Fluxo de investimento estrangeiro impulsiona competitividade no Brasil, mas país continua com “voo de galinha”
País avança quatro posições em ranking global de competitividade, mas segue entre os últimos colocados; entenda quais são os principais entraves ao desenvolvimento no longo prazo

Apesar de ter subido quatro posições no ranking global de competitividade, o Brasil permanece nas últimas colocações. Avaliado pelo Institute for Management Development (IMD) em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), o país ocupa neste ano a 58ª posição entre 69 nações.
O salto de quatro posições no ranking de competitividade em relação ao ano passado é considerado positivo, mas frágil.
"Subir no ranking é uma boa notícia, mas, do ponto de vista estrutural, não há o que comemorar. O Brasil ainda precisa enfrentar desafios profundos para ser competitivo de verdade", afirmou Hugo Tadeu, diretor do núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da FDC, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (16).
- VEJA MAIS: Analista recomenda ação do agronegócio que pode se tornar a grande pagadora de dividendos do mercado no longo prazo; saiba qual é
O levantamento mostra que a melhora foi impulsionada por fatores conjunturais, como o aumento do investimento direto estrangeiro e da geração de empregos. No entanto, o Brasil ainda está distante de reformas estruturais que sustentem seu desenvolvimento no longo prazo.
"Houve uma melhora em indicadores conjunturais, como renda per capita, formação bruta de capital e investimento industrial. Mas são movimentos de curto prazo, que não garantem continuidade. Competitividade se constrói com políticas públicas de longo prazo, e não com medidas emergenciais", completou Tadeu.
O ranking avalia quatro pilares principais: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
Leia Também
Avanços e gargalos da competitividade no Brasil
De acordo com o ranking global de competitividade, o Brasil teve seu melhor desempenho no pilar de performance econômica (30º lugar), impulsionado por indicadores como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), o crescimento de longo prazo do emprego (7º), a atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e a participação em energias renováveis (5º).
Por outro lado, segue entre os últimos colocados em áreas essenciais para a competitividade global, como educação básica (69º), habilidades linguísticas (69º), produtividade da força de trabalho (67º), mão de obra qualificada (68º) e custo de capital (69º).
"O Brasil está crescendo com o apoio de setores tradicionais, como o agronegócio e a mineração, mas falta qualidade nesse crescimento. Sem força de trabalho qualificada, tecnologia e inovação, não vamos sustentar esse avanço no longo prazo", avaliou Tadeu.
Segundo ele, países que lideram o ranking, como Suíça (1º), Cingapura (2º), Dinamarca (4º) e Taiwan (6º), compartilham características como abertura comercial, estabilidade regulatória, sistema educacional de excelência e estratégias de transferência de conhecimento entre universidades e o setor produtivo.
"Esses países têm uma visão de futuro. O Brasil, por outro lado, continua reagindo às circunstâncias com medidas fragmentadas. Se não enfrentarmos nossos gargalos estruturais, como o custo do capital e a baixa qualificação, vamos continuar presos ao que a economia chama de voo de galinha", disse.
Aumento de impostos afugenta capital
Tadeu aponta que o Brasil segue na contramão das principais economias competitivas ao elevar impostos. A recente alta do IOF e o aumento da carga tributária, segundo ele, tornam o ambiente de negócios mais hostil e afastam investimentos.
"Estamos sufocando o setor produtivo. O aumento de impostos encarece o custo do dinheiro e afugenta o capital privado. Estamos na contramão do mundo", afirmou.
Ele alertou também para o uso crescente de subsídios como ferramenta econômica. Embora o Brasil tenha avançado nesse indicador, o resultado não representa, necessariamente, uma melhora estrutural.
"Destinar recursos a setores específicos pode significar menos recursos para outras áreas importantes. Esses incentivos precisam estar ligados a uma estratégia nacional de longo prazo", completou.
Caminhos possíveis para alavancar a competitividade e o crescimento sustentável
Para começar a reverter o cenário, Tadeu defende que reduzir o custo de capital deve ser prioridade. Isso envolve simplificar o sistema tributário, garantir um ambiente regulatório mais estável e oferecer previsibilidade para investidores.
Ele ressalta também a necessidade de investir na qualificação da mão de obra, especialmente nas médias empresas, e de preparar lideranças para lidar com a transformação digital.
"O mundo já surfa ondas tecnológicas, e o Brasil precisa formar profissionais capazes de acompanhar esse ritmo."
