Por que Campos Neto acha que o mundo está em uma encruzilhada — e a solução não está em mais impostos
Em videocast do Nubank publicado nesta terça-feira (5), o ex-presidente do Banco Central diz que, embora o debate sobre tarifas e polarização esteja em alta, o problema é outro

Após uma passagem movimentada à frente do Banco Central, Roberto Campos Neto chega ao Nubank com uma visão clara sobre os desafios econômicos globais. Para ele, o mundo está em uma verdadeira encruzilhada, onde a dívida pública crescente e a inflação são os maiores problemas a serem enfrentados.
A solução, segundo o ex-presidente do BC, não está no aumento das políticas públicas e de impostos, como muitos governos — incluindo o brasileiro — vêm adotando, mas em um ajuste mais estrutural e focado no setor privado.
Em videocast do Nubank publicado nesta terça-feira (5), RCN afirma que, embora o debate sobre tarifas e polarização esteja em alta, o verdadeiro "elefante na sala" é a trajetória da dívida pública global.
- VEJA MAIS: Como receber os principais insights do Touros e Ursos em primeira mão? Podcast do Seu Dinheiro recebe grandes nomes do mercado para mostrar tudo que é preciso saber para investir
Para ele, a forma como o mundo lidou com a pandemia do novo coronavírus foi por meio de uma série de programas de transferência de recursos — necessários à época, mas que se arrastam mesmo anos depois da crise sanitária.
“Esses programas colocaram muito dinheiro na economia, o que gerou uma enorme liquidez. Isso dá a impressão de que os mercados estão funcionando e de que está tudo bem. Mas o grande problema é que você tem uma dívida maior e uma inflação mais elevada”, diz Campos Neto.
“Isso significa um custo maior para rolar a dívida e menos recursos para muitos gastos importantes dos governos. E a maneira como os governos estão tentando resolver esse cenário é taxar ainda mais pessoas”, acrescenta.
Leia Também
Campos Neto assumiu as posições de vice-presidente e chefe global de políticas públicas do Nubank no início de julho, após deixar a presidência do Banco Central, onde liderou as decisões de política monetária de 2019 a 2024.
Campos Neto fala sobre o problema fiscal e os impactos para a economia
Segundo Campos Neto, a coordenação na saída da pandemia foi “extremamente difícil”.
De um lado, os bancos centrais apertavam a política monetária para conter o avanço da inflação. Do outro, os governos ampliaram as políticas fiscais para estimular a economia.
“Houve uma quebra na sincronia entre política fiscal e monetária, o que resultou em inflação persistente. Este é um desafio para o banqueiro central, porque, no final, o banco central sempre será culpado”, diz.
David Vélez, CEO e fundador do Nubank, também destacou a abordagem dos governos no pós-pandemia.
Segundo Vélez, 92% das iniciativas fiscais adotadas pelos governos para equilibrar seus orçamentos se concentraram no aumento de impostos, enquanto apenas 8% trataram de cortes de gastos.
A estratégia de aumentar os impostos, segundo Campos Neto, tem sérios impactos no ambiente produtivo, afetando a eficiência e a criação de valor.
“O problema de aumentar a tributação é que você acaba criando menos eficiência e produtividade. A saída [para o problema fiscal global] não está em mais políticas públicas e mais dívidas, mas sim em estimular o setor privado, diminuir a burocracia e atrair mais investimentos”, afirmou.
Para ele, o mundo atravessa um momento crucial, com poucos países conseguindo gerar superávits primários.
“Isso pode se tornar um problema enorme no futuro, e quanto antes você tentar corrigi-lo, menos custoso será em termos de danos para o tecido social.”
