🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem

O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026

21 de outubro de 2025
7:35 - atualizado às 8:36
lula brasil cenário macro economia investimentos / estatais / empresas estatais
Imagem: Flickr/Ricardo Stuckert - Montagem: Giovanna Figueredo

No Brasil, o cenário político voltou a dominar as atenções, em meio à ausência de medidas concretas para recompor a arrecadação após a derrubada da medida provisória que substituiria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A equipe econômica, sem uma estratégia clara, trabalha agora em um verdadeiro “plano B do plano B” — um conjunto de iniciativas improvisadas e de efeito limitado, que evidenciam a dificuldade do governo em lidar com a crescente fragilidade fiscal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre as alternativas avaliadas, estão o aumento do IOF e a reedição de normas que restringem compensações tributárias. Além disso, o governo deverá anunciar novos bloqueios e contingenciamentos orçamentários até o dia 22 de novembro, quando será divulgado o próximo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.

Em paralelo, o ministro Cristiano Zanin desengavetou uma ação apresentada ainda em abril de 2023, questionando a constitucionalidade da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos aprovada pelo Congresso há quase dois anos. O valor envolvido na disputa é praticamente equivalente à perda de receita causada pela MP que caducou — coincidência que levanta suspeitas de uma tentativa do Executivo de recuperar, via Judiciário, o que perdeu no Legislativo.

Por ora, a indefinição persiste. A falta de uma solução fiscal robusta aumenta a percepção de risco e reforça a leitura de que Brasília segue mais como fonte de volatilidade do que de estabilidade para o investidor. O ambiente político também voltou a se tensionar após declarações mais duras do presidente Lula contra os Estados Unidos e a retomada de promessas de cunho populista.

Governo deixa fiscal para trás: foco agora são as eleições

A recente reconfiguração ministerial acentua esse viés: representantes do centrão deixam o governo, enquanto Guilherme Boulos se tornou Secretário-Geral da Presidência — pasta que, por natureza, tem papel estratégico na interlocução com movimentos sociais e que tende a ser utilizada como plataforma de mobilização política com vistas a 2026, ideologizando mais o governo em sua reta final.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Paralelamente às incertezas fiscais, o governo avança na implementação de programas com forte apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026. 

Leia Também

Um exemplo é o “Reforma Casa Brasil”, que foi lançado ainda ontem (20) e prevê crédito subsidiado para reformas e melhorias habitacionais em todo o país — com linhas de R$ 30 bilhões voltadas a famílias com renda de até R$ 9.600 mensais e R$ 40 bilhões destinadas a faixas superiores de renda.

Além disso, o presidente Lula prometeu universalizar o programa Pé-de-Meia, cujo custo atual ultrapassa R$ 13 bilhões, mesmo diante de um orçamento já tensionado e sem espaço para novas despesas permanentes.

Essas iniciativas se somam a outras pautas em estudo, como a tarifa zero no transporte público e o fim da jornada de trabalho 6x1, medidas de forte atração popular, mas sem sustentação clara. A estratégia é vista como um movimento de antecipação do discurso eleitoral, com Lula e sua equipe buscando fortalecer sua base de apoio junto à baixa renda e à classe média, utilizando programas sociais e benefícios setoriais como instrumentos de mobilização política.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A preocupação é que, ao priorizar ganhos eleitorais de curto prazo, o governo amplie ainda mais o desequilíbrio das contas públicas, em um contexto de queda de arrecadação e incertezas jurídicas sobre novas fontes de receita.

O alerta foi reforçado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que recomendou na sexta-feira a manutenção do centro da meta fiscal, mesmo após o ministro Benjamin Zymler suspender temporariamente a regra que obrigaria o bloqueio automático de R$ 30 bilhões em despesas. A decisão evita um contingenciamento imediato, mas indica que a pressão por novos cortes e revisões orçamentárias deve aumentar nas próximas semanas.

Correios em meio à fragilidade do Estado

Nesse ambiente, a crise dos Correios tornou-se mais um símbolo da má gestão e da fragilidade estrutural do Estado brasileiro. A empresa vive o pior momento de sua história, acumulando prejuízo de R$ 4,4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, superando todas as perdas registradas desde 2016. Diante do risco de colapso, a estatal anunciou planos emergenciais de corte de custos, demissão voluntária, redução de jornada e venda de ativos, mas os resultados ainda são incertos.

O governo anunciou um pacote de socorro de R$ 20 bilhões, dividido entre 2025 e 2026, com garantia da União e exigência de medidas de reestruturação. O objetivo é recompor a liquidez e garantir o capital de giro mínimo, com R$ 10 bilhões previstos para este ano e mais R$ 10 bilhões em 2026. Ainda assim, a ajuda é vista como tardia e insuficiente, incapaz de resolver problemas de eficiência e competitividade acumulados ao longo dos anos. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O episódio reacende o debate sobre a falta de planejamento e a resistência do governo à privatização de estatais, ao mesmo tempo em que gera ruído adicional nos mercados, alimentando dúvidas sobre a capacidade do governo de sustentar seu compromisso com o ajuste fiscal caso crises semelhantes surjam em outras empresas públicas.

No caso específico da estatal, o diagnóstico é claro: a privatização deveria ter ocorrido quando a empresa ainda mantinha algum valor de mercado. O governo atual, porém, optou por preservar o controle estatal — decisão política que custou caro. O resultado é um ativo hoje desvalorizado, com estrutura inchada e baixa competitividade, que ilustra com precisão o custo da inação e da resistência ideológica à modernização.

A situação dos Correios se soma a tantos outros na longa crônica de omissões, improvisos e adiamentos estruturais que caracterizam a condução do Estado brasileiro. Enquanto o Executivo se perde em medidas paliativas, as reformas de fundo permanecem paralisadas, e o país segue administrado no modo emergencial, reagindo a crises em vez de preveni-las.

Questão de vida ou morte: a agenda fiscal

Diante disso, o mercado já enxerga o risco de esgotamento fiscal grave a partir de 2027, caso não haja uma mudança de rumo. A matemática das contas públicas é implacável: sem cortes de gastos, reformas e disciplina orçamentária, o espaço para manobra se extingue rapidamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma agenda fiscal mais austera, pró-negócios e voltada à eficiência do Estado não é apenas desejável — é condição essencial para reverter o quadro e destravar o potencial de valorização dos ativos locais. Mas, ao que tudo indica, essa inflexão ficará para depois das eleições, quando a política permitir que a razão volte, ainda que tardiamente, a ocupar o lugar do improviso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

17 de novembro de 2025 - 7:53

Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar