O que o CEO do JPMorgan tem a dizer sobre o rumo da economia global
Em sua carta anual, Jamie Dimon, presidente do maior banco americano, faz uma breve menção ao Brasil ao destacar que, em meio às preocupações com a recessão global, o país “virou a esquina economicamente”

O quarto trimestre de 2018 pode ser um prenúncio do que está por vir. Quem faz o alerta é Jamie Dimon, presidente do JPMorgan, o maior banco americano, em sua carta anual que foi publicada hoje no site da instituição.
Para quem não se lembra, as bolsas americanas chegaram a cair 20% nos últimos três meses do ano passado com o temor de uma alta das taxas de juros nos EUA, aliado à guerra comercial com a China e o risco de recessão nas economias desenvolvidas.
As tensões só diminuíram depois que o Fed, o banco central americano, deixou claro que deverá manter as taxas de juros perto dos níveis atuais.
Em sua carta, CEO do JPMorgan pondera que as reações do mercado nem sempre refletem com precisão o que acontece na economia real. Mas elas refletem as visões dos investidores sobre as mudanças nos cenários econômicos, por isso devem ser levadas em consideração pelas autoridades.
Dimon disse que o JPMorgan está preparado, mas não espera que a economia americana entre em recessão.
"A próxima recessão pode não se assemelhar às anteriores e a causa pode ser apenas o efeito acumulado de fatores negativos", escreveu Dimon.
Leia Também
O presidente do JPMorgan ainda faz uma breve menção ao Brasil ao destacar que, em meio às preocupações com a recessão global, o país "virou a esquina economicamente".
Confira alguns pontos que Dimon considera mais relevantes sobre a economia global:
1. Há preocupações legítimas com a China (além do comércio), mas elas são administráveis.
Dimon afirma que o governo chinês terá de lidar com várias questões para manter o crescimento econômico nas próximas décadas. "Falta comida, água e energia suficientes; a corrupção continua a ser um problema; as empresas estatais são frequentemente ineficientes; os níveis de dívida corporativa e governamental estão crescendo rapidamente", escreveu.
Mas o executivo do JPMorgan avalia que o gigante asiático pode lidar com essas questões porque, ao contrário das nações democráticas desenvolvidas, pode administrar a economia e se movimentar muito rapidamente.
2. Os níveis de endividamento estão aumentando em todo o mundo
A dívida de em relação ao PIB em países como os EUA está ao redor de 80%, enquanto que no Japão já se aproxima dos 200%. Embora esse avanço não seja positivo, o presidente do JPMorgan afirma que esses números devem ser mitigados porque grande parte da dívida é do governo, e não de empresas e dos consumidores.
Dimon também chamou a atenção para o avanço dos financiamentos realizados fora do sistema bancário tradicional, pelos chamados "shadow banks". Mas também avalia que, nos níveis atuais, não representam risco sistêmico.
3. Crescentes tensões geopolíticas
Tensões geopolíticas sempre existiram, mas agora aumentaram diante da incerteza sobre como os Estados Unidos pretendem exercer sua liderança global, segundo Dimon. "Essa incerteza pode muito bem ser o maior novo fator desconhecido que afeta questões geopolíticas e econômicas."
4. A chance de erros em políticas ruins aumentou
"Eu me sinto obrigado a enfatizar um ponto óbvio: políticas públicas ruins são um grande risco", escreveu o presidente do JPMorgan em sua carta.
Entre os exemplos de políticas ruins ele citou as decisões de bancos centrais e política monetária, comerciais ou simplesmente um impasse político profundo em um mundo cada vez mais complexo.
5. A confusão e incerteza sobre liquidez
Várias vezes nos últimos anos, inclusive no quarto trimestre de 2018, os mercados apresentaram uma rápida perda de liquidez. Os ativos se recuperaram rapidamente em todos os casos, mas em um cenário positivo. "O atual debate sobre liquidez e perdas de liquidez no mercado a curto prazo é importante."
6. Talvez haja muita certeza de que o crescimento será lento e a inflação moderada
O executivo do JPMorgan acredita que ainda é possível algum tipo de pressão inflacionária em consequência de demandas salariais e oferta limitada. "Nós não vemos isso hoje, mas eu não descartaria isso."
7. Os bancos devem ter uma atuação muito mais restrita na próxima recessão
Dimon afirma que os bancos estarão limitados - tanto psicologicamente quanto pela regulação - quando a próxima desaceleração real começar. Para o executivo, algumas novas regras exigirão capital das instituições justamente quando for mais necessário para os clientes e para os mercados. "Na próxima crise financeira, o JPMorgan simplesmente não poderá tomar algumas das ações que tomamos em 2008", escreveu.
8. O Fed ainda mantém inúmeras ferramentas para lidar com muitos dos problemas
Apesar das preocupações com a economia, Dimon afirma que é um erro pensar que o banco central americano não tem condições de reagir caso necessário.
"Se uma recessão começar e levar a cenários mais sombrios, estaremos preparados e também acreditamos que o governo dos EUA acabará respondendo adequadamente."
Microsoft (MSFT34) dispara 9% em Nova York após balanço superar expectativas de lucro e receita no primeiro trimestre
O impulso para os ganhos da empresa de tecnologia vieram de novos contratos para a divisão de nuvem Azure
Elon Musk demitido da Tesla? WSJ diz que conselho deu início a busca por substituto, mas montadora nega; entenda
A Tesla tem sido alvo de boicotes devido à aproximação do bilionário com o governo Trump. Conselheiros estariam insatisfeitos com a postura de Musk e a repercussão nos lucros e valor de mercado da montadora
China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril
Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.