“O Brasil está desandando, mas a culpa não é só do Lula”. Gestores veem sede de gastos no Congresso e defendem Haddad
Gestores não responsabilizam apenas o governo petista pelo atual nível da pública e pelo cenário fiscal do país — mas querem Lula fora em 2026 mesmo assim
Caixa começa a pagar Bolsa Família de agosto; confira o calendário
Cerca de 19,2 milhões de famílias receberão o benefício em agosto; valor mínimo é de R$ 600, com adicionais que podem elevar a renda mensal
Um colchão mais duro para os bancos e o que esperar para os mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam negociações sobre um possível fim da guerra na Ucrânia; no local, Boletim Focus, IGP-10 e IBC-Br
Agenda econômica: reta final da temporada de balanços, Jackson Hole e Fed nos holofotes; confira os principais eventos da semana
XP fecha a temporada de balanços enquanto dados-chave no Brasil, Fed, China e Europa mantém agenda da semana movimentada
Lotofácil 3472 pode pagar quase R$ 2 milhões hoje; Quina, Lotomania e Dupla Sena oferecem prêmios maiores
Lotofácil e Quina têm sorteios diários; Lotomania, Dupla Sena e Super Sete correm às segundas, quartas e sextas-feiras
O colchão da discórdia: Por que o CEO do Bradesco (BBDC4) e até a Febraban questionam os planos do Banco Central de mudar o ACCP
Uma mudança na taxa neutra do ACCP exigiria mais capital dos bancos e, por consequência, afetaria a rentabilidade das instituições. Entenda o que está na mesa do BC hoje
Reformas, mudanças estruturais e demográficas podem explicar resiliência do emprego
Mercado de trabalho brasileiro mantém força mesmo com juros altos e impacto de programas sociais, apontam economistas e autoridades
Carteira dos super-ricos, derrocada do Banco do Brasil (BBAS3) e o sonho sem valor dos Jetsons: confira as notícias mais lidas da semana
A nostalgia bombou na última semana, mas o balanço financeiro do Banco do Brasil não passou despercebido
Quanto vale um arranha-céu? Empresas estão de olho em autorizações para prédios mais altos na Faria Lima
Incorporadoras e investidores têm muito apetite pelo aval Cepac, com o intuito de concretizar empreendimentos em terrenos que já foram adquiridos na região
Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais: confira o line-up, os horários e tudo o que você precisa saber sobre o Farraial 2025
A 8° edição do Farraial ocorre neste sábado (16) na Arena Anhembi com Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais
Brics acelera criação do ‘Pix Global’ e preocupa Trump; entenda o Brics Pay e o impacto no dólar
Sistema de liquidação financeira entre países do bloco não cria moeda única, mas pode reduzir a dependência do dólar — e isso já incomoda os EUA
Mega-Sena 2901 acumula em R$ 55 milhões; Quina 6800 premia bolão; e Lotofácil 3469 faz novo milionário — veja os resultados
Bolão da Quina rende mais de R$ 733 mil para cada participante; Mega-Sena acumula e Lotofácil premia aposta de Curitiba.
Governo busca saída para dar mais flexibilidade ao seguro e crédito à exportação, diz Fazenda
As medidas fazem parte das estratégias para garantir o cumprimento das metas fiscais frente às tarifas de 50% de Donald Trump
“Brasil voa se tiver um juro nominal na casa de 7%”, diz Mansueto Almeida — mas o caminho para chegar lá depende do próximo governo
Inflação em queda, dólar mais fraco e reformas estruturais dão fôlego, mas juros ainda travam o crescimento — e a queda consistente só virá com ajuste fiscal firme
As armas de Lula contra Trump: governo revela os detalhes do plano de contingência para conter o tarifaço
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (13) a medida provisória que institui o chamado Programa Brasil Soberano; a MP precisa passar pela Câmara e pelo Senado
Lotofácil 3467 tem 17 ganhadores, mas só dois ficam milionários; Mega-Sena 2900 acumula
A sorte bateu forte na Lotofácil 3467: três apostas cravaram as 15 dezenas, mas só duas delas darão acesso ao prêmio integral
Plano de contingência está definido: Lula anuncia hoje pacote de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço; confira o que se sabe até agora
De acordo com Lula, o plano de contingência ao tarifaço de Trump dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis
Preço do café cai pela primeira vez depois de 18 meses — mas continua nas alturas
Nos 18 meses anteriores, a alta chegou a 99,46%, ou seja, o produto praticamente dobrou de preço
O Ibovespa depois do tarifaço de Trump: a bolsa vai voltar a brilhar?
No podcast desta semana, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisa o cenário da bolsa brasileira e aponta os principais gatilhos que podem levar o Ibovespa a testar novas máximas ainda em 2025
Lula ligou para Xi Jinping em meio ao tarifaço de Trump. Saiba o que rolou na ligação com o presidente da China
Após o aumento da alíquota imposta aos produtos brasileiros pelo republicano, o petista aposta na abertura de novos mercados