Apesar dos entraves, o relatório reconhece que o país tem ativos importantes, como a matriz energética limpa, a capacidade de atrair capital estrangeiro e setores resilientes, como o agronegócio e os serviços.
No entanto, Tadeu reforça que é preciso ir além: "O Brasil tem potencial, mas precisa deixar de ser apenas uma promessa. Crescimento sustentável exige estratégia, educação e inovação."
*Com informações do Estadão Conteúdo
Congresso derruba veto de Lula e livra FIIs e fiagros de novos impostos — mas conta de luz pode ficar mais cara; entenda
O governo Lula vive uma queda de braço com os parlamentares, que votaram pela derrubada de uma série de vetos do presidente
Corpus Christi pode render feriadão; veja o que abre e fecha na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20)
Bancos, bolsa, Correios e transporte público terão mudanças no funcionamento; ponto facultativo traz folga aos mercados
Lotofácil faz mais um milionário, mas não brilha sozinha; Mega-Sena acumula e prêmio sobe a R$ 130 milhões
Ganhador ou ganhadora do concurso 3420 da Lotofácil efetuou aposta por meio dos canais eletrônicos da Caixa; além da Mega-Sena, a Quina também acumulou
Ex-BC Fábio Kanczuk vê Selic a 15% e risco de corte precoce por pressão política — mas postura do Copom com a inflação deveria ser mais dura
Diretor de macroeconomia do ASA acredita que o Brasil precisa de um choque recessivo para conseguir segurar a expectativa de inflação futura
A coisa está feia para o dólar: faz duas décadas que os gestores globais não ficam tão descrentes assim com a moeda
Investidores correm da moeda norte-americana enquanto montam posições em euro e se mostram mais otimistas com emergentes — incluindo o Brasil
Selic sobe ou fica? Gestores estão divididos nas suas projeções para o Copom, mas são unânimes em uma aposta; veja qual
Pesquisa da XP mostra dualidade de opiniões em relação aos juros básicos do país, mas otimismo em relação a outras possibilidades de investimento
Câmara aprova urgência de duas medidas em meio ao impasse do IOF — e uma deve trazer dor de cabeça para o governo
Com a aprovação do caráter de urgência, ambos os projetos podem ser votados diretamente no plenário, sem passar pelas comissões
O país dos juros altos: por que a Selic está tão alta e qual a tendência para os próximos anos?
Touros e Ursos desta semana traz uma entrevista com Samuel Pessôa, pesquisador macro do BTG Pactual, para falar sobre Copom, juros e contas públicas
Lotofácil começa a semana premiando apostador insistente; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
Ganhador ou ganhadora do concurso 3419 da Lotofácil vinha insistindo sempre nos mesmos números; Mega-Sena pode pagar R$ 110 milhões na noite desta terça-feira
Do volante às passarelas: Renault anuncia saída de CEO, que assume comando de gigante das grifes de luxo; ações da montadora caem
Enquanto os papéis da fabricante de automóveis francesa recuaram nesta segunda-feira (16) em Paris, o mesmo não aconteceu com a empresa que estará sob o comando de Luca de Meo a partir de julho
Chegou chegando: Pix Automático começa a ser oferecido pelos bancos nesta segunda-feira (16)
Nova modalidade pretende substituir débito automático e boletos
Agenda econômica: Super Quarta e outras decisões de juros dominam a semana; veja o que você precisa saber para navegar o mercado
Decisões de juros nos EUA, Brasil, Reino Unido, Japão e China marcam uma das semanas mais carregadas de 2025 — e exigem atenção redobrada dos investidores
Taxação de LCI e LCA, JBS (JBSS32) nos EUA e Petrobras (PETR4) enfrenta desafios — confira o que foi notícia na última semana
Apesar da semana do Dia dos Namorados ter chegado ao fim, muitas notícias importantes se destacaram entre as mais lidas do Seu Dinheiro
Desempenho da economia será decisivo nas eleições de 2026, não o tamanho do déficit fiscal, diz Haddad
O chefe da pasta econômica defendeu que, se a economia estiver indo bem, aumentam as chances de reeleição do presidente Lula
Você deveria estar se preparando para o pior no conflito entre Israel e Irã. Como proteger seu patrimônio desde já?
O Seu Dinheiro conversou com especialistas para entender por que você não deve esperar a situação se agravar para começar a pensar no melhor para os seus investimentos
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas