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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Criptoativos

Bitcoin tem queda livre em meio à guerra de usuários

Criptoativo chegou a ser negociado abaixo dos US$ 5 mil, testando preços não vistos em 13 meses

Eduardo Campos
Eduardo Campos
19 de novembro de 2018
18:59 - atualizado às 20:07
Símbolo do bitcoin se desintegra em razão de queda no preço
Imagem: Shutterstock

A cotação do bitcoin, criptoativo mais famoso do mundo, chegou a cair abaixo da linha dos US$ 5 mil nesta segunda-feira, testando preço não visto desde outubro de 2017. No ano a cotação do ativo já acumula queda de 63% e recua mais de 75% desde a máxima histórica de US$ 19,5 mil vista no fim do ano passado.

Essa última rodada de forte desvalorização começou na quarta-feira da semana passada, quando a linha dos US$ 6 mil foi rompida. O que acontece lá fora dita o preço do bitcoin aqui dentro, pois não somos um mercado com volume suficiente para "fazer preço". Em reais a cotação está abaixo dos R$ 19 mil, também em queda expressiva, de cerca de 10%.

Segundo o presidente da exchange Braziliex, Luiz Calado, há uma grande incerteza envolvendo um “fork” ou desdobramento de outra moeda atrelada ao bitcoin, o bitcoin cash (BCH) que surgiu em agosto de 2017, e isso está se refletindo nos preços.

Entendendo o “fork”

Os criptoativos têm regras de governança envolvendo os mineradores e os demais usuários da rede. Em alguns momentos, como o atual, parte dos “acionistas” da rede enfrenta a decisão de ir para um lado ou por outro em termos de uso, escala, volume de transações e afins.

Quando um grupo discorda dos rumos que o criptoativo está tomando, cria-se o “fork” (garfo em tradução literal). Calado explica que esse grupo dissidente copia e cola toda a rede existente e cria novos parâmetros de validação e afins para as próximas transações. Por isso mesmo que os usuários que tinham bitcoin, por exemplo, “ganharam” bitcoin cash quando ele surgiu.

No caso atual, o BCH foi "desdobrado"em outras duas moedas, BCH ABC e BCH SV. O bitcoin cash surgiu como uma tentativa de reduzir os custos de transação inerentes à rede do bitcoin, que limitam muito o uso do ativo como meio de troca. Agora, resumindo bem uma guerra de usuários, se discute qual a melhor "estrutura" para que o bitcoin cash atenda seu propósito.

“A grande dúvida é o que acontece depois dessa bifurcação. Os mineradores vão apoiar qual ativo, qual deles vai prevalecer?”, afirma Calado.

Segundo o economista da Foxbit, Lucas Bassotto, esse "fork" é o principal determinante de preço e os envolvidos nessa guerra sobre o futuro do bitcoin cash são agentes relevantes, com muitos bitcoins.

Bassotto lembra que um dos idealizadores dessa divisão chegou a ameaçar derrubar o preço do bitcoin para US$ 1 mil. "Imagina isso para o pessoal que é novo no mercado? Isso é um pouco assustador", diz o economista.

Ainda de acordo com Bassotto, os apoiadores da versão ABC querem manter o status quo do bitcoin cash e essa versão conta com o apoio dos grandes mineradores e grandes empresas como a Coinbase. Já a turma da versão SV, quer fazer uma mudança radical do protocolo do ativo.

"Esse evento trouxe grande incerteza ao mercado. E tem outro fator que é o 'panic sell'. Com a moeda deixando o suporte dos US$ 6 mil, os investidores começam a vender cada vez mais", diz Bassotto.

Em meio a essa incerteza,  muitos investidores estão desfazendo posição não só em bitcoins, mas em diversos outros criptoativos. O bitcoin cash também cai mais de 10%, negociado na linha dos US$ 343.

Esses “forks” são eventos normais dentro do universo dos criptoativos, mas esse último embate está gerando mais volatilidade.

“É um evento interessante e dá para fazer uma relação de causa e efeito com os preços”, diz Calado.

O que vem pela frente?

Bassotto lembra que essa guerra sobre o bitcoin cash ainda está acontecendo e vai levar algum tempo até que aconteça uma definição. Então, o mercado ainda tenta entender essa queda e lidar com isso. Por isso mesmo é difícil tentar alguma previsão sobre o comportamento de preço.

Segundo o economista, não há nada que indique que o preço vá subir, cair ou ficar onde está.

"O que tem hoje é o bitcoin se mantendo em zona de preços cruciais, psicologicamente importantes para os investidores", diz.

Olhando o lado dos fundamentos de tecnologia e segurança do bitcoin, Bassotto diz que não ocorreram mudanças e que o mercado pode se recuperar com a chegada de investidores institucionais no longo prazo. Além disso, o economista lembra que quedas são normais na história do ativo. Em 2013, o preço chegou a US$ 1,1 mil para depois cair a US$ 150.

"Sempre ocorreram grandes subidas e quedas. No ano passado foi a maior subida de todas e, agora, está chegando perto de ser uma das maiores quedas", explica.

Quem se salva?

O presidente da Braziliex chama atenção para um ativo que está escapando dessa queda generalizada. O Ripple, segundo maior criptoativo em valor de mercado com US$ 19,7 bilhões. O Ripple (XRP) não é um ativo em si, com o bitcoin, mas sim uma tecnologia ou protocolo que busca facilitar as transferências bancárias internacionais.

Segundo Calado, o Ripple ter por objetivo melhorar processos que já existem e a sociedade vai se beneficiar com o desenvolvimento dessa tecnologia. Enquanto o bitcoin cai mais de 10% nas últimas 24 horas, o XRP recua cerca de 3%, segundo dados do site "Coin Market Cap".

Outras fontes de incerteza

Calado também destaca que o ambiente global para ativos de renda variável não está dos melhores. Como exemplo, ele cita a queda recente das ações da Apple, da linha dos US$ 230 para US$ 180. Algo que também acaba se refletindo no preço dos criptoativos.

Além disso, alguns sites especializados também chamam a atenção para uma queda na mineração de bitcoins, sugerindo que a esses preços a “busca” por novos bitcoins não estaria mais recompensando seu custo.

Calado diz não dispor de todos os dados técnicos para fazer essa análise de viabilidade econômica da mineração do bitcoin, mas pondera que esse tipo de informação tende a desestabilizar ainda mais o mercado em um momento em que ele já está vulnerável.

Bassotto, da Foxbit, avalia que o custo de estimado de mineração do bitcoin é de cerca de US$ 5 mil a US$ 6 mil. Então, quando o preço cai, os mineradores ou desligam as máquinas que mineram os bitcoins por meio da solução de complexas equações matemáticas ou partem para outros ativos, com o próprio bitcoin cash.

Em momentos como o atual, muitos mineradores também ficam indecisos e, segundo Bassotto, há uma queda prolongada no poder computacional na rede do bitcoin. Essa redução de computadores trabalhando na rede do ativo já acontece por mais de um mês, algo nunca visto antes.

"Previsão agora é altamente irresponsável. Sempre foi um mercado de muita incerteza. Não há um método para analisar esse mercado. Tudo pode estar levando o bitcoin para US$ 3 mil, mas pode acontecer de subir para US$ 10 mil. É um mercado muito novo que pode variar muito fora de padrões que achamos que já estão estabelecidos", conclui Bassotto.

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