Mapa Capital assume controle da Casas Bahia (BHIA3) após conversão de debêntures
Operação reduz dívida bruta para R$ 2,9 bi e alavancagem pela metade; diluição dos acionistas já era esperada e antecipa movimento previsto para outubro
A transformação da Casas Bahia (BHIA3) deixou de ser apenas estratégica e passou a ser acionária. Em fato relevante divulgado na noite de quarta-feira (6), a companhia anunciou que a gestora Mapa Capital passou a deter cerca de 85,5% do capital social da varejista, após a conversão de debêntures em ações.
A operação foi feita por meio da Domus VII Participações, subsidiária da Mapa, e marca a consolidação de um processo que já estava no radar do mercado, e que agora reconfigura completamente a estrutura de controle da empresa.
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Vale destacar que a Mapa Capital é uma gestora especializada em reestruturações empresariais. Sua estratégia consiste em investir em companhias com alto nível de endividamento para depois trabalhar em processos de virada e ganho de valor no longo prazo.
Na prática: o que essa conversão significa
Debêntures são títulos de dívida que empresas emitem para captar recursos. No caso da Casas Bahia, a Mapa Capital optou por converter de 1,4 bilhão de debêntures da 2ª série da 10ª emissão da companhia em ações ordinárias. Com isso, a dívida foi eliminada e transformada em participação acionária.
Ou seja: em vez de cobrar, a Mapa virou sócia, e agora controla a companhia.
Como foi feita a conversão?
Esses papéis haviam sido emitidos como parte do plano de reestruturação financeira da empresa e, inicialmente, estavam nas mãos de instituições como Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3). A Mapa adquiriu os títulos ao longo dos últimos meses.
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Com aprovação prévia do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e aval do conselho de administração da Casas Bahia, foram emitidas 558,8 milhões de novas ações, a um preço de R$ 2,95 por ação — equivalente a 80% do VWAP (preço médio ponderado por volume) dos últimos 90 dias.
O aumento de capital social foi de R$ 1,648 bilhão, elevando o capital total da companhia de R$ 5,44 bilhões para R$ 7,09 bilhões, agora dividido em quase 654 milhões de ações ordinárias.
Dívida menor, alívio no balanço
Com a conclusão da operação, a dívida bruta da Casas Bahia deve cair para R$ 2,9 bilhões, enquanto a alavancagem financeira (dívida líquida sobre Ebitda) despenca de 1,6x para 0,8x.
Em entrevista concedida ao Money Times em junho, Pedro Succar, diretor de relações com investidores da Casas Bahia, afirmou que a conversão das debêntures resultaria em uma economia mínima de R$ 230 milhões em juros que deixariam de ser pagos com a extinção dos papéis da 2ª série.
Diluição já esperada pelos acionistas
A conversão de dívida em ações resultou na diluição da base acionária, já que todas as ações foram integralizadas pela Domus, com exclusão do direito de preferência dos antigos acionistas.
Apesar disso, a companhia reforça que o movimento já era conhecido do mercado. Segundo Succar, a diluição era prevista para outubro, mas acabou sendo antecipada.
“Os acionistas já tinham ciência dessa potencial diluição. A questão foi o timing, mas foi no mesmo ano que já haveria potencial diluição, que seria outubro”, disse.
E agora?
A entrada da Mapa Capital no controle formal da Casas Bahia representa mais um passo na tentativa de recuperação da varejista, que vem de anos difíceis, prejuízos bilionários e queda livre na bolsa. A empresa agora se apoia em uma estrutura de capital mais enxuta para tentar voltar a crescer.
Mas a mudança também reacende um dilema que preocupa parte dos investidores: o que sobra para os acionistas minoritários diante de uma reestruturação tão profunda?
Diante do cenário atual, a desalavancagem é positiva, mas a diluição e a concentração de controle levantam dúvidas sobre o futuro da governança e do valor de mercado.
Essa discussão já estava posta, e foi explorada em detalhes nesta matéria.
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