Em busca da renda passiva: quanto (e como) investir em ações e FIIs para ganhar R$ 5 mil por mês em dividendos
Simulamos quanto você precisa juntar para gerar essa renda extra e trazemos sugestões de ativos que podem ajudar na empreitada

Guardar dinheiro em vez de gastar com pequenos prazeres depois de ralar muito para ganhar aquela grana não é intuitivo, convenhamos. Poupar, afinal de contas, é se privar — mesmo que seja em prol de uma renda passiva no futuro, que pode complementar a aposentadoria ou servir como um segundo salário.
A questão é que o esforço hercúleo de guardar dinheiro todos os meses dá resultado. Não é rápido, não é linear e tampouco fácil. Mas o ditado que diz que “de grão em grão a galinha enche o papo” tem fundamento, e os R$ 200 poupados por mês hoje podem se converter em R$ 5 mil em renda extra no futuro.
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Entretanto, para transformar pequenos aportes mensais em uma fonte robusta de renda, é importante escolher os investimentos adequados para esse objetivo.
Analistas e planejadores financeiros ouvidos pelo Seu Dinheiro recomendam não colocar todo o valor em um único investimento (como na poupança, por exemplo), mas trabalhar com opções de renda fixa — como Tesouro Direto, CDBs, LCI/LCA e afins — e renda variável — como fundos imobiliários e ações com foco em dividendos.
O que se deve ter em mente é o pagamento periódico de juros ou dividendos que esses investimentos proporcionam. No começo, esses pagamentos vão ser quantias modestas, que devem ser reinvestidas para gerar acúmulo de capital.
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Segundo os especialistas, reinvestir os rendimentos recebidos é o segredo da renda passiva futura.
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“Ninguém vai enriquecer da noite para o dia com R$ 100, R$ 200 ou R$ 300 mensais. Requer tempo, clareza de propósito e reinvestimento”, diz Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos. “O reinvestimento dos rendimentos aciona o efeito dos juros compostos, que é o motor que acelera a transformação patrimonial.”
- Juros compostos, ou juros sobre juros, são o mecanismo que potencializa a acumulação de capital em investimentos, pois eles incidem não apenas sobre o principal investido, como também sobre os rendimentos (juros) recebidos. Imagine que você tenha investido R$ 100 em um investimento que renda 1% ao mês. No segundo mês, você terá R$ 101 com o rendimento. No terceiro, com a incidência do juro composto de 1%, a quantia sobe para R$ 102,01. No terceiro mês, para R$ 103,03 e daí por diante.
Reinvestir os rendimentos dos investimentos vai gerar uma bola de neve de juros compostos que culminam no famoso “fazer o dinheiro trabalhar para você”.
Quanto investir para chegar a R$ 5 mil por mês?
Essa não é uma pergunta fácil, de resposta única. Depende de muitos fatores. Seria super simples se um investimento rendesse 1% ao mês, todos os meses, todos os anos, com aportes de R$ 100 por mês, todos os meses, todos os anos.
Mas, na vida real, não é assim. A rentabilidade de um investimento está sujeita a mudanças.
Um CDB que rende 100% do CDI não rende a mesma coisa todos os meses. A rentabilidade depende da quantidade de dias do mês, da taxa básica de juros e dos juros compostos sobre aquele valor, citando alguns fatores.
No caso de uma ação ou fundo imobiliário, o dividendo a ser pago depende do lucro da empresa ou do fundo, de quanto dinheiro se tem investido e por aí vai.
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Simulação para renda passiva
São muitas as variáveis que influenciam no rendimento de um investimento. O que é possível fazer, e fizemos para esta matéria, é estabelecer alguns parâmetros para estimar quanto seria preciso investir em ações e fundos imobiliários para chegar a uma renda passiva de R$ 5 mil por mês.
- Fundos Imobiliários (FIIs): entre R$ 625 mil e R$ 680 mil.
- Ações de dividendos: entre R$ 650 mil e R$ 715 mil.
A simulação, feita pela iHub Investimentos, considerou um rendimento líquido (ou seja, isento de imposto de renda e de taxas de corretoras) médio entre 0,7% e 0,8% ao mês. Isso equivale a um retorno líquido anual entre 8% a 10%.
- Dividendos de ações e FIIs são isentos de IR — embora incida 15% de IR sobre o ganho de capital obtido com a valorização do preço dos ativos quando eles são vendidos.
Trata-se de um exercício de estimativa com base no que esses investimentos pagaram nos últimos anos.
Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, nos últimos cinco anos, o índice de ações de dividendos da B3, IDIV, teve um rendimento de dividendos (dividend yield) médio de 10,36%. No mesmo período, o rendimento de dividendos do IFIX, que é o índice de fundos imobiliários da B3, foi de 10,26%, em média.
Os juros no Brasil, que têm o CDI como referência para a rentabilidade de investimentos, também ficaram na faixa dos 10,5%, em média, nos últimos cinco anos.
Claro, é sempre importante ter em mente que “retorno passado não é garantia de retorno futuro” — mas ajuda a ter parâmetros.
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Renda extra com ações de dividendos
Para escolher ações com foco em obter renda passiva é importante ter alguns critérios em mente:
- A empresa deve ser uma boa pagadora de dividendos, com recorrência e consistência;
- Ter baixo endividamento, de modo a não comprometer seus lucros; e
- Trabalhar com um modelo de negócio resiliente, que continue lucrativo mesmo em momentos de crise.
Alguns setores atendem a esses critérios, como grandes bancos, empresas de energia elétrica e saneamento, telecomunicações e exportadoras (com um pouco mais de seleção).
Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, cita três empresas como exemplo: Vivo (VIVT3), Itaú (ITUB4) e Petrobras (PETR4).
A Vivo e o Itaú pagaram dividendos nos últimos 10 anos, sem pular nenhum. Alguns anos pagaram mais, outros menos, mas o dinheiro sempre caiu. Já a Petrobras tem um histórico menos consistente, com falhas no passado — ficou sem pagar nada entre 2015 e 2017 —, mas uma sinalização mais positiva para o futuro, por isso entrou na seleção.
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Outras companhias com menção honrosa são Klabin (KLBN11), com mais de 10 anos de consistência, embora com um pequeno deslize em 2020 (mas a pandemia dá um desconto); Banco do Brasil (BBAS3), mais de 10 anos de consistência, com o bônus de valores crescentes a partir de 2021; e a CPFL Energia (CPFE3), nove anos de consistência e valores melhores nos últimos anos.
Hungria chama a atenção para outras duas informações importantes sobre ações de dividendos para obter renda extra.
A primeira é a diversificação. Ele recomenda ter entre cinco e 10 ações para garantir os dividendos e diminuir os riscos de uma ou duas empresas terem um ano mais difícil e pagarem menos.
A segunda é a periodicidade. Empresas não pagam dividendos todos os meses. A periodicidade varia entre trimestral, semestral ou até mesmo anual. Mas isso não deve ser visto como um problema, principalmente na fase de reinvestimento dos dividendos.
Posteriormente, os valores mensais estarão garantidos pelo acúmulo de capital dos anos anteriores.
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Renda passiva com FIIs
Fundos imobiliários (FIIs) se diferenciam das ações porque são ativos que nascem com a proposta de pagamento recorrente de dividendos, espelhando o pagamento de aluguel de imóveis.
A maior parte dos FIIs negociados em bolsa pagam dividendos mensalmente, e os investidores, geralmente, buscam os fundos que oferecem os maiores valores — algo que o planejador financeiro Jeff Patzlaff considera um erro.
“Escolher um fundo imobiliário analisando só o dividendo é como escolher um voo só por ser o mais barato, mas depois tem que arcar com os imprevistos, como pagar malas, assento e passar por diversas conexões que não valem a pena”, diz Patzlaff.
O especialista pondera que os FIIs que servem para acumular renda passiva no longo prazo são os que têm bons fundamentos para gerar renda hoje e no futuro. A análise, segundo ele, é a de um imóvel. Os pontos importantes para se avaliar são:
- Taxa de Vacância, que reflete a porcentagem de imóveis desocupados no portfólio. Taxas baixas indicam maior ocupação e, consequentemente, maior geração de receita;
- Preço/Valor Patrimonial (P/VP), que compara o preço da cota negociado na bolsa com o valor patrimonial do fundo. Um P/VP abaixo de 1 pode indicar que a cota está sendo negociada com desconto — o que pode ser uma questão geral da economia ou um problema no fundo;
- Liquidez: é sempre melhor optar por fundos com alto volume de negociação em bolsa, pois facilita a compra e venda de cotas; e
- Gestão do fundo: analisar o histórico e a reputação da gestora para assegurar uma administração eficaz e transparente.
Assim como as ações, os FIIs são subdivididos em setores: logística, shoppings, renda urbana, lajes corporativas e dívida. Não há um setor melhor do que o outro em termos de pagamento de dividendos, segundo os especialistas, o que existe é gestão e portfólio melhores para a recorrência e consistência da distribuição dos lucros.
Assim como no caso das ações, ter entre cinco e 10 FIIs é a recomendação de Patzlaff, passando por diferentes setores, sempre priorizando fundamentos aos dividendos.
Os fundos que têm se destacado no setor nos últimos tempos são os FIIs que investem em dívidas imobiliárias, chamados “FIIs de papel”. Os dividendos pagos resultam dos juros dos títulos de dívida e, como a taxa básica está alta (a Selic hoje está em 14,75% ao ano), os dividendos têm sido bons.
Porém, os fundos que investem em imóveis físicos — chamados “fundos de tijolo” — não ficam para trás. Os aluguéis estão altos, a valorização dos imóveis tem sido boa e as taxas de vacância estão baixas. Tudo isso resulta em caixa cheio.
Os preferidos dos analistas, segundo levantamento do Seu Dinheiro, são Kinea Renda Imobiliária (KNRI11), Pátria Renda Urbana (HGRU11), Valora RE III (VGIR11) e BTG Pactual Logística (BTLG11).
De R$ 100 em R$ 100…
Aportes mensais de R$ 100, R$ 500 ou R$ 1.000 fazem diferença quando somados ao reinvestimento e à regularidade.
O iHub também simulou quanto tempo seria necessário para atingir a renda extra de R$ 5 mil por mês com um rendimento médio de 0,7% ao mês:
- Aporte de R$ 1.000 por mês: cerca de 23 anos para atingir os R$ 715 mil necessários;
- Aporte de R$ 500 por mês: o prazo sobe para 30 anos;
- Aporte de R$ 300 por mês: o investidor levará cerca de 35 anos;
- Aporte de R$ 100 por mês: exige um horizonte de 45 anos ou mais.
A combinação de ativos — desde investimentos em renda fixa que protegem contra a inflação até FIIs e ações de dividendos — ajuda a obter mais rendimentos e aumentar os reinvestimentos para a “mágica” dos juros compostos, segundo o CEO da iHub.
“Atingir essa meta é plenamente viável desde que o investidor saiba onde aplicar, reinvista os rendimentos e tenha clareza quanto ao tempo necessário para acumular o patrimônio ideal”, diz Cunha.
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