🔴 META: ATÉ R$ 334,17 POR NOITE – CONHEÇA A ESTRATÉGIA

Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
COMEÇO, MEIO OU FIM

Mais juros baixos pela frente? Por que o primeiro corte do BCE em 5 anos pode ser uma boa notícia para quem investe na bolsa — e o motivo não é óbvio

Em uma decisão incomum, o banco central da zona euro cortou os juros antes do Fed — entenda se o movimento é sinal de que uma taxa menor nos EUA está mais perto da realidade agora

Carolina Gama
6 de junho de 2024
13:12 - atualizado às 13:13
Touro e urso nos mercados financeiros
Touro e urso nos mercados financeiros - Imagem: DALL-E/ChatGPT

O corte dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE) — o primeiro desde 2019 — não é a notícia mais aguardada pelo mercado, mas abre caminho para o que muito investidor — seja aqui ou lá fora — espera: que o Federal Reserve (Fed) inicie o ciclo de afrouxamento monetário nos EUA

A telegrafada decisão de cortar os juros em 25 pontos-base, para 3,75% de 4% — nível mantido desde setembro de 2023 e o mais alto da zona do euro — mexeu com as expectativas de o banco central norte-americano seguir pelo mesmo caminho.

Assim que o primeiro corte de juros do BCE em cinco anos foi confirmado, os investidores correram para ajustar as apostas na queda da taxa referencial nos EUA: a possibilidade de uma redução nos juros pelo Fed até setembro aumentou imediatamente de 68,9% para 69,9%, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. 

A reação dos investidores tem fundamento: é incomum o BCE iniciar um ciclo de corte de juros antes do banco central norte-americano.

“Não é apenas uma das poucas vezes em que o BCE dá uma guinada na política monetária antes do Fed, mas também é a primeira vez que o BCE começa a cortar juros após um ciclo de aperto sem enfrentar uma recessão ou crise”, disseram economistas do ING em nota. 

“Na verdade, se não fosse pela comunicação muito vocal desde fevereiro, os dados macro mais recentes poderiam facilmente ter justificado outra pausa na reunião de hoje", acrescentaram. 

Se o Fed embarca na decisão do BCE, as chances de os ativos mais arriscados se tornarem mais atrativos aumenta e muito e isso pode beneficiar os investidores em ações, por exemplo.

O corte de juros nos EUA

O primeiro corte de juros nos EUA vem sendo adiado desde março, quando a maioria dos investidores apostava em pelo menos três reduções em 2024.

Acontece que dados seguidos de uma inflação mais resistente do que o esperado — e ainda acima da meta de 2% do BC norte-americano — tem impedido que os membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) tenham a confiança necessária de que os preços se manterão em uma trajetória descendente sustentável. 

Isso fez com que o início do ciclo de afrouxamento nos EUA fosse adiado e que o número de cortes de juros também caísse: boa parte dos investidores espera agora uma redução este ano — algo que também vem sendo sinalizado por alguns membros do Fomc nas últimas semanas. 

No detalhamento dos dados do CME Group, assim que a decisão do BCE saiu, havia 59,3% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Fed e 10,6% de uma redução de 50 pb, com 30,1% de manutenção. Para dezembro, o quadro visto como mais provável por 42,7% é de um corte de 50 pb nos juros. 

Vem mais corte de juros na zona do euro?

"Estamos apenas moderando o nível de restrição neste momento". Foi assim que a presidente do BCE, Christine Lagarde, iniciou a explicação do primeiro corte de juros desde 2019 na zona do euro

Mas se engana quem acha que esse é o início de um processo contínuo de afrouxamento monetário. "Sabemos o destino e a direção que estamos tomando, mas precisamos ter certeza sobre o processo de desinflação", acrescentou. 

Segundo Lagarde, os dirigentes precisarão de mais dados e análises sobre a trajetória da inflação para conquistar essa certeza e definir a velocidade ou ritmo do relaxamento da política monetária.

Lagarde reiterou que o BCE acredita que a inflação continuará desacelerando e que há declínio no avanço dos salários — dois pontos essenciais para determinar os cortes de juros — mas alertou que o caminho terá sobressaltos até alcançar a meta.

Para o Nordea, os próximos cortes nos juros na zona do euro devem ocorrer em setembro e dezembro. Em relatório, o banco finlandês argumenta que a inflação caminhará para a meta e que o cenário-base mais plausível é de cortes graduais. Por isso, o Nordea projeta cortes de 25 pontos-base por trimestre.

Andrew Kenningham, economista para a Europa da Capital Economics, diz que as orientações e previsões que acompanharam  a decisão de hoje sugerem que o BCE irá proceder com cautela.

“Pensamos agora que o BCE irá reduzir os juros em apenas mais 50 pontos base antes do final do ano, com o próximo corte em setembro”, disse. 

O ING acredita que, caso a economia da zona do euro se comporte como o BCE espera, deve haver mais cortes de juros, mas acrescenta que "é real o risco de atraso ou mesmo reversão" da política monetária. 

Segundo o banco holandês, a decisão de hoje não marca, necessariamente, o início de um ciclo de relaxamento. Para o ING, o BCE não decidiu de fato sobre os próximos passos. 

ONDE INVESTIR EM JUNHO: MELHORES INVESTIMENTOS NA BOLSA - AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRS + ALOCAÇÃO

A reação dos mercados

Embora a decisão do BCE de hoje tenha sido amplamente antecipada, as bolsas na Europa operam em alta — o índice pan-europeu Stoxx 600 chegou a bater recorde intradiário depois que o corte dos juros na zona do euro foi anunciado. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.

Nos EUA, a história é outra. Os principais índices de ações de Nova York pouco reagiram à decisão do BCE. Wall Street está aguardando o principal relatório de emprego previsto para sexta-feira (7). 

Os investidores estão em busca de sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano, o que poderia apoiar cortes de juros por parte do Fed. Economistas consultados pela Dow Jones esperam a criação de 190 mil vagas em maio no país.

Compartilhe

COMEÇOU!

Olimpíadas de Paris: investigação de gastos bilionários e ataque coordenado marcam a abertura dos jogos na capital da França

26 de julho de 2024 - 16:35

A cerimônia desta sexta-feira (26) acontece sob um forte esquema de segurança e sob uma investigação dos gastos bilionários do evento

ELEIÇÕES NOS EUA

O que significa o apoio do casal Obama à candidatura de Kamala Harris

26 de julho de 2024 - 9:13

Barack e Michelle Obama romperam o silêncio na manhã desta sexta-feira e endossaram a candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos

DE MALAS PRONTAS

Após o “boom” de preços pós-pandemia, passagens aéreas ficam mais baratas em todo o mundo – e a tendência deve continuar. O que explica esse fenômeno?

25 de julho de 2024 - 14:07

Tarifas de passagens em companhias aéreas nos Estados Unidos, Europa e Austrália já caíram mais de 11% em 2024

MUITA CALMA NESSA HORA

Os juros vão cair mesmo? Por que o mercado comemorou o PIB dos EUA, mas não deveria

25 de julho de 2024 - 12:46

Indicadores econômicos divulgados nesta quinta-feira (25) reforçaram a crença dos investidores de que o primeiro corte de juros nos EUA em quatro anos vai acontecer em setembro

ELEIÇÕES NOS EUA

O que Biden deixou de dizer em discurso é mais importante do que o que ele realmente disse

25 de julho de 2024 - 11:25

Presidente norte-americano faz um balanço de sua administração, fala de manutenção da democracia, mas é vago sobre os motivos que o levaram a abandonar a disputa

AY, HERMANOS

Dólar livre na Argentina: Banco Central do país anuncia regras para aliviar controle sobre moeda norte-americana 

24 de julho de 2024 - 18:07

Um dos objetivos da gestão Milei é unificar essas cotações em uma só e adotar o modelo de câmbio flutuante, como o do Brasil

ELEIÇÕES NOS EUA

Kamala Harris usa passado como promotora para se contrapor a Trump e seus problemas com a justiça — e já aparece em vantagem em pesquisa

24 de julho de 2024 - 10:31

Pesquisa Reuters/Ipsos mostra Kamala Harris com 2 pontos de vantagem sobre Donald Trump no voto popular, mas não é ele que decide a eleição

TROPA NA RUA

Acabou para Maduro? Venezuela vive dias “quentes” antes de eleição que será teste de fogo para o chavista

23 de julho de 2024 - 19:58

Faltando poucos para a eleição de domingo (28), o presidente venezuelano trabalha mais arduamente do que nunca para reforçar a lealdade das Forças Armadas

KAMALAMANIA?

Kamala Harris já dispõe de apoio suficiente entre os democratas, mas ainda tem um caminho a percorrer até ser a candidata oficial do partido

23 de julho de 2024 - 10:42

Candidatura de Kamala Harris precisa ser ratificada pelos delegados do Partido Democrata, o que só deve acontecer em agosto

"EU TE AMO"

Discurso inesperado: Biden fala pela primeira vez após desistência; Harris também se pronuncia

22 de julho de 2024 - 19:57

Biden convocou uma reunião de campanha para agradecer à sua equipe pelo trabalho árduo e para reforçar o apoio à campanha presidencial de Harris

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar