Como Trump e Musk podem cruzar uma linha perigosa que desafia a Constituição
Enquanto flerta com limites previstos em lei, o presidente norte-americano toca o plano de tarifar países e setores — nesta segunda-feira (10) foi a vez do aço e do alumínio

Não é raro que presidentes em início de mandato exagerem, mas Donald Trump está flertando com uma linha que não deveria ser cruzada — e ele conta com a ajuda poderosa de Elon Musk para isso.
O chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) está se aproximando de sua mais nova vítima — uma agência governamental independente criada para proteger os norte-americanos dos excessos de Wall Street que causaram a Grande Recessão.
A agência — que há muito tempo está na mira do Partido Republicano — parece estar seguindo um caminho semelhante ao da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) — que salvou milhões de vidas ao redor do mundo e promoveu a democracia por décadas — e que Musk condenou.
No domingo (9), Trump chamou a Usaid de "uma grande farsa".
- VEJA MAIS: Brasil está na mira do tarifaço de Trump – confira os impactos dessa mudança nos seus investimentos
A questão é que o uso descontrolado do poder executivo por Trump para estrangular agências consagradas na lei, demitir funcionários e interromper gastos já aprovados pelo Congresso está levantando alarmes de que ele está desafiando abertamente a Constituição, tomando um poder que a presidência não tem.
Mais alarmante ainda é o papel de Musk, considerado por muitos analistas políticos como sem precedentes.
Leia Também
O homem mais rico do mundo está demitindo ou suspendendo funcionários do governo, destruindo o soft global power dos EUA e acessando dados e informações privadas sobre potencialmente milhões de norte-americanos com o aval de Trump.
A justiça interveio para interromper temporariamente os planos de Trump e Musk, mas tudo está caminhando para um dos confrontos mais significativos sobre o escopo do poder presidencial na história moderna — que está destinado a uma Suprema Corte cuja maioria conservadora tem uma visão expansiva da autoridade executiva.
O que ESTÁ por trás da SURPREENDENTE QUEDA DO DÓLAR? O que ESPERAR do CÂMBIO AGORA
Terra sem lei (?), mas com tarifas
Enquanto flerta com limites da lei, Trump toca o plano de tarifar países e setores — nesta segunda-feira (10) foi a vez do aço e do alumínio.
Depois de anunciar a taxação de 25% às importações do setor no domingo (9), o republicano assinou o decreto na noite de hoje.
A medida entra em vigor em 12 de março e potencialmente afeta o Brasil, que manda 60% da produção siderúrgica para os EUA.
Agora basta saber se o presidente Lula vai cumprir o que prometeu: tratar os norte-americanos com reciprocidade.
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Status: em um relacionamento tóxico com Donald Trump
Governador da Califórnia entra com ação contra as tarifas do republicano, mas essa disputa vai muito além do comércio
Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço
Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas
Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado
Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é
A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
EUA ou China: o uni-duni-tê de Donald Trump não é nada aleatório
O republicano reconheceu nesta terça-feira (15) que pode chegar ao ponto de pedir que os países escolham entre EUA e China, mas a história não é bem assim
Vale (VALE3): produção de minério cai 4,5% no 1T25; vendas sobem com preço quase 10% menor
A alta nas vendas de minério foram suportadas pela comercialização de estoques avançados formados em trimestres anteriores, para compensar as restrições de embarque no Sistema Norte devido às chuvas
Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária
O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump — a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer
Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Trump vai recuar e mesmo assim cantar vitória?
Existe um cenário onde essa bagunça inicial pode evoluir para algo mais racional. Caso a Casa Branca decida abandonar o tarifaço indiscriminado e concentrar esforços em setores estratégicos surgirão oportunidades reais de investimento.
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete
Dá com uma mão e tira com a outra: o próximo alvo das tarifas de Donald Trump já foi escolhido
Mesmo tendo anunciado a suspensão das tarifas por 90 dias por conta do caos nos mercados, o republicano diz que as taxas são positivas e não vai parar
Um novo dono para o Instagram e WhatsApp: o que está em jogo no julgamento histórico da empresa de Zuckerberg
A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos alega que a Meta, que já era dona do Facebook, comprou o Instagram e o WhatsApp para eliminar a concorrência, obtendo um monopólio
Bitcoin (BTC) sustenta recuperação acima de US$ 84 mil — mercado cripto resiste à pressão, mas token Mantra despenca 90% sob suspeita de ‘rug pull’
Trégua nas tarifas de Trump e isenção para eletrônicos aliviam tensões e trazem respiro ao mercado cripto no início da semana
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos