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Laís Campos

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Laís Campos é jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com especializações em comunicação de moda e beleza pela University of the Arts London e pela Condé Nast College of Fashion & Design. Já colaborou para veículos como Forbes Brasil, Vogue Brasil e Versatille, e trabalhou com análise de tendências na WGSN.

ARTE LATINA

Obra de Frida Kahlo pode bater o recorde de obra mais cara já vendida, feita por uma mulher ou qualquer artista latino-americano

A pintura é a estrela de um leilão com mais de 100 obras surrealistas que será realizado pela Sotheby’s no dia 20 de novembro

Laís Campos
Laís Campos
11 de novembro de 2025
16:15 - atualizado às 16:38
El sueño (La cama); assinado por Frida Kahlo e datado de 1940 (canto inferior direito); óleo sobre tela; 29 ⅛ por 38 ⅝ pol. 74 por 98 cm; executado em 1940
El sueño (La cama); assinado por Frida Kahlo e datado de 1940 (canto inferior direito); óleo sobre tela; 29 ⅛ por 38 ⅝ pol. 74 por 98 cm; executado em 1940 - Imagem: Reprodução Sotheby's

Um recorde para a arte feminina e latino-americana pode ser batido em breve. Neste mês, a Sotheby's apresenta a obra El Sueño (La Cama)” (1940), de Frida Kahlo, como peça central do próximo Leilão Noturno Exquisite Corpus, em Nova York, que acontecerá no dia 20 de novembro. Com um preço estimado entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões (em torno de R$ 210,8 milhões a R$ 316,2 milhões), de acordo com a AP News, a pintura pode ultrapassar o preço mais alto já pago pela arte de qualquer artista mulher ou latino-americano.

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Exposta publicamente pela última vez no final da década de 1990, a pintura é a estrela de um leilão com mais de 100 obras surrealistas. Entre os artistas, Salvador Dalí, René Magritte, Max Ernst e Dorothea Tanning. Segundo a AP News, as obras pertencem a uma coleção particular cujo proprietário não tem divulgação.

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“Este é um momento de muita especulação”, afirmou a historiadora da arte mexicana Helena Chávez Mac Gregor à Fortune sobre a possibilidade da obra de Frida quebrar o recorde de preço. 

“Kahlo pintou a si mesma mais de 56 vezes. No entanto, fez mais do que simplesmente se retratar. Ela transformou seu corpo em um campo de batalha onde vida, morte e identidades em camadas colidem”, diz Anna Di Stasi, head de arte latino-americana da Sotheby's. Em El sueño (La cama) (1940) , afirma, a artista transforma a cama — que a abrigou enquanto enfrentava múltiplas doenças, mas também deu espaço a sua criatividade — em um palco entre mundos.

A relevância da pintura

“Não é apenas uma das obras mais importantes de Kahlo, mas uma das poucas que existem fora do México e não fazem parte de uma coleção de museu”, disse Julian Dawes, vice-presidente e chefe de arte impressionista e moderna da Sotheby's Americas a AP News. “Assim, tanto como obra de arte quanto como oportunidade de mercado, não poderia ser mais rara e especial.”

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Segundo o Instituto Nacional de Belas Artes e Literatura (INBAL) do México, as obras de Frida Kahlo tem proteção de uma declaração de monumento artístico. Isso significa que, como prevê uma lei em vigor desde 1972, peças dentro do país não podem ser vendidas, destruídas ou exportadas sem autorização do INBAL.

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Sede do INBAL
Sede do INBAL

No entanto, há permissão para a venda de obras pertencentes a coleções privadas no exterior. Este é o caso da pintura “El sueño (La cama)” (1940).

O que retrata a obra

“El sueño (La cama)” (1940) traz Frida deitada, enquanto um esqueleto envolto por tubos de dinamite, com flores nas costelas e um sorriso sarcástico, flutua acima dela. De acordo com a Sotheby’s, a pintura funde um simbolismo pessoal com as tradições mexicanas do Dia dos Mortos e a iconografia surrealista. 

O esqueleto de papel machê conhecido como “calaca”, que inspira a figura no quadro, evoca o ‘feriado em que o ciclo de vida e morte é comemorado, não temido’, segundo a especialista Anna Di Stasi. “Kahlo funde símbolos de diversas fontes [botânica, pintura de mestres antigos, modernismo europeu] com o ritual mexicano ancestral, transformando a mortalidade em uma companheira” complementa.

