Estudo do BNDES sugere criação de sistema integrado para concessões rodoviárias
Tendo como base rodovias federais não concedidas, estudo calculou que apenas 9% dessa malha seria viabilizada com tarifas inferiores a R$ 8,00/100 km

Para continuar com o atual programa de concessões rodoviárias e garantir sua sustentabilidade no futuro, o governo federal poderia criar um sistema integrado para a malha concedida, instituir uma política tarifária nacional e implantar uma câmara de compensação para equilibrar as tarifas de todo o sistema.
É o que sugere um estudo divulgado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na semana passada, realizado pelo Consórcio BR-500 com cooperação técnica da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
A ideia do estudo era traçar um diagnóstico do programa federal para o setor e pensar em maneiras de aperfeiçoá-lo, especialmente porque a maior parte das rodovias de maior fluxo e em melhores condições - ou seja, mais atrativas ao mercado - já foram concedidas, o que tende a limitar, no futuro, o uso das concessões nos moldes atuais. Se o modelo não for repensado, a maioria dos novos trechos a serem concedidos exigirá tarifas muito superiores à média praticada atualmente.
Tendo como base quase 30 mil quilômetros de rodovias federais não concedidas, o estudo calculou, por exemplo, que apenas 9% dessa malha seria viabilizada com tarifas inferiores a R$ 8,00/100 km - atualmente, 79% dos trechos federais concedidos praticam tarifas inferiores a este valor. Se houver algum tipo de flexibilização dos requisitos de qualidade e de serviços operacionais exigidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nas concessões, o porcentual da malha que se viabilizaria com esses valores de pedágio subiria para 27%.
Diante dessas constatações, o levantamento concluiu que o modelo atual de concessões rodoviárias federais, que fixa as tarifas de forma individualizada por trecho concedido, "apresenta uma série de lacunas estruturais: iniquidade tarifária; limitação às rodovias autossustentáveis; exigências contratuais independentes da demanda; e esgotamento do modelo".
Para mudar esse cenário, a principal proposta é integrar as concessões rodoviárias federais em um sistema, como se pratica no Japão e em sistemas de transporte urbano no Brasil.
Leia Também
"Neste sistema, os usuários que pagam a tarifa com base nos investimentos executados no período de cada concessão passariam a pagar as tarifas com base nos serviços efetivamente disponibilizados no sistema de concessões, independentemente de qual é a concessionária responsável por cada trecho rodoviário. Isto é, o Sistema de Concessões Rodoviárias Federais proposto oferta os serviços de infraestrutura aos usuários por meio de diversas concessionárias, que, por sua vez, são remuneradas pelas receitas tarifárias do sistema de acordo com seus respectivos custos e investimentos", explica o estudo.
A criação desse sistema viria junto da instituição de uma política tarifária nacional. A ideia é que as tarifas sejam definidas em função do padrão de qualidade de serviços e da infraestrutura de cada rodovia, em vez de serem baseadas apenas no custo dos investimentos e da manutenção de cada trecho.
Para que o sistema seja viável, seriam criadas ainda classes de rodovias (predefinições dos níveis de serviço e investimentos exigidos para uma concessão) e uma câmara de compensação que centralizaria os recursos arrecadados com pedágios de todas as rodovias e os distribuiria conforme previamente estabelecido nos contratos de cada concessão.
O marco regulatório do setor rodoviário restringe a aplicação de recursos tarifários em rodovia diferente da que a tarifa foi arrecadada. Por isso, se quiser seguir com a proposta de um sistema integrado, o governo teria de apresentar uma proposta legislativa específica disciplinando as condições de implantação do sistema, observa o estudo.
Investimentos
O levantamento destaca ainda a necessidade de ampliação da iniciativa privada no desenvolvimento da infraestrutura rodoviária, tendo em vista o cenário de restrição fiscal projetado para os próximos anos.
Conforme calculado pelo estudo, seriam necessários investimentos de R$ 65 bilhões para corrigir deficiências atuais de capacidade e qualidade do pavimento em 27 mil quilômetros, ou 51% da malha federal pavimentada sob gestão pública. Além desse montante, estimou-se que manter a qualidade dessa malha demandaria entre R$ 165 mil por quilômetro por ano e R$ 146 mil por quilômetro por ano nos próximos 20 anos.
Nos últimos anos, o montante investido por quilômetro pela União tem sido suficiente apenas para impedir a deterioração da qualidade da malha, afirma o levantamento.
A crônica de uma saída anunciada: BNDES vende 12% de sua participação na JBS (JBSS3) e inicia desinvestimento
Operação de block trade ocorreu na manhã de hoje e movimentou R$ 2,66 bilhões
‘Não é função de um banco público ficar carregando R$ 120 bilhões em ações’, diz presidente do BNDES
Gustavo Montezano afirmou que banco seguirá vendendo participações em empresas, hoje estimadas em R$ 70 bilhões, e redirecionará recursos para financiar projetos de infraestrutura e de apoio a micro e pequenas empresas
BNDES abre linha de mais de US$ 500 milhões para financiar exportação de 24 jatos da Embraer
A entrega dos jatos à SkyWest Airlines começou em agosto do ano passado e deve se estender até abril do ano que vem
AES Brasil (AESB3) levanta R$ 1,1 bilhão em oferta restrita de ações
Oferta poderia ter ultrapassado a marca de R$ 1,5 bi, mas lote secundário acabou retirado a pedido do BNDESPar
BNDES vira ‘sócio’ da Mesbla e de outras empresas que não existem mais
O BNDES ressaltou que as ações de firmas “em processos de recuperação ou falência ou outras situações inoperantes” foram “incorporadas” ao balanço da BNDESPar, a empresa de participações do banco, “sem nenhum custo para sua aquisição”
Corrupção na Caixa? Após balanço, Bolsonaro diz que presidente do banco está ‘abismado’ com corrupção nas gestões passadas
Mais cedo, Pedro Guimarães contou que “problemas de gestões passadas”, provocaram um prejuízo de R$ 46 bilhões ao banco
Câmara dá início à sessão que discute privatização dos Correios; acompanhe
A venda da estatal está prevista no Projeto de Lei 591/21, do Poder Executivo; a proposta permite a transformação dos Correios em empresa de economia mista
Privatizações: BNDES quer Correios e Eletrobras prontas para venda no 1º semestre de 2022
O presidente do banco de fomento voltou a defender a estratégia de venda da carteira de participações acionárias da instituição
BNDES dá mais um passo para efetivar privatização da Eletrobras em fevereiro
Banco de fomento publicou o contrato do consórcio que vai conduzir a modelagem e a estruturação financeira do processo
Justiça do Rio suspende pregão eletrônico da Eletrobras
Com a decisão as avaliações da usina hidrelétrica de Itaipu e da Eletronuclear também devem ser feitas pelo BNDES
Expectativa do BNDES é mandar proposta de edital dos Correios ainda no 2º semestre
Plano do banco de fomento é levar empresa a leilão em janeiro ou fevereiro de 2022, mas novo marco regulatório ainda precisa ser aprovado
BNDES quer viabilizar privatização da Eletrobras e refazer leilão de bloco da CEDAE ainda este ano
Além disso, o banco de fomento trabalha em outros 120 projetos de desestatização que podem chegar a um investimento total de R$ 243 bilhões em obras
Lucro do BNDES cresce 78% e atinge R$ 9,8 bilhões no 1º trimestre
O Banco aproveitou o período próspero para antecipar um pagamento de R$ 38 bilhões e reduzir em 21% sua dívida com a União
Governador do RS diz que rodovias do Estado devem ir a leilão no 2º semestre
O governador gaúcho ainda ressaltou outros projetos de concessão que estão no radar
Conselho do BNDESPar aprova regras para venda de Units da Copel
O BNDESPar possui participação de 24% na Copel, e no final do ano passado, já havia anunciado sua intenção de se desfazer dos ativos
Cielo se junta ao BNDES para avançar no crédito para pequenas e médias empresas
A companhia e o banco de fomento constituíram um FIDC com R$ 529,4 milhões destinados a 56 mil empresas em busca de capital de giro
BNDES tem na fila mais cinco leilões de saneamento
Disputas devem ser realizadas até o primeiro semestre do ano que vem, e envolvem investimentos no valor de R$ 17 bilhões
BNDES tem lucro recorde de R$ 20,7 bi em 2020, após venda de ações de Vale e Suzano
Instituição pagará R$ 4,9 bilhões em dividendos referentes ao resultado do ano passado para o Tesouro Nacional
BNDES embolsa R$ 11 bi com venda das últimas ações que detinha na Vale
Desde agosto do ano passado, a instituição financeira vendeu um total de R$ 24 bilhões em ações da mineradora.
BNDES aguarda aprovação do PL da Eletrobras para iniciar estudos de privatização
Montezano reafirmou ainda que o BNDES continuará vendendo suas participações acionárias em grandes companhias