguir com uma agenda de reformas e ajustes, projeções e expectativas de preços podem permitir manutenção do juro no patamar atual. Se a visão prevalente for de pouco compromisso com reformas, o BC vai ter de subir os juros para domar as expectativas. A resposta do BC às eleições vem nos dias 30 e 31 de outubro.
O BC mudou sua comunicação indicando que pode começar a retirar estímulo, mesmo que gradualmente, em função de uma piora nas projeções de inflação. Considerando Selic estável em 6,5% e câmbio a R$ 4,15, o IPCA, que baliza o regime de metas, fecha o ano em 4,4% e vai a 4,5% em 2019, acima da meta para o ano de 4,25%. Em tese o BC já teria argumento para subir juro, mas há margem para aguardar.
O ponto aqui é o dólar a R$ 4,15, que capta a grande incerteza eleitoral e vai servir de termômetro sobre a percepção dos formadores de preço com relação ao próximo presidente e sua agenda econômica.
Leia Também
O parágrafo 23 do documento nos diz que todos os membros do Copom avaliaram “que o nível de incerteza da atual conjuntura gera necessidade de maior flexibilidade para condução da política monetária, o que recomenda abster-se de fornecer indicações sobre seus próximos passos”. Algo como, se não sabe o que vem pela frente, melhor ter cautela.
Por outro lado, os membros do Copom ponderaram que se torna importante reforçar o seu compromisso de conduzir a política monetária visando manter a trajetória da inflação em linha com as metas. Aqui o BC está dizendo que embora a incerteza seja grande, ele não pode ficar apenas assistindo o aumento das expectativas de inflação.
“Essa capacidade de resposta a distintas circunstâncias contribui para a manutenção do ambiente com expectativas ancoradas, o que é fundamental para garantir que a conquista da inflação baixa perdure, mesmo diante de choques adversos”, explica o BC.
Repasse cambial
Na avaliação do BC, com exceção de alguns preços administrados (alugueis por exemplo), o nível de repasse da recente valorização do dólar para outros preços da economia tem se mostrado contido. Esse grau de repasse depende de vários fatores, como, por exemplo, do nível de ociosidade da economia e da ancoragem das expectativas de inflação.
Alguns estudos acadêmicos já mostraram que em casos de atividade fraca e expectativas ancoradas a capacidade de repasse de choque cambial é quase nula. Já em momentos com expectativas de inflação desancoradas, o espraiamento do dólar caro para o restante da economia é maior.
Ainda sobre o comportamento dos preços, o BC afirma que suas medidas que captam a tendência da inflação (núcleos de preços) passaram a mostrar comportamento compatível com a meta de inflação. Até então, a classificação era de que os núcleos estavam baixos, rodando próximo do piso da meta de 3%.
A tese do BC para esse fenômeno está no parágrafo 14: “É possível que os ajustes de preços relativos ocorridos recentemente, em contexto com expectativas ancoradas, tenham contribuído para elevar a inflação para níveis compatíveis com as metas, sem constituir risco para a manutenção nesses níveis após concluídos os referidos ajustes.”
O BC presta especial atenção aos núcleos de preços dentro da lógica de que uma reação à elevação de preços deve ocorrer apenas quando eles se espalham para o restante da economia (efeito secundário). "Entretanto, os membros do Comitê reforçaram a importância de acompanhar a evolução da trajetória prospectiva da inflação no médio e longo prazos, além da ancoragem das expectativas de inflação, visando avaliar o possível impacto mais perene
de choques sobre a inflação."
O BC voltou a dizer que embora a conjuntura prescreva política monetária estimulativa, “esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora”.
E de fato o balanço de riscos piorou, e está “assimétrico”. O BC está dizendo que a chance de ocorrência de eventos negativos para inflação está maior. E quais são esses eventos? “Continuidade do processo de ajustes e reformas na economia brasileira e o risco associado a deterioração do cenário para economias emergentes”. Além disso, estimular a economia via taxa de juros requer expectativas ancoradas.
Cenário externo
A conjuntura internacional se mantém desafiadora para economias emergentes com redução do apetite ao risco. O BC trabalha com normalização gradual das taxas de juros em economias avançadas. Amanhã, o Federal Reserve, banco central americano, tem reunião e pode reforçar ou não essa tese do BC.
Além disso, o BC acompanha a guerra comercial entre EUA e demais países. Essa preocupação aparece da seguinte forma: “riscos associados à continuidade da expansão do comércio internacional, com possíveis impactos sobre o crescimento global”.
Atividade econômica
Para o BC, a recuperação da economia brasileira ocorre em ritmo mais gradual que o vislumbrado no início do ano. E a economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.
O BC projeta um crescimento de 1,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e essa projeção será atualizada na quinta-feira. No fim do ano passado, o BC via a economia crescendo 2,6% e o mercado chegou a trabalhar com 3%, mas agora está em 1,35%.
David Beker, do Bank of America, mantém projeção otimista para os juros: corte de 0,50 p.p. em janeiro e Selic a 11,25% em 2026
Economista-chefe do BofA acredita que o Copom não precisa sinalizar no comunicado antes de fazer qualquer ajuste e mantém olhar otimista para a política monetária
Ficou sem luz? Veja quanto custa um gerador para sua casa
Com a falta de luz atingindo milhões, veja quanto custa investir em um gerador para manter sua casa funcionando durante apagões prolongados
Governo lança pacote “MEI em Ação” com novo app unificado, assistente virtual com IA e capacitações
O app Meu MEI Digital passa a reunir os serviços do Portal do Empreendedor com atalhos para formalização, alteração de dados e emissão de NF-e
Como comprar ingressos para Copa do Mundo 2026: nova fase abre hoje
Fifa abre nova fase de vendas da Copa do Mundo 2026; veja como se inscrever, participar do sorteio e garantir ingressos para acompanhar os jogos nos EUA, México e Canadá
Selic se mantém em 15% ao ano e Copom joga balde de água fria nos mercados ao não sinalizar corte nos juros
O Copom não entregou a sinalização que o mercado esperava e manteve o tom duro do comunicado, indicando que os cortes na Selic podem demorar ainda
Valor do novo salário-mínimo altera contribuição para MEI; veja quanto fica
O piso nacional será de R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026 e aumenta o valor da tributação dos microempreendedores individuais
Ceia de Natal 2025: veja os alimentos que mais tiveram alta nos preços
Com bacalhau, lombo e aves natalinas em alta, a ceia fica mais pesada no bolso; azeite e pernil registram queda
Aprenda com os bilionários: 5 hábitos financeiros de Elon Musk e Warren Buffett que podem te ajudar a construir patrimônio
Hábitos de bilionários como Warren Buffett, Elon Musk e Jeff Bezos mostram como visão de longo prazo, disciplina, diversificação e juros compostos podem impulsionar a construção de patrimônio
Este parque marcou uma geração, quase quebrou — e agora mira recuperar os tempos de ouro
Hopi Hari encerra recuperação judicial, reduz dívida e anuncia R$ 280 milhões em investimentos até 2028
Lei da água gratuita: as cidades e Estados onde bares e restaurantes são obrigados a oferecer água potável sem custo
Brasil vive um cenário fragmentado: leis estaduais caíram, outras sobreviveram, e um projeto nacional tenta unificar a regra
Por que o BTG espera que os lucros disparem até 17% no ano que vem — e que ações mais ganham com isso
Banco projeta lucro R$ 33,78 bilhões maior para empresas: parte dessa alta vem das empresas que vendem principalmente no mercado doméstico,pressionado com os juros altos
Penas menores para Bolsonaro e condenados pelo 8 de janeiro? Câmara dos Deputados aprova redução; confira o que acontece agora
O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados de tentativa de golpe de Estado, mas trecho foi retirado
Mega-Sena 2949 acumula e vai a R$ 38 milhões, enquanto Timemania salta para R$ 64 milhões; veja as loterias da Caixa
Hoje é dia de sorteios da +Milionária (R$ 11 milhões), da Quina (R$ 600 mil) e da Lotomania (R$ 1,6 milhão); amanhã entram em cena a Mega-Sena e a Timemania.
Câmara aprova regras mais rígidas contra devedor contumaz; texto vai para sanção de Lula
Quando a Fazenda identificar um possível devedor contumaz, deverá enviar notificação e conceder prazo de 30 dias para pagamento da dívida ou apresentação de defesa
O corte da Selic vem aí? Resposta do Copom estará nas entrelinhas do comunicado desta Super Quarta
Na última reunião do ano, mercado espera mudanças sutis no comunicado do comitê para consolidar apostas de cortes nos juros já em janeiro
Estes brinquedos já custam quase o mesmo que um smartphone da Samsung; veja a comparação
Modelos premium de Barbie, Lego e itens colecionáveis chegam ao varejo com preços que rivalizam com eletrônicos
Haddad crava: votação de projeto contra devedores contumazes deve acontecer nesta terça (9); ministro tenta destravar pauta fiscal
Haddad vê clima favorável na Câmara para avançar em medidas que reforçam a arrecadação e destravam o Orçamento de 2026
CNH sem autoescola aprovada: veja como será o novo processo e quanto você vai economizar
As novas regras da CNH sem autoescola, agora dentro do programa CNH do Brasil, reduzem custos, flexibilizam aulas e ampliam o acesso à habilitação
Com dividendos no radar, Prio (PRIO3) é a queridinha do BTG Pactual, mas preço-alvo cai
A atualização veio na esteira do Investor Day, quando a petroleira forneceu mais detalhes sobre o momentum operacional e as prioridades
Como vai funcionar a renovação automática da CNH para quem é bom motorista
Novas regras da CNH incluem renovação automática para bons condutores, provas mantidas, instrutores autônomos e queda de até 80% no custo da habilitação
