Em um mundo de caixas de som, soundbars ainda valem a pena?

Elas se tornaram a resposta padrão para uma das queixas mais comuns da era das TVs 4K: o som fraco. Apresentadas como a parceira inseparável de qualquer televisão moderna, as soundbars chegam como a solução de áudio mais popular para o ambiente doméstico. Mas sempre vale a pergunta: a popularidade equivale à performance? Em um mercado onde sistemas de home theater prometem fidelidade absoluta e caixas portáteis oferecem versatilidade, onde exatamente a soundbar se encaixa em 2025? 

A seguir, mergulhamos nas diferenças técnicas entre as soundbars e outros sistemas, explicamos os recursos que realmente importam e mostramos quem deve (ou não) apostar nesse tipo de equipamento. Para isso, ouvimos Anderson Oliveira, diretor de marketing da Harman do Brasil, que compartilha sua visão sobre o presente e o futuro do som na era das casas conectadas. 

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O que é uma soundbar?

A soundbar é um tipo específico de equipamento de áudio projetado para entregar uma experiência sonora mais rica do que os alto-falantes integrados das TVs, sem a complexidade de um sistema completo de home theater.

"Uma soundbar é um sistema de áudio integrado, projetado para oferecer som de qualidade, mas com o mínimo de espaço e complexidade", explica Anderson Oliveira.

Ao contrário das caixas de som tradicionais, que normalmente operam como dispositivos únicos (muitas vezes portáteis), a soundbar abriga múltiplos alto-falantes internos em um único corpo. A distribuição é pensada para simular diferentes canais de áudio, incluindo, por exemplo, os de surround.

“Diferente de uma caixa de som comum, a soundbar possui vários alto-falantes internos dispostos de modo a transmitir os canais de áudio para a melhor experiência sonora”, diz Oliveira.

Em essência, enquanto uma caixa de som tradicional pode ser um único ponto de emissão sonora, a soundbar é um pequeno ecossistema em si. Há múltiplos componentes internos (drivers) dedicados a diferentes frequências e direções, simulando um ambiente sonoro mais complexo, mas a partir de uma única peça.

Os ganhos e perdas

A decisão de adquirir uma soundbar passa diretamente pelo perfil do usuário. Segundo Oliveira, o público-alvo não é o audiófilo que busca a montagem de um sistema de som com componentes separados. Tampouco o usuário que prioriza a mobilidade acima de tudo. 

"O público da soundbar geralmente busca um equilíbrio entre qualidade, estética e praticidade em um único item. É ideal para quem quer um upgrade real de som para a TV, sem precisar de uma montagem de sistema com múltiplas caixas ou receiver."

Essa busca por equilíbrio implica, portanto, em concessões e benefícios claros. Ao optar por uma soundbar, "ganha-se praticidade de instalação, menos cabos, fácil integração com TV e streaming", explica Oliveira. Por outro lado, "perde-se em abertura de palco sonoro e separação física de canais, algo que um sistema multicanal tradicional com receiver entrega com mais realismo".

A soundbar, portanto, resolve o problema do som fraco da TV com uma solução compacta e de instalação simplificada. No entanto, não se propõe a replicar com total fidelidade a experiência de ter caixas de som fisicamente distribuídas por uma sala.

Características técnicas: o que importa?

Quando o assunto é performance, três elementos fazem diferença: número de canais, subwoofer e calibração automática. "Todos os três fatores são importantes, mas o subwoofer e o posicionamento físico dos canais têm maior impacto imediato", diz Oliveira.

A função do subwoofer é reproduzir frequências graves com mais impacto — explosões em filmes e batidas em músicas, por exemplo. Já os canais referem-se ao número de fontes de som (por exemplo, 2.1, 3.1, 5.1.2). Assim, cada número representa: esquerda-direita, subwoofer e canais de áudio verticais.

A calibração automática ajusta o som conforme as características do ambiente, sendo útil especialmente em salas com formatos ou mobiliários irregulares.

Outros termos técnicos importantes incluem:

• Áudio multidimensional: conceito usado para descrever a espacialização sonora mais imersiva possível, geralmente vinculada a tecnologias como Dolby Atmos e DTS:X.

• RMS (Root Mean Square): potência real do sistema, em watts, indicando volume sustentado sem distorção.

• Drivers: alto-falantes internos da soundbar, cada um responsável por uma faixa de frequência.

• HDMI ARC e eARC: portas que permitem comunicação direta com a TV, transmitindo som com alta fidelidade e liberando o uso de um único controle remoto.

Mesmo sendo simples de configurar, erros são frequentes. 

“Instalar em ambientes muito grandes com modelos simples, posicionar mal o subwoofer, não usar HDMI ARC/eARC e não ajustar o modo de som de acordo com o conteúdo são os erros mais comuns”, afirma o executivo.

Outro ponto crítico é o posicionamento: soundbars foram pensadas para operar logo abaixo da TV, com o subwoofer preferencialmente posicionado perto de uma parede para reforço dos graves.

Integração e conectividade

A integração com assistentes de voz, dispositivos móveis e plataformas de streaming já não é um extra. 

“Hoje é um diferencial real. Com AirPlay 2, da Apple, e o Chromecast built-in, do Google, a soundbar virou parte do ecossistema da casa conectada. Além disso, muitas já aceitam comandos por Alexa ou Google Assistant”, destaca Oliveira.

Essa conectividade transforma a barra de som em um hub de áudio para a casa, capaz de tocar música diretamente de serviços de streaming via Wi-Fi, controlada por voz ou por aplicativos. 

"Alguns modelos possuem Wi-Fi, que permite conexão com aplicativos para melhor gestão do sistema de som na residência, junto a outros produtos compatíveis", exemplifica.

O futuro das soundbars

Longe da estagnação, o mercado de soundbars apresenta uma evolução constante. Para Anderson Oliveira, a trajetória é clara: "Há uma evolução clara. As soundbars estão cada vez mais próximas da performance de sistemas home theater tradicionais". 

As tendências apontam para uma sofisticação ainda maior. "A tendência é a integração com plataformas de automação, conectividade sem fio mais confiável, melhor espacialização sonora com Dolby Atmos e, até mesmo, o uso de IA para melhor performance do sistema", prevê.

O design também se tornou um pilar. As barras estão mais finas e com acabamentos que mimetizam materiais de decoração, buscando uma integração discreta com o ambiente. 

"Nos modelos mais recentes, o design chama a atenção por trazer o aspecto premium e, ao mesmo tempo, slim. É uma mudança para trazer integração com os ambientes e uma decoração minimalista", observa Oliveira.

Soundbar, caixa portátil ou home theater?

Afinal, para quem está montando um setup hoje, qual a melhor opção? A resposta não é única e depende, fundamentalmente, do contexto e da expectativa de cada um. 

"Para quem quer o melhor som possível e tem espaço, o sistema de home theater com receiver e caixas de som é imbatível. Mas para quem quer algo de alta performance com instalação simples, a soundbar é a melhor escolha. Já para música em vários ambientes, por outro lado, as caixas portáteis são ideais", resume Anderson Oliveira.

As melhores soundbars

A seguir, indicamos 10 soundbars que valem o investimento em 2025, de modelos de entrada a sistemas mais sofisticados.

JBL Bar 1300X

Modelo mais potente da JBL, a JBL Bar 1300X foi desenvolvida para entregar uma experiência de áudio 3D completa, com uma configuração de 11.1.4 canais. Além disso, a soundbar possui caixas de som surround destacáveis e alimentadas por bateria, que podem ser posicionadas livremente no ambiente.

Compatível com Dolby Atmos e DTS:X para criar a sensação de som vindo de cima, o sistema usa a tecnologia MultiBeam para ampliar o palco sonoro. Um subwoofer sem fio de 12 polegadas acompanha o conjunto para fornecer graves potentes, enquanto a tecnologia PureVoice otimiza a clareza dos diálogos. Preço: R$ 9.899

JBL Bar 1000

A principal característica da JBL Bar 1000 é a sua versatilidade, graças a duas caixas de som menores que se destacam das pontas da barra principal. Elas são alimentadas por bateria e, quando posicionadas atrás do sofá, criam um som surround ainda mais imersivo, com 7.1.4 canais, sem a necessidade de fios ou instalações permanentes.

O sistema é compatível tanto com Dolby Atmos quanto com DTS:X, o que adiciona uma dimensão vertical ao som, e seu subwoofer de 10 polegadas garante graves fortes e impactantes, ideais para filmes de ação e jogos. Preço: R$ 6.799

JBL Cinema SB580

A JBL Cinema SB580 oferece um avanço em relação aos modelos de entrada, com foco na experiência de cinema. Sua principal característica é um canal central dedicado, que garante diálogos mais nítidos e claros, mesmo em cenas complexas. A soundbar também é compatível com Dolby Atmos para um som mais imersivo, que adiciona uma sensação de altura.

Assim como outros modelos, ela é acompanhada por um subwoofer sem fio para graves potentes e sua conexão HDMI ARC facilita o uso diário, permitindo o controle de volume pelo controle da própria TV. Preço: R$ 2.399

Samsung HW‑Q990D

A Samsung HW‑Q990D reúne 22 alto‑falantes — incluindo canais frontais, laterais, superiores e traseiros sem fio — para entregar som imersivo com Dolby Atmos e DTS:X, além de potência de até 656 W.

O modelo traz transmissões wireless de Dolby Atmos com TVs Samsung compatíveis, HDMI 2.1 com passthrough 4K a 120 Hz e Q‑Symphony para uso conjunto com alto‑falantes da TV. Conta ainda com calibragem automática por ambiente (SpaceFit Sound Pro), realce de voz por IA (Active Voice Amplifier) e modos de som adaptativos, além de controles via SmartThings, Alexa, AirPlay 2, Chromecast e Tap Sound. Preço: R$ 6.299

Samsung HW-Q990F

Modelo mais recente da Samsung, a HW-Q990F substitui a HW-Q990D apontando para duas tendências em soundbars, com foco em duas áreas principais. A primeira é a performance de graves, que foi aprimorada com subwoofers redesenhados para serem mais compactos, sem sacrificar a profundidade e precisão sonora. A segunda, por outro lado, é o uso de inteligência artificial mais avançada, como o Active Voice Amplifier Pro, que analisa o ruído do ambiente para garantir que os diálogos permaneçam sempre claros. 

Há também uma nova versão do Q-Symphony, que usa o processador da TV para sincronização e otimização de áudio ainda mais precisas. Preço: R$ 7.299

LG S90TY 

A LG S90TY foi projetada para funcionar em harmonia com as TVs LG OLED, tanto no design quanto no som. Sua configuração de 3.1.3 canais se destaca por incluir um alto-falante central que também aponta para cima, uma característica que ajuda a elevar o palco sonoro e a clareza dos diálogos, por exemplo. A principal tecnologia é a WOW Orchestra, que sincroniza a soundbar com os alto-falantes da própria TV para criar um som mais cheio e envolvente.

Compatível com Dolby Atmos e DTS:X para uma experiência de som 3D, o sistema também se ajusta acusticamente ao ambiente por calibração por IA e é acompanhado por um subwoofer sem fio para graves potentes. Preço: 3.999

LG S40T

Boa opção de entrada para quem busca um som de qualidade sem complicações, a LG S40T se destaca pela boa potência de 300W RMS e por recursos inteligentes, como o AI Sound Pro, que ajusta dinamicamente o áudio ao conteúdo que está sendo assistido.

Para quem possui uma TV da marca, a experiência de uso é simplificada pela função WOW Interface, que permite controlar todas as configurações da soundbar através do menu da própria TV, usando um único controle remoto. Preço: R$ 1.199

Sonos Arc

A Sonos Arc é a peça central de um sistema de som que pode ser expandido pela casa. A partir de uma única barra, ela cria um som tridimensional amplo: são 11 alto-falantes internos, com dois apontados para cima para refletir o som no teto e gerar o efeito Dolby Atmos.

Sua tecnologia de calibração Trueplay usa um iPhone ou iPad para ler a acústica da sala e ajustar o som para a melhor performance possível naquele ambiente. Para obter a experiência completa é preciso adquirir o subwoofer e as caixas adicionais separadamente. Preço: R$ 11.389,90

Sonos Beam

A Sonos Beam é a soundbar compacta e inteligente da Sonos, projetada para preencher ambientes menores com som de qualidade. Sua principal característica é a capacidade de reproduzir áudio 3D no formato Dolby Atmos. Diferente de modelos maiores, porém, ela cria uma sensação de altura e imersão de forma virtual, utilizando processamento de áudio avançado, sem a necessidade de alto-falantes apontados para o teto.

Assim como outros produtos da marca, ela conta com a tecnologia de calibração Trueplay, que ajusta o som para a acústica específica da sala, e o recurso Speech Enhancement para garantir diálogos sempre claros. Preço: R$ 7.195,50