Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%
Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo
Em meio à sua segunda recuperação judicial, iniciada em 2023, e ainda pressionada por dívidas que desafiam a nova gestão, a Oi (OIBR3) apresentou nesta terça-feira (2) a seus credores uma proposta de mudanças ao plano aprovado em 2024, numa tentativa de evitar um novo colapso. As ações da operadora de telefonia caem 10% na B3.
A proposta envolve mudanças nas condições de pagamento aos credores, venda de ativos e uma reestruturação profunda do caixa e da estratégia da companhia, uma resposta direta aos impactos deixados por frustrações regulatórias, operações mal sucedidas e um passivo trabalhista crescente.
O aditamento, que também abrange as controladas Portugal Telecom International Finance BV e Oi Brasil Holdings Cooperatief UA, busca cortar custos imediatos depois que a nova diretoria identificou “a frustração de algumas das premissas regulatórias, financeiras e mercadológicas adotadas pela antiga gestão”.
Na prática, o aditamento representa a tentativa de alterar legalmente os termos do plano atual.
Segundo o documento, os três pilares da proposta incluem: reestruturar os pagamentos de credores trabalhistas e quirografários (Classes I e III), adequar o fluxo de caixa da empresa à nova realidade financeira e reduzir o passivo de forma a garantir recursos imediatos para manter as operações e redesenhar sua estrutura de capital.
A medida ainda será submetida à assembleia geral de credores, em data a ser definida, e depende de homologação judicial. Com isso, o plano pode sofrer alterações ao longo do processo.
Leia Também
Por volta das 14h40, as ações OIBR3 caíam quase 9,23% na B3, cotadas a R$ 0,59. No ano, os papéis acumulam perda de 56%.
- VEJA MAIS: Já está no ar o evento “Onde investir no 2º semestre de 2025”, do Seu Dinheiro, com as melhores recomendações de ações, FIIs, BDRs, criptomoedas e renda fixa
O peso das decisões passadas
A atual administração apontou a venda da UPI ClientCo como um dos principais entraves herdados. Apesar do valor anunciado de R$ 5,7 bilhões, os recursos vieram majoritariamente em ativos não monetários, frustrando as expectativas de entrada imediata de caixa.
“O Grupo Oi vem trabalhando para equacionar a sua dívida, reduzir os seus custos e remodelar a sua estratégia de negócios, sobretudo pelo descomissionamento de atividades relacionadas ao antigo regime de concessão e pelo direcionamento de suas operações a novos mercados de alto potencial de crescimento”, diz a empresa no documento.
O plano aprovado em 2024 levou quase um ano para ser construído e homologado. Com ele, a Oi busca reduzir até 75% de sua dívida financeira. Mas o caminho até lá tem sido árduo.
Da promessa ao impacto
Entre os principais fatores para o novo pedido está a venda frustrada da UPI ClientCo à V.tal. O plano inicial previa R$ 7,3 bilhões em dinheiro, mas a operação foi concluída com apenas R$ 5,7 bilhões em contrapartidas — e, em sua maior parte, não monetárias.
O atraso de três meses na conclusão da venda ainda gerou um impacto extra de R$ 600 milhões no caixa, além de prejuízos mensais de R$ 150 milhões com a manutenção das operações da unidade e perdas de R$ 166 milhões pela deterioração dos serviços.
A empresa também destacou o atraso na migração do regime de concessão para autorização no Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC). Prevista para junho de 2024, a transição só foi concluída em novembro, gerando um custo adicional estimado em R$ 510 milhões devido à manutenção de estruturas obsoletas.
O passivo trabalhista também explodiu. De acordo com a petição, os desembolsos mensais com ações trabalhistas cresceram mais de 1.200% em um ano, alcançando uma média de R$ 32,5 milhões. A Oi atribui o aumento à deterioração operacional e ao ambiente macroeconômico adverso, marcado por inflação alta, dólar valorizado e juros elevados.
Apesar disso, a companhia afirma ter avançado. Destaca a captação de US$ 655 milhões via financiamento DIP (devedor na posse) e o acordo com a Anatel para parcelar R$ 8,4 bilhões em débitos regulatórios. Entre janeiro de 2024 e maio de 2025, a dívida líquida foi reduzida de R$ 25,4 bilhões para R$ 10,29 bilhões.
- LEIA TAMBÉM: Quer se atualizar do que está rolando no mercado? O Seu Dinheiro liberou como cortesia uma curadoria das notícias mais quentes; veja aqui
O que muda com o novo plano?
No aditamento apresentado, a Oi propõe aos credores trabalhistas (Classe I) duas opções: pagamento à vista de até R$ 9 mil, limitado a um teto global de R$ 30 milhões, ou parcelamento em até três anos, com limite individual de 150 salários-mínimos. Já para credores da Classe III, o plano prevê pagamentos até 2038, com os valores atrelados à alienação de imóveis.
A companhia também sugere a rescisão de contratos considerados descontinuados e a liberação de 50% dos depósitos recursais para pagamento trabalhista, direcionando o restante ao capital de giro.
Outra frente importante do plano é a criação de um veículo societário para gerir e vender mais de 7 mil imóveis, avaliados em R$ 4 bilhões. Credores poderão receber cotas desse fundo como forma de dação em pagamento. A governança renovada, implantada em dezembro de 2024, tem como meta preservar cerca de 22 mil empregos diretos e indiretos, além de manter a operação em funcionamento.
A aposta da Nova Oi é em serviços corporativos e soluções em tecnologia da informação. Em 2024, a empresa registrou receita de R$ 3,1 bilhões, e mira crescimento no segmento B2B, com foco em serviços de maior valor agregado.
Reta decisiva
Caso a Justiça aceite o pedido de tutela de urgência, a Oi poderá convocar uma nova assembleia de credores para votar o aditamento.
Se o novo plano for rejeitado, volta a valer o anterior, homologado em 2024, com a retomada das obrigações e o fim da proteção judicial.
A própria companhia admite que, nesse cenário, a perspectiva de superar a situação de insolvência, iniciada em 2016, se torna ainda mais distante.
O documento lembra que o novo pedido de recuperação judicial veio apenas três meses após o encerramento da primeira fase, em setembro de 2023.
*Com informações do Money Times
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Azzas 2154 (AZZA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam mais de R$ 300 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)
Dona da Arezzo pagará R$ 180 milhões, e fabricante de ônibus, R$ 169 milhões, fora os JCP; veja quem tem direito aos proventos
XP (XPBR31) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e recompra de até R$ 1 bilhão em ações após lucro recorde no 3T25
Companhia reportou lucro líquido de R$ 1,33 bilhão, avanço de 12% na comparação anual; veja os destaques do balanço
Banco do Brasil (BBAS3) lança cartão para a altíssima renda de olho nos milionários; veja os benefícios
O cartão BB Visa Altus Liv será exclusivo para clientes com mais de R$ 1 milhão investido, gastos médios acima de R$ 20 mil e/ou renda mínima de R$ 30 mil
A ação que pode virar ‘terror’ dos vendidos: veja o alerta do Itaú BBA sobre papel ‘odiado’ na B3
Apesar da pressão dos vendidos, o banco vê gatilhos de melhora para 2026 e 2027 e diz que shortear a ação agora pode ser um erro
JBS (JBSS32): BofA ‘perdoa’ motivo que fez mercado torcer o nariz para a empresa e eleva preço-alvo para as ações
Após balanço do terceiro trimestre e revisão do guidance, o BofA elevou o preço-alvo e manteve recomendação de compra para a JBS
Grupo Toky (TOKY3), da Mobly e Tok&Stok, aprova aumento de capital e diminui prejuízo, mas briga entre sócios custou até R$ 42 milhões
Empresa amargou dificuldades com fornecedores, que levaram a perdas de vendas, faltas de produtos e atraso nas entregas
Petrobras (PETR4) descobre ‘petróleo excelente’ no Rio de Janeiro: veja detalhes sobre o achado
A estatal identificou petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde e segue com análises para medir o potencial da nova área
Gigantes de frango e ovos: JBS e Mantiqueira compram empresa familiar nos EUA para acelerar expansão internacional
A maior produtora de frangos do mundo e a maior produtora de ovos da América do Sul ampliam sua presença global
Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) têm perdas bilionárias no trimestre; confira os números dos balanços
Os resultados são uma fotografia dos desafios financeiros que as duas companhias enfrentam nos últimos meses; mudanças na alta cúpula também são anunciadas
Nubank (ROXO34): o que fazer com a ação após maior lucro da história? O BTG responde
Na bolsa de Nova York, a ação NU renovava máximas, negociada a US$ 16,06, alta de 3,11% no pregão. No acumulado de 2025, o papel sobe mais de 50%.
IRB (IRBR3) lidera quedas do Ibovespa hoje após tombo de quase 15% no lucro líquido, mas Genial ainda vê potencial
Apesar dos resultados fracos no terceiro trimestre, a gestora manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa
Não aprendi dizer adeus: falência da Oi (OIBR3) é revertida. Tribunal vê recuperação possível e culpa gestão pela ruína
A desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara do Direito Privado do TJ-RJ, decidiu suspender os efeitos da decretação de falência, concedendo à companhia uma nova chance de seguir com a recuperação judicial
iPhones com até 45% de desconto no Mercado Livre; veja as ofertas
Ofertas são da loja oficial da Apple dentro do marketplace e contam com entrega Full e frete grátis
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa