JBS (JBSS3) de malas prontas para Nova York: Com BNDES ‘fora’ da jogada, frigorífico avança em planos de dupla listagem
A controladora J&F Investimentos e a BNDESPar firmaram acordo que elimina o principal risco para a aprovação da dupla listagem do frigorífico nos Estados Unidos

Após mais de dois anos de espera, a JBS (JBSS3) agora está oficialmente de malas prontas para desembarcar em Wall Street.
A dona da Seara informou nesta segunda-feira (17) que foi informada de que a J&F Investimentos, sua acionista controladora, e a BNDESPar firmaram acordo para a dupla listagem das ações da companhia no Brasil e nos Estados Unidos.
- VEJA MAIS: Onde investir este mês? Analistas recomendam as melhores ações, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas
Com a dupla listagem, os papéis da empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista serão negociados tanto na B3 quanto na bolsa de valores de Nova York (NYSE).
Nos termos do acordo, a chegada das ações da JBS à terra do Tio Sam deverá acontecer até o fim de 2026.
“A proposta fortalecerá a governança da companhia e tem potencial de destravar o valor da ação e de atrair uma base mais ampla de investidores, com maior capacidade de investimento”, afirmou a companhia.
As ações da JBS (JBSS3) operam nas alturas nesta terça-feira (18), liderando os ganhos do Ibovespa nas primeiras horas da sessão. Por volta das 11h15, os papéis do frigorífico saltavam 14,11%, negociados a R$ 37,37.
Leia Também
JBS (JBSS3) prepara dupla listagem nos EUA após dois de espera
A JBS (JBSS3) havia anunciado a migração da estrutura acionária para o exterior pela primeira vez em 2023. No entanto, somente neste ano a gigante de alimentos parece ter resolvido os entraves para tirar os planos do papel.
Analistas de mercado avaliam que a incerteza sobre como o BNDES poderia votar sobre a dupla listagem foi a principal razão por trás do atraso na operação, formalmente anunciada há um ano e meio.
A própria controladora da JBS afirma que o contrato para a dupla listagem foi alcançado por conta de a BNDESPAR ser a maior acionista minoritária do frigorífico, detentora de 20,8% do capital social do frigorífico.
Essa posição “lhe garante representatividade diferenciada na governança da companhia”, afirmou a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários.
O entrave com o BNDES
Segundo o mercado, o acordo elimina o principal risco para a aprovação da dupla listagem da JBS nos Estados Unidos.
Isso porque, pelo contrato, a BNDESPar se absterá de votar na assembleia de acionistas que vai decidir sobre a operação de dupla listagem da JBS, para que os demais minoritários possam tomar a decisão final.
Em troca, a J&F se comprometeu com um mecanismo de compensação: se a dupla listagem for aprovada pelos acionistas e as ações da JBS não atingirem um certo preço até dezembro de 2026, o BNDES receberá até R$ 500 milhões como compensação.
Considerando o preço de fechamento anterior, o BNDES possui uma participação estimada em R$ 15,3 bilhões na JBS. Isso significa que o acordo de R$ 500 milhões efetivamente garante um retorno mínimo de 3% para a BNDESPar em troca da abstenção do voto.
Segundo o JP Morgan, o acordo entre a J&F e o BNDES permite à JBS “superar o principal obstáculo para a tão aguardada listagem nos EUA”, garantindo que o banco público não votará contra a operação, especialmente após bloquear a última tentativa da empresa, em 2016.
“Acreditamos que a empresa não deverá ter grandes problemas para aprovar a listagem, com o BNDES fora da votação”, avaliaram os analistas.
Para o banco norte-americano, o mecanismo deve garantir que a listagem seja rentável para o BNDES — que já obteve retornos substanciais com os investimentos na JBS — e também para a dona da Seara, já que o montante deve ser pago pela J&F, e não pela própria JBS.
O que esperar da dupla listagem da JBS (JBSS3)?
Para o BTG Pactual, o acordo da J&F com o BNDES sinaliza uma confiança crescente de que a tão esperada listagem da JBS nos Estados Unidos está finalmente se aproximando da linha de chegada — e trata-se de um evento importante de redução de riscos para a operação.
“Isso é crítico, porque a J&F não pode votar em uma decisão de deslistagem, tornando o BNDES o voto decisivo, com sua participação representando 41% do total de ações da JBS em circulação”, destacou o banco.
Os analistas avaliam que deixar a decisão inteiramente na mão dos minoritários aumenta significativamente a probabilidade de aprovação da transação.
O mercado enxerga que a listagem nos EUA poderia ajudar a impulsionar o valuation da JBS, além de potencialmente reduzir alguns dos riscos de governança corporativa associados ao Brasil e ampliar sua base de investidores.
Apesar de ser uma empresa maior e mais diversificada, a JBS (JBSS3) há muito negocia com desconto em relação a seus pares globais, especialmente a Tyson Foods.
Na visão do JP Morgan, a potencial listagem dupla poderá aumentar significativamente o valuation da brasileira, equiparando-a à Tyson Foods, que negocia com um múltiplo de 15 vezes o preço/lucro estimado para 2026, contra apenas 8 vezes da JBS, segundo o consenso Bloomberg.
- VEJA MAIS: Em entrevista ao Seu Dinheiro, especialistas do mercado apontaram os investimentos mais promissores para o mês; confira
Por outro lado, o BTG afirma que, ainda que a JBS possa experimentar alguma expansão de múltiplos após a listagem, uma reavaliação mais significativa e duradoura demandaria o crescimento da presença da empresa em alimentos preparados.
Analistas também apostam que a listagem dupla também pode aumentar a probabilidade de inclusão da JBS nos principais índices de ações dos EUA, impulsionando ainda mais sua presença de mercado.
“Vemos isso como uma notícia positiva chave para a empresa, pois garante a remoção de um grande entrave ao nome. Embora as ações parecessem saturadas entre os investidores, acreditamos que ainda há espaço para um aumento nas posições táticas e esperamos que essa notícia traga mais fluxos estrangeiros também”, disse o JP Morgan.
No entanto, há ainda incertezas no radar, como qual seria o nível esperado de valorização das ações da JBS (JBSS3) acordado entre a J&F e a BNDESPar.
O mercado também questiona-se sobre o que aconteceria caso, por algum motivo, a listagem dupla não ocorra até 26 de dezembro.
Itaú BBA eleva projeção para o Ibovespa até o fim de 2025; saiba até onde o índice pode chegar
Banco destaca cenário favorável para ações brasileiras com ciclo de afrouxamento monetário e menor custo de capital
Falta de OPA na Braskem não é o que preocupa o BTG: o principal catalisador da petroquímica está em outro lugar — e não tem nada a ver com Tanure
Embora as questões de governança e mudança de controle não possam ser ignoradas, o verdadeiro motor (ou detrator) é outro; veja o que dizem os analistas
Enquanto Banco do Brasil (BBAS3) sofre o peso do agronegócio, Bradesco (BBDC4) quer aumentar carteira agrícola em até 15% na safra 2025/26
O Bradesco traçou uma meta ousada: aumentar sua carteira agrícola entre 10% e 15% para a safra 2025/2026; veja os detalhes da estratégia
XP cobra na Justiça a Grizzly Research por danos milionários após acusações de esquema de pirâmide
A corretora acusa a Grizzly Research de difamação e afirma que o relatório causou danos de mais de US$ 100 milhões, tanto em perdas financeiras quanto em danos à sua reputação
Fundador da Hypera (HYPE3) estabelece acordo para formar bloco controlador — e blindar a empresa contra a EMS; entenda
Mesmo com a rejeição da oferta pela Hypera em outubro do ano passado, a EMS segue demonstrando interesse pela aquisição da rival
IPO da pressão: Shein faz pedido de abertura de capital em Hong Kong para “colocar na parede” os reguladores do Reino Unido
A gigante do fast fashion busca acelerar sua estreia internacional e contornar impasse com reguladores britânicos sobre riscos ligados à cadeia de suprimentos na China.
Oi (OIBR3) abre brecha para recuperação judicial nos EUA, depois de pedir para encerrar Chapter 15
A empresa avaliou que, dado o avanço do processo de Recuperação Judicial no Brasil, o Chapter 15 não seria mais necessário. Mas isso não significa que os problemas acabaram
IPO de ouro: Aura Minerals (AURA33) quer brilhar em Wall Street com oferta de ações milionária. O que isso significa para os acionistas?
A partir dessa listagem, as ações ordinárias da Aura Minerals passarão a ser negociadas na Nasdaq, sob o ticker AUGO. Entenda a estratégia da mineradora
Tesla (TSLA34) paga o preço pela língua de Elon Musk e perde mais de US$ 60 bilhões em valor de mercado
O tombo acontece após bilionário afirmar no último sábado (5) que criaria um novo partido sob sua tutela: o America Party
Carrefour (CAFR31): saiba quem é o argentino que assumirá o comando da rede no Brasil
Stéphane Maquaire, atual CEO, deixa o cargo após seis anos à frente das operações e do processo de incorporação da empresa pela matriz francesa
Assaí (ASAI3): segundo trimestre deve ser mais fraco, mas estes são os 5 motivos para ainda acreditar na ação
Em relatório, o Itaú BBA revisou para baixo as estimativas para o Assaí. O banco projeta um segundo trimestre mais fraco, mas ainda acredita nas ações — e um dos motivos é a potencial aprovação da venda de medicamentos nos supermercados
Embraer (EMBR3): CEO confirma negociações sigilosas com até dez países interessados no cargueiro militar KC-390; veja o que se sabe até o momento
A Lituânia foi o comprador mais recente, juntando-se a Portugal, Hungria, Áustria e Coreia do Sul na lista de clientes do modelo
Ações do Banco do Brasil (BBAS3) somam R$ 5 bi em posições vendidas e XP projeta menos lucros e dividendos a partir de agora
Analistas da XP sinalizam problemas persistentes na qualidade de crédito do setor agrícola do banco estatal e mantém cautela para os próximos trimestres
Ataque hacker: como a Polícia conseguiu prender o suspeito de facilitar o ‘roubo do século’ na C&M?
Para descobrir os responsáveis, as autoridades recorreram a imagens registradas pelas câmeras internas da C&M; entenda o que aconteceu
Gafisa (GFSA3) lança follow-on de até R$ 107 milhões para engordar caixa — com direito a “presente” aos acionistas que participarem da oferta
Considerando apenas a distribuição do lote inicial, a companhia pode captar pelo menos R$ 26,9 milhões com a oferta. Veja os detalhes da operação
Eletrobras (ELET3): UBS aumenta preço-alvo e vê dividendos altos no longo prazo
Privatização resolveu disputas políticas e otimizou o balanço da Eletrobras, segundo o banco, tornando os papéis um investimento de risco-retorno mais atrativo
Musk bate o pé e Tesla paga a conta: ação cai forte com intenção do bilionário de criar novo partido político nos EUA
No sábado, o bilionário anunciou que pretende criar o Partido América com foco nas eleições de meio de mandato nos EUA
Nelson Tanure pede aval do Cade para abocanhar o controle da Braskem (BRKM5) — e não quer saber de tag along ou OPA
Tanure formalizou pedido ao Cade para obter a autorização necessária e seguir com a transação junto à NSP Investimentos, holding que detém a participação da Novonor na petroquímica
Após fala de CEO, Magazine Luiza (MGLU3) faz esclarecimento sobre as projeções de faturamento para 2025
Em evento do BNDES, Fred Trajano afirmou que o Magalu tinha projeções de faturar R$ 70 bilhões em 2025
Consignado privado: Banco do Brasil (BBAS3) supera a marca de R$ 4,5 bi em contratações na modalidade de crédito para o trabalhador
O programa tem como público-alvo os trabalhadores com carteira assinada da iniciativa privada, com juros mais baixos