Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita

O fim da exuberância da bolsa norte-americana nunca foi tão discutido e a culpa é, em boa parte, da política tarifária de Donald Trump. Mas nesta quarta-feira (19), Wall Street mostrou sua força com a ajuda do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) — e o Ibovespa acompanhou.
A decisão do Fed já estava dada: o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) manteve os juros inalterados na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. Foi o que veio com ela que agradou os mercados. Você pode conferir os detalhes dessa decisão aqui.
Mesmo em meio aos efeitos nebulosos da política comercial de Trump, o BC dos EUA bancou o corte da taxa neste ano: manteve a previsão de duas reduções de juros em 2025 como havia projetado em dezembro.
As bolsas celebraram. O Dow Jones chegou a subir quase 600 pontos, enquanto o Nasdaq avançou mais de 2% e o S&P 500 recuperou boa parte das perdas depois de entrar em território de correção — quando o índice cai mais de 10% do pico — na semana passada.
O Dow acabou terminando o dia com alta de 0,92%, aos 41.965,43 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 1,41%, aos 17.750,79 pontos e o S&P 500 subiu 1,08%, aos 5.675,30 pontos.
Por aqui, o Ibovespa flertou com os 133 mil pontos para encerrar o dia em alta de 0,79%, aos 132.508,45 pontos. O dólar à vista, por sua vez, caiu 0,42%, a R$ 5,6480.
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Fed em bom lugar
Embora as projeções dos membros do Fomc indiquem dois cortes de juros este ano — com o mercado apostando no primeiro deles em junho, segundo o CME Group — as projeções atualizadas neste encontro chamam atenção.
O comitê passou a prever uma aceleração da inflação em 2025: a estimativa anterior era de 2,5% e agora é de 2,7%.
E mais: embora não preveja recessão como o mercado andou antecipando, as projeções indicam que a economia norte-americana vai crescer menos este ano: 1,7% e não mais 2,1% como antecipado em dezembro.
Falando na coletiva após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que não é correto ajustar a política monetária caso a piora das expectativas para a inflação se dissipem por si só.
Segundo ele, os juros nos EUA estão em um "bom lugar".
Powell reforçou o compromisso do Fed com o duplo mandato, de pleno emprego e preços estáveis — que significam inflação em 2% —, mas admitiu que pode haver situações em que as metas sejam ameaçadas.
"Será desafiador se as metas do Fed precisarem ser revistas, mas não é o caso", ponderou.
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A bolsa aqui
A bolsa brasileira acompanhou Nova York, com o Ibovespa ganhando um pouco mais de força após a decisão de política monetária do Fed.
O índice passou bem perto dos 133 mil pontos, marca que não alcança desde outubro do ano passado, quando chegou a máxima do dia e tocou os 132.984,25 pontos.
Na ponta ganhadora do Ibovespa, apareceram ações ligadas ao ciclo doméstico, como Vivara (VIVA3), que subiu 7,57% na esteira dos resultados do quarto trimestre; LWSA (LWSA3), que avançou 6,15% e Vamos (VAMO3), com alta de 5,39%.
Entre as maiores baixas, Hapvida (HAPV3) recuou 4,24%, seguida de SLC Agrícola (SLCE3), com perda de 3,52% e PetroReconcavo (RECV3), com -1,40%.
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