Mercados devem reagir à porrada de Trump na China
EUA elevam para 25% tarifa de importação sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses e China diz que irá retaliar

Os Estados Unidos levaram a cabo a promessa e elevaram hoje para 25% a tarifa de mais de US$ 200 bilhões em bens e produtos importados da China. Trata-se do passo mais dramático na tentativa do presidente norte-americano, Donald Trump, de extrair concessões comerciais de Pequim, lançando uma sombra sobre a economia global e aprofundando a guerra comercial entre os dois países.
Imediatamente após a decisão de Washington, a China disse em comunicado que será forçada a retaliar, mas ainda não deu detalhes sobre o que será feito. Na capital dos EUA, as discussões entre os representantes de alto escalão dos dois países continuaram. Mas houve pouco progresso, com o clima para as negociações perdendo força. As conversas serão retomadas hoje, o que deixa os mercados financeiro em suspense.
Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram no vermelho, diante da escalada da tensão comercial. Além do aumento anunciado hoje, Trump também disse que os EUA seguirão com os preparativos para impor tarifas de 25% sobre mais US$ 325 bilhões em mercadorias chinesas, taxando todas as exportações de produtos chineses ao país. Esse movimento deve ser implantado em semanas, com impactos na economia global.
Na Ásia, a sessão foi de ganhos, sendo que Xangai subiu 3,10% e Hong Kong teve alta de 1%, com os mercados na China ainda acreditando que será possível alcançar um acordo comercial. Para Pequim, os ataques de Trump ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, para reduzir os juros nos EUA mostram um sinal de fraqueza da economia norte-americana e sinalizam que Washington estaria pronto para assumir um compromisso.
Para a Moody’s, a taxação sobre todas os produtos chineses importados levará os EUA para a recessão ao final de 2020, justamente quando os eleitores irão as urnas decidir sobre quem será o próximo presidente do país. Ainda na Ásia, porém, Tóquio recuou 0,3%. Na Europa, as principais bolsas iniciaram a sessão em alta, também na expectativa de que um acordo será firmado.
Ao mesmo tempo, a cautela prevalece entre os ativos de risco, com os investidores perdendo as esperanças de avanços significativos nas conversas a serem realizadas hoje. Não há nenhuma garantia de que o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, irá assumir novos compromissos nem manter os que já haviam sidos acordados. Ainda mais se não houver a contraparte dos EUA.
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A única boa notícia é que a China irá manter as negociações nesta sexta-feira, mas o fato de as conversas ontem terem durado apenas 90 minutos sugere que houve pouco movimento de ambos os lados. Liu He reuniu-se com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, durante esse período, antes de um jantar de trabalho, que terminou no fim da noite.
Assim, o melhor palpite é de que as negociações de hoje irão se concentrar em como colocar a rodada de negociações comerciais de volta aos trilhos. Tanto os EUA quanto a China devem fazer uma pausa para reavaliar a situação e pensar em como proceder daqui para frente. Trata-se, portanto, de um período de alta incerteza para os mercados globais, o que eleva a busca por proteção em ativos seguros, fortalecendo o ouro e o iene.
Esse movimento no exterior deve ditar o ritmo dos negócios locais, um dia após o Ibovespa perder a faixa dos 95 mil pontos e o dólar novamente se aproximar da faixa de R$ 4,00, pressionados ainda pelas derrotas acumuladas pelo governo no Congresso, após a comissão mista tirar o Coaf do Ministério da Justiça, que volta a ficar com a Funai. Para o ministro Sérgio Moro, a articulação política falhou - mais uma vez.
Balanços das empresas
A bolsa de valores brasileira também deve refletir os números dos balanços financeiros das empresas no primeiro trimestre. Nesta quinta-feira, uma série de empresas, entre elas Vale, Rumo, B3 e Suzano soltaram seus números ao mercado.
O Seu Dinheiro fez um resumo dos balanços de 10 empresas nesta reportagem.
Inflação em destaque
A agenda econômica desta sexta-feira traz como destaque a leitura dos índices oficiais de preços ao consumidor brasileiro (9h) e norte-americano (9h30) em abril. A previsão para o IPCA é de desaceleração a 0,6%, após um aumento de 0,75% em março, mas a taxa acumulada em 12 deve subir a 5%, no maior valor para o período desde o início de 2017.
No mesmo horário, saem dados sobre o custo na construção civil no mês passado. Já no exterior, o CPI dos EUA deve repetir o ritmo de alta apurado no mês anterior e avançar 0,4%, sendo que o núcleo do indicador, que exclui itens voláteis, deve acelerar levemente a 0,3%, de +0,1% antes.
Os números de inflação no Brasil e nos EUA serão observados com lupa, após as observações recentes dos bancos centrais dos dois países sobre o comportamento dos preços. Enquanto o Copom reconheceu que a inflação nacional deve encerrar o ano acima do previsto, o Federal Reserve disse que o nível baixo da inflação é “transitório”.
Caso não confirme tais cenários dos BCs brasileiro e norte-americano, o mercado financeiro tende a ampliar as apostas de corte nos juros de ambos os países ainda em 2019. Ainda na agenda econômica do dia, destaque para os dados de atividade no Reino Unido, entre eles o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no início deste ano.
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