Piscina, garagem e… pickleball: como esporte-tendência virou febre entre incorporadoras de alto-padrão
Caráter inclusivo da prática esportiva, bem como seu incentivo ao convívio têm feito construtoras e moradores voltarem os olhos para o “mini-tênis”; mas e o barulho?

O esporte não é necessariamente novo, faz 60 anos em 2025. A tendência também é crescente nos últimos anos, com recordes sucessivos de procura desde 2021. Hoje, o pickleball é considerada a modalidade que mais cresce nos Estados Unidos – uma febre que, naturalmente, reflete também sobre o Brasil. E que agora ganha novo capítulo, sob os holofotes das incorporadoras e do mercado imobiliário.
A prática, semelhante a um “mini-tênis” (em vista da similaridade dos movimentos e do desenho da quadra), envolve raquetes parecidas com as de pingue-pongue, bola perfurada e regras simples. De tão descomplicado, virou o esporte de crescimento mais acelerado, de acordo com um relatório de agosto deste ano da Sports & Fitness Industry Association (SFIA).
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No Brasil ele está em expansão. Em abril, a quantidade de praticantes no país era de 15 mil pessoas, de acordo com uma (já existente) Confederação Brasileira de Pickleball. Hoje, como relata Fernanda Jubran, presidente da Federação Paulista de Pickleball, a estimativa é de 25 mil jogadores no Brasil e um número de 13 mil apenas no estado de São Paulo.
Rapidamente, clubes e quadras urbanas começaram a se adaptar para receber o alto contingente de novos atletas. Mais recentemente, porém, a prática atraiu os olhares ávidos de outro grupo. Entre quadras de futebol, vôlei e beach tennis, os anúncios de empreendimentos imobiliários começaram também a incluir suas próprias canchas de pickleball.
“Muitos condomínios já construíram suas quadras e a adesão é enorme pelo fato do esporte ser, inclusive, sociável e abraçar todas as idades. Nós acreditamos que essa é a tendência”, diz Fernanda.
De olho lá fora
Diego Prior, coordenador de criação e concepção de produto da Corpal, incorporadora com sede em Dourados, no Mato Grosso do Sul, confirma o movimento: “Em 2021, já observávamos o pickleball como uma tendência forte nos Estados Unidos e identificamos seu potencial de crescimento no Brasil”, diz.
Desde 2024, todos os projetos que a Corpal desenvolve já contemplam quadras de pickleball. “Especialmente aqueles voltados ao público de alto padrão”, como o Soul Corpal Living Resort, em Campo Grande, detalha Pior.
Já para Camila Alcântara, diretora comercial da FGR Incorporações, em Goiânia, o esporte se alinha ao público-alvo de suas construções residenciais.

“No ano passado, o pickleball começou a aparecer durante o torneio de Roland Garros. Percebemos que essa nova modalidade chegaria aqui em questão de tempo em nosso público-alvo, que já é admirador do tênis, o carro-chefe dos esportes de luxo”, diz Camila, que cita presença da quadra dedicada ao esporte em pelo menos dois empreendimentos da incorporadora.
A JHSF, por sua vez, que tem incorporado espaços para essa prática esportiva em diferentes empreendimentos nos últimos anos, não vê a procura pelo pickleball como algo passageiro. A incorporadora afirma que, por ser democrático e intergeracional, o esporte tende a manter sua relevância.
A "casa" do pickleball
Coincidência ou não, o pickleball tem origem no espaço residencial e suas raízes já indicavam uma essência democrática e familiar. Como apontam o Financial Times e o Bainbridge History Museum, o pickleball surgiu de um improviso. A criatividade se deu na casa de verão do congressista do estado de Washington, Joel Pritchard. Em 1965, o político, junto a seus amigos Bill Bell e Barney McCallum, tentavam encontrar uma forma de entreter suas famílias.
Foi em uma velha quadra de badminton, com um par de raquetes de pingue-pongue, uma bola de plástico perfurada e a necessidade – universal – de distrair crianças entediadas, que o pickleball nasceu.
Sua dinâmica, que pode funcionar individualmente ou em duplas, demanda movimentação intensa, mas de curta distância. Já a combinação da bola leve e perfurada com as raquetes menores, dá ao jogo um ritmo mais suave.

Box: Potencial olímpico?
De lá para cá, e dada sua enorme popularidade, há quem se mobilize para um reconhecimento maior do esporte, inclusive com reconhecimento olímpico. Para ser admitido nas Olimpíadas, porém, o esporte deve ser jogado por homens em 75 países em 4 continentes e por mulheres em pelo menos 40 países em 3 continentes. As regras também exigem presença significativa na Ásia, Europa, América do Sul e África também é exigida.
Porém, o maior passo é o reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional (COI). Essa etapa crucial vem repleta de conformidades, que, ainda que superadas, coloca o esporte na concorrência por vagas olímpicas limitadas contra outras modalidades emergentes.
Comunidade e bem-estar
Se a ideia é instalar quadras de pickleball nos empreendimentos residenciais como mais uma opção de lazer, então é preciso que futuros moradores o vejam como um atrativo. O caráter inclusivo do esporte, bem como seu incentivo ao convívio é o que fecha essa conta de forma exata.
“Acreditamos que o grande atrativo do pickleball, quando comparado a outros esportes de raquete, está na sua simplicidade e versatilidade. É uma modalidade de fácil jogabilidade, que não exige habilidades técnicas específicas e diferentes faixas etárias podem praticá-la”, afirma Diego Prior.

Para o agente, mais do que uma tendência passageira, as quadras de pickleball em casas e prédios residenciais representam a nova onda dos esportes de raquete (como padel e beach tennis), que ampliam as opções de lazer e fortalecem a experiência de convivência dos moradores.
Já para Marcello Malucelli Thá, diretor de incorporação da GT Building, é a crescente preocupação com bem-estar que faz os olhos se voltarem ao pickleball no ambiente residencial.
“Hoje em dia, as pessoas buscam cada vez mais praticar esportes. A preocupação com a saúde é crescente e, cada vez mais, a escolha do imóvel passa por esse quesito. Portanto, quanto mais opções para a prática esportiva tivermos, maior é a atratividade do empreendimento”, afirma Thá.
O pickleball nos prédios
Com 13 metros de comprimento e 6 metros de largura, uma quadra de pickleball ocupa um terço do espaço de uma de tênis. É justamente esta dimensão reduzida do espaço para praticá-lo que torna o esporte atrativo para empreendimentos residenciais, especialmente nos centros urbanos.
“A manutenção é de baixo custo, ou seja, o espaço é menor. Hoje com a tendência, principalmente em São Paulo, das áreas não serem tão grandes em razão da escassez de terrenos, dependendo dos bairros, eu acredito que os empreendimentos terão quadra de pickleball”, diz Fernanda Jubran, da Federação Paulista de Pickleball.

Em Curitiba, não é diferente. Marcello Malucelli Thá, da paranaense GT Building, reforça que os principais desafios para instalar as quadras em edifícios são o espaço disponível e a topografia do terreno. “Precisamos, ainda, deixar pelo 1,5m de cada lado e 2m no fundo. Isso leva o espaço total para algo em torno de 18m × 9m”, afirma.
A instalação pode também ser fator de integração com outros esportes. Caso, por exemplo, dos projetos da Corpal, que posicionam as quadras de pickleball próximas às de outras modalidades com raquetes. “Dentro da setorização, buscamos criar uma disposição estratégica e até provocativa. Assim, convidamos os amantes do tênis, padel e beach tennis a interagirem com essa nova modalidade”, diz Diego Prior, da Corpal.
Mas e o barulho?
Embora os atrativos sejam claros, existe um contraponto. Nos Estados Unidos, como aponta a Acoustical Society of America, associações de moradores e prefeituras já têm sido acionadas por residentes incomodados com o ruído causado pela prática. Conforme aponta a instituição, o impacto das bolas de plástico rígido nas raquetes de madeira ou fibra de vidro produz um som agudo de "pop", ao invés do "ping" mais suave ouvido nos jogos de tênis.
A Acoustical Society of America realizou ainda um estudo com base na análise de comentários públicos em notícias, processos judiciais e mídias sociais que revelou sintomas físicos comuns relatados por residentes próximos às quadras. Entre eles, distúrbios do sono, problemas cardíacos e neurológicos.
“Ouvir estalos fantasmas parece ser um novo tipo de fenômeno que ainda não pode ser completamente explicado, mas pode representar mudanças nos sistemas de processamento cerebral”, indica a instituição.
De acordo com Marcello Malucelli, o isolamento acústico dos apartamentos com os materiais mais eficientes é uma das estratégias pensadas pela GT Building para evitar este problema. “Além disso, o próprio condomínio estabelece regras em relação aos horários de funcionamento e normas de convívio”, complementa.
Já a Corpal e a FGR Incorporações, focam na setorização dos ambientes de modo a posicionar quadras em locais distantes dos lotes das residências.
A recomendação da Acoustical Society of America é que quadras não sejam instaladas a menos de 30 metros de casas e que aquelas a menos de 300 metros de distância recebam atenção especial em avaliações sonoras por engenheiros.
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