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Além disso, a Sotheby’s afirma que esta é uma das obras mais inquietantes e introspectivas da artista, pintada durante um período turbulento de sua vida. Isso porque, segundo o portal Touch of Glass, em 1940, ela enfrentava perdas e desafios extremamente marcantes. Entre eles, o assassinato do amigo e líder revolucionário Leon Trotsky

Nesta época, ela também vivia o processo de separação traumática de Diego Rivera. Além disso, enfrentava graves complicações de saúde decorrentes do acidente que sofreu na juventude e de cirurgias posteriores.

Sem rótulos

A pintura de Frida vai a leilão junto a obras de artistas surrealistas como Salvador Dalí, René Magritte, Max Ernst e Dorothea Tanning. No entanto, de acordo com a Fortune, ela nunca se considerou parte do movimento surrealista.

Por volta de 1940, como indica Anna Di Stasi, o surrealismo havia se espalhado pela Europa e pelas Américas. André Breton, escritor, poeta e teórico francês, reconhecido como o principal fundador e líder do movimento, viu o trabalho da artista mexicana como "uma fita em torno de uma bomba”. 

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Segundo análises do JCAF Journal, essa descrição remete a uma dualidade entre delicadeza aparente e intensidade explosiva. “Breton ficou fascinado pelo trabalho de Frida, porque via nele um espírito surrealista”, afirmou a historiadora da arte mexicana Helena Chávez Mac Gregor, à Fortune.

O Altar de Frida Kahlo, no museu instalado na casa onde a artista viveu, em Coyoacán, na Cidade do México
O Altar de Frida Kahlo, no museu instalado na casa onde a artista viveu, em Coyoacán, na Cidade do México

No entanto, a artista rejeitou o rótulo. “‘Eu nunca pintei sonhos’, disse ela. ‘Eu pintei minha própria realidade”, conta Anna Di Stasi. De acordo com a especialista, o surrealismo de Frida “não começa na fantasia ou no inconsciente, mas ao examinar a realidade, a ironia e o humor na experiência humana”.

Ainda assim, como indica a Fortune, especialistas encontram traços surrealistas em sua obra relacionados ao onírico, ao mundo interior e à liberdade revolucionária e sexual.

Recordes anteriores

Até o momento, a obra de Frida Kahlo, “Diego y yo” (1949), é a pintura latino-americana já leiloada mais cara de todos os tempos. O título veio em 2021, ao ser vendida por mais US$ 34,9 milhões, o maior preço já pago pela criação de um artista latino-americano em leilão. Neste caso, sua venda também ocorreu na casa Sotheby's, em Nova York.

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“Diego y yo” (1949) é um autorretrato em que Frida retrata o rosto do marido, o também artista mexicano Diego Rivera, em sua própria testa. Lágrimas descem por seu rosto e seus longos cabelos se enrolam em torno do pescoço. Tal imagem, críticos de arte interpretam como uma sensação de sufocamento, de acordo com a CNN.

"Diego y yo" Assinado Frida Kahlo , datado de 1949 e inscrito México e Diego y yo (canto superior direito); dedicado e inscrito para Florence y Sam con el cariño de Frida. México, junho de 1949 (no verso); óleo sobre Masonite 11⅝ por 8¾ polegadas. 30 por 22,4 cm; Executado em junho de 1949
"Diego y yo"; assinado Frida Kahlo, datado de 1949 e inscrito México e Diego y yo (canto superior direito); dedicado e inscrito para Florence y Sam con el cariño de Frida; México, junho de 1949 (no verso); óleo sobre Masonite 11⅝ por 8¾ polegadas. 30 por 22,4 cm; Executado em junho de 1949

Segundo a Sotheby’s, Frida concluiu a obra em 1949, época em que Rivera estava tendo um caso com a atriz mexicana de cinema María Félix. Este é um dos últimos autorretratos pintados por Frida. 

Já o recorde atual da venda mais cara de uma obra feita por uma mulher pertence a “Jimson Weed/White Flower No. 1” (1932), de Georgia O’Keeffe. De acordo com a Fortune, foi arrematada por US$ 44,4 milhões na Sotheby’s em 2014. O título geral pertence a “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci, vendida pela Christie’s por US$ 450,3 milhões em 2017. A obra data de cerca de 1499 a 1510.

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