Pressionado, Zuckerberg engole seco, gagueja e pede desculpas a famílias de vítimas de omissões de suas redes sociais — assista ao vídeo
Além de Zuckerberg, os CEOs do TikTok, Snap, X e Discord foram interrogados durante quase quatro horas em uma audiência sobre segurança infantil

A situação esquentou para o setor de tecnologia na última quarta-feira (31) — desta vez, não por causa de balanços financeiros das big techs, mas sim devido a uma audiência pública nos Estados Unidos sobre o papel de algumas das maiores empresas de mídia social do planeta, incluindo a Meta — dona de redes como o Facebook e Instagram — na segurança de jovens que utilizam essas plataformas.
Durante a audiência no Congresso, Zuckerberg pediu desculpas, aos gaguejos, aos pais que alegam que o Instagram contribuiu para o suicídio ou exploração de seus filhos.
“Sinto muito por tudo que vocês passaram”, disse Zuckerberg. "É terrível. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram e é por isso que investimos tanto e continuaremos a fazer esforços em todo o setor para garantir que ninguém tenha que passar pelas coisas que suas famílias tiveram que sofrer. ”
O pedido de desculpas do executivo veio após uma forte pressão do senador Josh Hawley sobre se o executivo pediria desculpas diretamente aos pais.
Na audiência, as famílias — que alegam que seus filhos se machucaram ou se mataram como resultado de conteúdo nas redes sociais — estavam sentadas logo atrás dos líderes das big techs, mostrando fotos de seus filhos e reagindo profundamente a todas as perguntas e respostas dos executivos.
Além do chefão da Meta, Mark Zuckerberg, os CEOs do TikTok, Snap, X e Discord foram interrogados durante quase quatro horas por senadores norte-americanos em uma audiência sobre segurança infantil, chamada “Big Tech e a crise da exploração sexual infantil online”.
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“Senhor Zuckerberg, você e as empresas diante de nós, eu sei que não é sua intenção, mas vocês têm sangue nas mãos”, disse Lindsey Graham, senadora da Carolina do Sul. “Vocês têm um produto que está matando pessoas.”
Os legisladores querem entender o que as gigantes de tecnologia estão fazendo para proteger as crianças nas plataformas digitais de questões como pornografia e exploração sexual de menores. Atualmente, tramita no Congresso uma lei que busca responsabilizar as empresas de mídia social pelos conteúdos postados em suas plataformas.
Zuckerberg e o CEO da TikTok, Shou Zi Chew, concordaram voluntariamente em testemunhar. Porém, os chefes da Snap, Evan Spiegel, X (antigo Twitter), Linda Yaccarino, e Discord, Jason Citron, inicialmente recusaram e receberam intimações do governo.
Mark Zuckerberg sob interrogatório
A linha de interrogatório de Mark Zuckerberg contou com questionamentos duros de senadores sobre temas como imagens sexualmente explícitas não consensuais de crianças no Instagram e mortes por drogas vinculadas às plataformas de mídia social.
Atualmente, a Meta enfrenta um processo federal que alega que o Facebook e o Instagram criaram intencionalmente recursos “psicologicamente manipuladores” para manter as crianças viciadas e que ocultaram dados internos que revelariam os danos das plataformas aos usuários mais jovens.
O senador Richard Blumenthal questionou Zuckerberg sobre uma série de e-mails que o CEO supostamente teria recebido do diretor de assuntos globais da Meta, Nick Clegg. “Nick Clegg estava pedindo, implorando, recursos para apoiar a narrativa e cumprir os compromissos”, disse Blumenthal.
Em um e-mail, Clegg escreveu: “Não estamos no caminho certo para ter sucesso em nossos principais tópicos de bem-estar: uso problemático, conexões de intimidação e assédio e SSI”, que significa “autolesão suicida”.
O diretor da Meta ainda escreveu em outro e-mail a Zuck que a capacidade da empresa de garantir a segurança nas suas plataformas estava sendo prejudicada pela falta de investimento nos esforços.
Por sua vez, o senador Peter Welch questionou os CEOs sobre a onda de demissões nas big techs no ano passado que atingiu os funcionários nos departamentos de confiança e segurança.
Zuckerberg afirma que a Meta tem 40 mil pessoas trabalhando em sua divisão de confiança e segurança e que as demissões de Meta foram “gerais” e “não estavam realmente focadas nessa área”.
O senador republicano Ted Cruz ainda perguntou: “Sr. Zuckerberg, o que diabos você estava pensando?” sobre um aviso do Instagram de que os usuários que eles podem estar prestes a ver material de abuso sexual infantil, mas que pergunta se eles gostariam de “ver os resultados de qualquer maneira”.
O CEO da Meta disse que a “ciência básica por trás disso” é que “muitas vezes é útil, em vez de apenas bloqueá-lo, ajudar a direcioná-los para algo que poderia ser útil”, mas prometeu investigar a questão pessoalmente.
O que disseram os CEOs do TikTok e Snap
Já o CEO do TikTok, que pertence à empresa chinesa ByteDance, foi questionado se sua empresa compartilhava dados de usuários dos EUA com o governo chinês — o que ele negou.
O senador Tom Cotton perguntou a Chew, que é de Singapura, se alguma vez o executivo pertenceu ao Partido Comunista Chinês. “Senador, sou cingapuriano. Não”, respondeu Chew.
Cotton questionou outra vez se o CEO já foi associado ou afiliado ao Partido Comunista Chinês. Chew respondeu: "Não, senador. Mais uma vez, sou cingapuriano."
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O executivo afirmou que, como pai de três filhos pequenos, sabia que as questões em discussão eram “horríveis e o pesadelo de todos os pais” e admitiu que seus filhos não usavam o TikTok por causa das regras em Cingapura que proíbem menores de 13 anos de criar contas.
Enquanto isso, o chefe da Snap — dona do Snapchat —, Evan Spiegel, ofereceu condolências aos pais cujos filhos tiveram acesso a drogas ilegais na plataforma.
No fim do ano passado, os pais de mais de 60 adolescentes entraram com uma ação no contra a empresa por supostamente facilitar a aquisição de medicamentos usados em overdoses por seus filhos.
“Lamento muito que não tenhamos conseguido evitar estas tragédias. Trabalhamos muito para bloquear todos os termos de pesquisa relacionados a drogas em nossa plataforma”, disse Spiegel.
*Com informações de BBC, CNBC, The Guardian e Financial Times.
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