Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities
No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump

“Eu aposto que a maioria de vocês quis sair para tomar um café quando ouviu que esse painel seria sobre renda variável”, é assim que André Leite, CIO da TAG investimentos, abriu os trabalhos na última palestra do Tag Summit 2025, sobre as ações brasileiras.
Isso porque, por mais que o rali recente tenha animado os investidores, a bolsa segue na mesma promessa há anos (quiçá décadas): eternamente barata. De acordo com André Gordon, gestor da GTI Administração de Recursos, há 32 anos — desde que ele começou no mercado — as coisas não mudam por aqui.
- VEJA MAIS: A temporada de balanços do 1T25 começou – veja como receber análises dos resultados das empresas e recomendações de investimentos
Gordon abre uma exceção para o Ibovespa, que só esteve bem precificado com o ‘boom’ de crescimento da China (entre as décadas de 1990 e 2000), que favoreceu as commodities e, por consequência, o Brasil.
“Se pegarmos desde 1808, nosso progresso parou no início dos anos 90. Sendo otimista, o negócio começou a desandar nos anos 70, quando havia um grande potencial, mas isso nunca se concretizou”, destaca Gordon.
Desde então, a bolsa brasileira se mantém nas esperanças que nunca viram realidade — o que deve continuar, na visão do gestor. Mas isso não significa que não haja oportunidades.
“As boas empresas, que conseguem sobreviver, aproveitam oportunidades que aparecem a cada ciclo e saem cada vez mais fortalecidas. Por exemplo, quando eu vi a Odontoprev pela primeira vez, ela valia R$ 15 milhões, agora lucra R$ 600 milhões e distribui tudo em proventos”, diz o gestor.
Leia Também
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Hegler Horta, sócio da Kapitalo Investimentos, concorda que o Brasil seja um país de ciclos bem evidenciados, mas se diz preocupado com os efeitos dos juros no país — que atingiram o maior patamar desde 2006 nesta quarta-feira (7), aos 14,75% ao ano.
“Estamos subindo os juros há tempos e não sentimos um efeito relevante, mas não é porque isso não aconteceu até agora, que os efeitos não serão sentidos daqui para a frente”, disse no painel.
Horta ressalta que isso pode afetar as empresas de maneiras diferentes: há empresas que podem sofrer bastante — como é o caso das varejistas —, enquanto outras podem ver novas oportunidades.
Por que não é hora de abandonar as commodities
Enquanto isso, o governo entra em “modo eleição”, segundo Horta, — com tendência a maiores incentivos econômicos para a população. Ou seja, de um lado o Banco Central tentando puxar o freio e, do outro, o executivo pisa no acelerador.
Por isso, ele afirma que gosta das exportadoras. “É como comprar dólar com baixo custo. Como é o caso da Suzano (SUZB3), por exemplo. Se o dólar subir bastante, a lucratividade explode. Esse é o tipo de investimento que eu gosto para esse nível de incerteza no Brasil hoje”.
Marcio Luis Pereira, co-gestor de renda variável e head de research da Icatu Vanguarda, concorda que as ações da companhia são uma boa pedida para o momento. Ele também enfatiza a preocupação sobre o futuro da economia brasileira.
"Nosso ponto de vista é de que houve uma antecipação do cenário eleitoral. Acredito que o mercado ainda não está considerando o cenário de desaceleração no segundo semestre. Por isso, temos evitado o setor de varejo e estamos mais expostos a commodities, com maior foco no petróleo”, afirmou em sua participação no painel.
A posição chama atenção, dado que o óleo é apontado como um dos principais afetados no caso de uma desaceleração global causada pela guerra comercial de Donald Trump. Mas Pereira defende seu ponto de vista:
“Eu não concordo com a ideia de que uma desaceleração da atividade global vá prejudicar as commodities, no curto prazo pode acontecer justamente o contrário porque os países podem começar um movimento de estoque. No médio prazo, pode ser que esse cenário mude”.
Gordon não é pessimista em relação às commodities. Ele cita o exemplo do Japão após o Acordo de Plaza, assinado em 1985 entre os EUA, Japão, Alemanha Ocidental, França e Reino Unido para desvalorizar o dólar e corrigir desequilíbrios cambiais.
O Japão, com a valorização do iene, enfrentou dificuldades com exportações e passou a adotar juros baixos e estímulos internos, o que gerou uma bolha imobiliária no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.
“No caso do Japão, a perda de força nas exportações fez o país investir na economia interna, com juros baixos e estímulos. Se a China atingir esse ponto, provavelmente priorizará investimentos em infraestrutura, em vez de focar no varejo. Isso deve beneficiar o mercado de minério de ferro”, analisa Gordon.
As ações para os próximos 25 anos
Ao final do painel, o mediador André Leite pediu aos três convidados que escolhessem uma ação para comprar imediatamente, pensando no futuro de seus filhos, com o objetivo de colher os frutos desse investimento daqui a 25 anos.
Os papéis da Suzano (SUZB3) foram os escolhidos por Marcio Luis Pereira Hegler Horta, justamente pelos motivos listados acima. Já André Gordon escolheu SLC Agrícola (SLCE3).
“O Brasil tem uma vocação natural para o setor agro, pois não depende exclusivamente do trabalho humano”, diz Gordon.
Para ele, a SLC — embora não ofereça o maior retorno — é uma empresa sólida, com terras próprias e um portfólio de arrendamento superior ao de suas propriedades, além de ter uma produtividade acima da média nacional.
Além disso, trata-se de uma companhia bem administrada e extremamente complexa. “Salvo uma hecatombe”, eu deixaria a SLC como um legado para meus filhos.
Dinheiro esquecido: R$ 9,13 bilhões ainda estão dando sopa e esperando para serem resgatados
Dados do BC revelam que 42,1 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram os valores deixados nos bancos
FIIs oferecem retorno de IPCA+9%, com isenção de IR e desconto na bolsa; especialistas indicam dois ativos para investir
No podcast Touros e Ursos desta semana, Caio Araujo, da Empiricus, e Mauro Lima, da Inter Asset, comentam sobre oportunidades e momento do setor imobiliário
Trump e o Boeing: por dentro da controvérsia (e da possível aeronave) que família real do Catar ofereceu aos EUA
Segurança, legalidade e carpetes felpudos: o que está por trás da luxuosa e polêmica aeronave que a família real do Catar ofereceu a Donald Trump
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
Morre José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos, conhecido pela luta por justiça social e igualdade
Mujica governou o Uruguai entre 2015 e 2018 e estava em fase terminal de câncer de esôfago, diagnosticado em abril de 2024
FGC avalia empréstimo de ‘curtíssimo prazo’ ao Banco Master enquanto negócio com BRB não sai, segundo jornal
Segundo pessoas próximas ao Fundo Garantidor de Créditos, esses recursos seriam suficientes para ajudar no pagamento de dívidas de dois a três meses
Prejuízo da Natura diminui, mas bancos ainda não ‘colocam a mão no fogo’ pelas ações NTCO3
Os papéis da companhia estiveram entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira, mas desempenho não é suficiente para convencer os grandes bancos
INSS vai devolver R$ 292,6 milhões entre maio e junho; veja datas de pagamento
O valor a ser restituído corresponde às mensalidades de associações e sindicatos descontadas indevidamente em abril; a consulta pode ser feita pelo app Meu INSS ou pelo telefone 135
Sabesp (SBSP3) tropeça na receita, mas agrada com corte de custos; saiba se é hora de comprar
BTG Pactual destacou que o Ebitda veio 4% abaixo das estimativas, mas elogiou o controle de custos e a perspectiva positiva para a entrega de investimentos nos próximos trimestres
Filme de Wagner Moura sobre a ditadura estreia em Cannes: seria um novo ‘Ainda Estou Aqui’?
Longa dirigido por Kleber Mendonça Filho concorre ao maior prêmio do festival francês
Correios anunciam corte de até R$ 1,5 bilhão em 2025 — PDV, suspensão de férias e presencial fazem parte do pacote
Após prejuízo de R$ 2,59 bilhões em 2024, Correios apertam os cintos e lançam pacote de ajuste para equilibrar contas
4 startups brasileiras são selecionadas para primeiro programa de aceleração do Google voltado para sustentabilidade
Além da gigante de tecnologia, conheça outros programas nacionais e internacionais que buscam alavancar iniciativas de impacto social e ambiental
Nada de gastança na Petrobras (PETR4): Presidente da estatal fala em enxugar custos diante da queda do preço internacional do petróleo
Em teleconferência de resultados, a CEO Magda Chambriard destacou comprometimento com a austeridade da companhia — mas capex não deve cair
4 restaurantes brasileiros ganham a primeira estrela Michelin em 2025; veja quais
Premiação também confirmou a distinção de duas estrelas de cinco estabelecimentos
Unidos contra Trump? Lula e Xi aproveitam encontro na China para mandar mensagem aos EUA
Sem mencionar o nome do republicano, o presidente chinês, Xi Jinping, também comentou sobre a política tarifária dos EUA
Renda fixa do Brasil com ações dos EUA: Itaú Asset lança primeiro ETF híbrido com ‘o melhor dos dois mundos’
O GOAT11, novo fundo de índice da Itaú Asset, oferece estratégia para uma carteira com posição em Tesouro IPCA+ e S&P 500 dolarizado
Yduqs no vermelho: Mercado deixa ações de recuperação após balanço fraco. Ainda vale a pena ter YDUQ3 na carteira?
Para os analistas, a Yduqs (YDUQ3) apresentou resultados mistos no 1T25. O que fazer com os papéis agora?
Ibovespa renova máxima histórica e busca os 139 mil pontos nesta terça-feira (13); entenda o que impulsiona o índice
“Última” máxima intradiária do Ibovespa aconteceu em 8 de maio, quando o índice registrou 137.634,57 pontos
Hapvida (HAPV3) dispara na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas perda de beneficiários acende sinal de alerta. Vale a pena comprar as ações?
A companhia entregou resultado acima do esperado e mostrou alívio na judicialização, crescimento da base de clientes ainda patina. Veja o que dizem os analistas
Dividendos vêm aí? IRB (IRBR3) tem bons resultados no primeiro trimestre e BTG vê possibilidade de distribuição dos lucros até o fim do ano
As operações internacionais e os resultados financeiros salvaram o balanço do IRB, mas não são todos os analistas que estão otimistas com a empresa