‘Melhor ex-presidente dos EUA’, Jimmy Carter construiu sólida reputação de defensor da paz, da democracia e dos direitos humanos
Mais longevo presidente da história dos Estados Unidos, Jimmy Carter faleceu no domingo aos 100 anos de idade

O ex-presidente norte-americano Jimmy Carter morreu no domingo (29) aos 100 anos.
O histórico líder democrata lutava contra uma forma agressiva de câncer de pele que se espalhou para o fígado e para o cérebro.
Desde o início de 2023, Carter era mantido sob cuidados paliativos em sua casa em Plains, a mesma cidade na Geórgia onde nasceu e cresceu.
Em um dos últimos atos de seu mandato, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decretou um dia de luto nacional a ser respeitado em 9 de janeiro de 2025.
“Carter foi um homem de princípios, fé e humildade”, disse Biden ao lembrar do ex-presidente.
Até mesmo o presidente-eleito Donald Trump, conhecido pelos comentários ácidos sobre adversários políticos, emitiu uma declaração sóbria a respeito do democrata.
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“Os americanos têm uma dívida de gratidão com Carter”, disse ele.
A expectativa é de que o ex-presidente seja sepultado com honras de estadista, mas não havia detalhes disponíveis na manhã desta segunda-feira (30).
O caminho até a Casa Branca
Nascido em 1º de outubro de 1924, Carter entrou para a política no início dos anos 1960. Antes disso, porém, serviu durante quase uma década na Marinha dos EUA e reergueu o negócio de plantação de amendoim herdado do pai.
Religioso e progressista em um Estado extremamente conservador e calcado pela segregação racial, elegeu-se primeiro senador estadual antes de chegar ao governo da Geórgia em 1971.
Sempre filiado ao Partido Democrata, chegou à Casa Branca depois de vencer Gerald Ford nas eleições presidenciais de 1976.
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Expectativa elevada
A expectativa em torno do mandato de Carter era elevada. O Partido Republicano estava enredado no rescaldo do escândalo Watergate e o líder democrata chegava com a promessa de nunca mentir ao povo.
Uma vez no governo, perdoou desertores da Guerra do Vietnã e consolidou-se como o primeiro presidente a atuar concretamente contra as mudanças climáticas.
No entanto, a segunda metade da década de 1970 foi marcada por extremas turbulências em todos os cantos do mundo.
A economia internacional ainda se recuperava da crise do petróleo e da quebra do padrão dólar-ouro.
Mesmo diante do cenário adverso, Carter obteve feitos notáveis no campo da política externa nos primeiros anos de seu governo.
Em 1978, pouco mais de um ano depois de sua posse, ele mediou a assinatura do acordo de paz entre Israel e Egito.
O pacto saiu a tempo de o primeiro-ministro israelense Menachem Begin e o presidente egípcio Anwar Sadat serem reconhecidos com o Prêmio Nobel da Paz de 1978.
No ano seguinte, depois de meses de negociações secretas, Carter estabeleceu relações diplomáticas formais com a China.
Ao longo de seu mandato, adotou um tom crítico às ditaduras de extrema-direita espalhadas pela América Latina, inclusive no Brasil. Nos casos mais extremos, cortou o fornecimento de armas promovido por seus antecessores.
Também foi Carter quem assinou o acordo que garantiria, em 1999, a devolução do controle do Canal do Panamá ao governo panamenho — o mesmo tratado que Trump agora ameaça revogar.
Quando Carter assumiu o governo, assessores mais próximos temiam que o lado religioso do presidente interferisse negativamente em suas decisões — bem como em sua imagem.
Defensor da liberdade religiosa, Carter esquivou-se com habilidade dessa casca de banana. Evangélico fervoroso, Carter tornou-se em 1979 a receber um papa católico (João Paulo II) na Casa Branca.
Carter e a Revolução Iraniana
No entanto, o cenário internacional que parecia consagrar o mandato de Carter foi o mesmo que abreviou sua passagem pela Casa Branca.
No fim de 1979, em meio à Revolução Islâmica no Irã, guerrilheiros islâmicos tomaram a Embaixada dos EUA em Teerã.
Os revolucionários mantiveram 52 reféns por 444 dias. A embaixada tornou-se alvo depois de Washington ter autorizado a entrada do xá Reza Pahlevi, monarca deposto durante a insurreição, para tratamento médico nos EUA.
O impasse minou a imagem de Carter entre os eleitores norte-americanos. A crise de reféns também afetou a produção global de petróleo. Isso resultou em escassez de combustíveis e preços mais altos.
Nos EUA, as filas de carros com motoristas esperando para abastecer figuraram entre as imagens marcantes do verão de 1979.
Foi nesse cenário que Carter tentou a reeleição. Seu desafiante era o republicano Ronald Reagan.
Para complicar ainda mais a situação de Carter, a alta dos preços dos combustíveis levou a inflação a superar os 14% ao ano. Na tentativa de deter os preços, o Fed subiu os juros para 17% ao ano.
A alta das taxas fez com que a economia norte-americana entrasse em recessão bem no meio da campanha presidencial.
Tanto nas urnas quanto no Colégio Eleitoral, Reagan impôs uma derrota retumbante a Carter.
No início de 1981, minutos depois da posse de Reagan, os revolucionários iranianos libertaram os reféns norte-americanos.
Anos mais tarde, questionado sobre sua passagem pela Casa Branca, Carter declarou: “Nossa maior falha foi o fracasso político. Em nenhum momento consegui convencer o povo norte-americano de que eu era um líder forte e imponente”.
Carter, o melhor ex-presidente dos EUA
Mais longevo presidente da história norte-americana, Carter não conseguiu convencer os norte-americanos sobre sua força, mas construiu uma reputação sólida de defensor dos direitos humanos depois de deixar a Casa Branca.
Havia quem dissesse que Carter era melhor ex-presidente do que presidente. O que aparentemente começou como uma chacota foi bem recebido pelo próprio Carter.
Um ano depois de deixar a Casa Branca, o ex-presidente lançou a Fundação Carter, com sede em Atlanta.
Por meio da instituição sem fins lucrativos, Carter ajudou a monitorar eleições, mediar conflitos e desenvolver instituições democráticas em dezenas de países.
Seus minuciosos relatórios sobre crises de direitos humanos ao redor do mundo também renderam uma sólida reputação de humanista.
Em 2002, Carter recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para promover os direitos humanos e resolver conflitos ao redor do mundo.
"Ele será lembrado por mais cem anos ou além", disse a Fundação Nobel.
*Com informações de agências de notícias internacionais.
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