Itaú prevê dólar fortalecido até o fim de 2025
Moeda americana se manterá em alta devido à política monetária dos EUA, risco geopolítico e tensão entre EUA e China
A divergência da política monetária dos Estados Unidos em relação ao restante do mundo e o aumento do risco geopolítico no Oriente Médio e na Europa associado à tensão entre China e EUA levaram o Banco Itaú a prever a manutenção do dólar em patamares elevados.
Em relatório do Departamento de Pesquisa Macroeconômica, assinado pelo economista-chefe, Mário Mesquita, o banco estima o dólar encerre este ano em R$ 5,15 e em R$ 5,25 em 2025. Para a Selic, a expectativa é fechar 2024 em 10,25%, acima dos 9,75% previstos anteriormente.
Segundo o Itaú, há duas razões principais para a manutenção de um nível historicamente elevado do dólar em termos reais e multilaterais.
A primeira é a divergência de política monetária dos EUA frente aos outros países, diante do chamado “excepcionalismo” do país em termos de crescimento resiliente e inflação mais persistente.
- Empiricus Educação libera curso gratuito de investimentos em ouro e dólar; acesse as aulas aqui
Aumento no diferencial de juros
Esse excepcionalismo está levando a uma postergação dos cortes de juros pelo Fed (Federal Reserve) e a um aumento do diferencial de juros dos EUA frente às outras economias.
A segunda razão apontada é o aumento do risco geopolítico em meio à guerra no Oriente Médio, o conflito na Europa e a tensão comercial entre China e EUA, que voltou a crescer nos últimos meses.
Leia Também
Como uma vila de pescadores chegou a 18 milhões de habitantes em menos de 50 anos
“Considerando nosso cenário para os bancos centrais desenvolvidos (quatro cortes do Fed e sete cortes do ECB até o fim do ano que vem), estimamos um potencial de apreciação adicional do dólar multilateral em torno de 1,5% até o fim do ano”, afirma o banco, no relatório.
Essa valorização pode se acentuar, segundo o Itaú, a depender das tensões geopolíticas globais. “Especificamente, estimamos que a cada 10% de aumento da razão entre os preços do ouro e do cobre (métrica que avaliamos como a mais representativa do risco geopolítico no momento), há uma apreciação de 2% do dólar, tudo o mais constante”, diz o texto.
Previsão de ciclos de cortes mais suaves pelos emergentes
De acordo com a publicação, para os países emergentes, o dólar mais forte deve contribuir para ciclos de cortes de juros mais contidos a frente.
As moedas dos países com diferenciais de juros relativamente baixos frente ao padrão histórico são as que mais depreciam neste ano, informa o banco. Uma dessas é o real, cujos movimentos têm correlação histórica alta com o dólar multilateral.
A expectativa da instituição de um dólar forte para a frente somada ao ambiente doméstico desafiador é que levou o Itaú a revisar suas projeções para o dólar e a Selic.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
Por que o dólar está tão forte?
O relatório do Banco Itaú avalia que o dólar multilateral em termos reais está próximo das suas máximas históricas. No passado, os momentos de maior força do dólar foram no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, diante do forte desempenho da economia norte-americana e em meio a crises financeiras internacionais, e nos anos 1980, com o choque monetário para controlar a inflação.
Vale destacar que o dólar multilateral real é uma medida de força do dólar, calculada pelo Fed, o Banco Central dos EUA. É uma média ponderada das moedas dos parceiros comerciais mais importantes dos EUA por volume de comércio bilateral.
Atualmente, o momento é de maior dinamismo da economia americana em relação aos seus pares (em uma tendência comumente caracterizada como “excepcionalismo americano”) e de um desafio de desinflação, em meio a tensões geopolíticas com guerras no Oriente Médio, entre Rússia e Ucrânia, além de maiores barreiras entre o Ocidente e a China.
Nos últimos 12 meses, o dólar apreciou 2,2% em termos reais, com movimentos de curto prazo expressivos, em grande parte impulsionados pela política monetária. No terceiro trimestre do ano passado, a postura mais dura do Fed e a percepção de uma situação fiscal americana pior levaram a um aumento do diferencial de juros e a um dólar mais forte.
Efeito do conflito geopolítico
No quarto trimestre, a inflação americana e global mais fraca impulsionou o dólar para baixo, mas o prêmio geopolítico mais elevado pelo conflito no Oriente Médio compensou para cima.
Em 2024, no primeiro trimestre, a inflação nos EUA se mostrou mais forte, mas a interpretação do mercado foi que isso poderia se tratar de um repique transitório.
Ao mesmo tempo, o Banco do Japão saiu do juro negativo, na contramão do ciclo de política monetária do restante do mundo, o que também contribuiu para um enfraquecimento do dólar.
Finalmente, no segundo trimestre desse ano, abril foi marcado por uma forte reprecificação dos juros americanos, apontando para o adiamento do início da flexibilização, com a persistência dos dados fortes de atividade e inflação, embora com alguma suavização em maio.
- Se a sua fonte de renda está 100% em reais, você está errado – mas ainda dá tempo de começar a buscar ganhos em dólares de forma prática. Clique AQUI e saiba como.
Há mais espaço para apreciação do dólar?
O comportamento do dólar à frente dependerá sobretudo da divergência de política monetária entre o Fed e os outros bancos centrais, e da evolução das tensões geopolíticas.
“Esperamos ciclos de quatro cortes de 25 pontos-base pelo Fed e sete pelo ECB (Banco Central Europeu), enquanto o mercado precifica em torno de cinco cortes pelo Fed e quatro pelo ECB”, afirma o Itaú.
Nos EUA, atividade forte, mercado de trabalho resiliente e ritmo mensal de inflação acima do consistente com atingimento da meta no curto prazo justificam que o Fed inicie o ciclo de cortes apenas em dezembro deste ano e faça apenas mais três cortes no ano que vem.
Já na Europa, inflação e atividade estão mais fracas, em linha com um início de cortes pelo ECB na reunião de junho e um orçamento total de sete cortes.
“A concretização do nosso cenário pode levar a uma apreciação de cerca de 1,5% do dólar. Os diferenciais de juros dos EUA para a Alemanha e para o Japão devem aumentar, gerando isoladamente uma apreciação de 1,3%”, informa o relatório.
Somando uma pequena queda de 2% das commodities metálicas e agrícolas até o final do ano, estimamos uma apreciação de 1,5%. Do lado geopolítico, cada 10% de alta da razão entre os preços do ouro e cobre leva a uma apreciação adicional de 2% do dólar em todos os cenários.
Quais as implicações para o Brasil e outros emergentes?
A correlação histórica entre a taxa de câmbio real/dólar e o dólar multilateral é alta (coeficiente de correlação em torno de 0,8), diz o texto. “A nossa expectativa de um dólar forte à frente, somada ao ambiente externo desfavorável nos fez revisar recentemente a projeção do câmbio para R$ 5,15 por dólar (de R$ 5,00) em 2024 e R$ 5,25 por dólar (de R$ 5,20) em 2025.”
Além disso, continua o relatório, também em parte por um cenário externo pior, foi revisada a projeção para a taxa Selic terminal para 10,25% ao ano (de 9,75%). Segundo o Itaú, para outros emergentes, as consequências de um Fed mais hawkish e um dólar mais forte devem ser parecidas, com diversos Bancos Centrais ou adiando o início do ciclo de flexibilização monetária ou reduzindo o ritmo dos cortes em vigor, além de limitar a extensão dos ciclos de cortes.
Argentina lança moeda comemorativa de gol de Maradona na Copa de 1986 — e os ingleses não vão gostar nada disso
Em meio à histórica rivalidade com a Inglaterra, o Banco Central da Argentina lança uma moeda comemorativa que celebra Diego Maradona na Copa de 1986
Juros voltam a cair nos EUA à sombra da falta de dados; ganho nas bolsas dura pouco com declarações de Powell
Enquanto o banco central norte-americano é iluminado pelo arrefecimento das tensões comerciais entre EUA e China, a escuridão provocada pelo shutdown deixa a autoridade monetária com poucas ferramentas para enxergar o caminho que a maior economia do mundo vai percorrer daqui para frente
João Fonseca no Masters 1000 de Paris: onde assistir e horário
João Fonseca entra em quadra nesta quarta-feira (29) pela segunda rodada do Masters 1000 de Paris, na França
Cachoeira, cinema 24h e jacuzzi com vista: o melhor aeroporto do mundo vai muito além do embarque e do desembarque
Da cachoeira mais alta do mundo a suítes com caviar e fragrâncias Bvlgari, o luxo aéreo vive um novo auge nos aeroportos da Ásia
Por que a emissão de vistos de turismo e negócios para brasileiros continua mesmo com o ‘shutdown’ nos EUA
A Embaixada e os Consulados dos EUA no Brasil informam que os vistos de turismo e negócios seguem em processamento
A nova Casa Branca de Trump: uma reforma orçada em US$ 300 milhões divide os EUA
Reforma bilionária da Casa Branca, liderada por Trump, mistura luxo, política e polêmica — projeto sem revisão pública independente levantou debate sobre memória histórica e conflito de interesses
Mercado festeja vitória expressiva de Milei nas eleições: bolsa dispara e dólar despenca; saiba o que esperar da economia argentina agora
Os eleitores votaram para que candidatos ocupem 127 posições na Câmara dos Deputados e 24 assentos no Senado, renovando o Congresso da Argentina, onde Milei não tinha maioria
Garoto de ouro: João Fonseca já soma R$ 13 milhões em prêmios e entra para o top 30 da ATP aos 19 anos
Aos 19 anos, João Fonseca conquista seu primeiro título de ATP 500, entra para o top 30 do ranking mundial e já soma R$ 13 milhões em prêmios na carreira
Máquina de guerra flutuante: conheça o porta-aviões enviado pelos EUA à costa da Venezuela e que ameaça a estabilidade regional
Movido por reatores nucleares e equipado com tecnologia inédita, o colosso de US$ 13 bilhões foi enviado ao Mar do Caribe em meio à escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela
A motosserra ronca mais alto: Javier Milei domina as urnas das eleições legislativas e ganha fôlego para acelerar reformas na Argentina
Ao conseguir ampliar o número de cadeiras no Congresso, a vida do presidente argentino até o fim do mandato, em 2027, deve ficar mais fácil
EUA e China costuram acordo sobre terras raras e tarifaço às vésperas do encontro entre Trump e Xi Jinping; veja o que foi discutido
As operações do TikTok nos EUA também foram pautadas no encontro das equipes econômicas norte-americana e chinesa
Argentina decide futuro do governo de Javier Milei nas eleições deste domingo; entenda o que está em jogo
O partido de Milei, o La Libertad Avanza (LLA), busca conquistar ao menos um terço dos assentos na Câmara de Deputados e no Senado
Roubo de joias no Museu do Louvre: polícia da França prende dois suspeitos, mas peças não são encontradas
Apesar da prisão dos suspeitos, a França — e o mundo — pode nunca mais ver as joias, segundo especialistas
O dia em que a Mona Lisa desapareceu: o crime que consolidou a pintura de Da Vinci como ícone mundial da arte
O desaparecimento da Mona Lisa em 1911 mudou para sempre o destino da obra de Leonardo da Vinci. Entenda como o roubo no Louvre fez do quadro o símbolo mais famoso da arte mundial
Como é o charmoso vilarejo italiano que fica perto de Florença e promete pagar metade do aluguel para você morar lá
Com pouco menos de mil habitantes, Radicondoli, na Toscana, oferece subsídios para compra de imóveis, aluguel e até abertura de negócios
Além do fundador da Binance, confira outros 3 perdões de Donald Trump
Mais de 1500 pessoas já foram perdoadas por Donald Trump, apenas em 2025. Relembre alguns dos casos mais icônicos
O crime perfeito que não aconteceu: pintura de Picasso é encontrada e polícia revela o motivo do misterioso desaparecimento
A pintura de Picasso deveria estar em exibição desde 9 de outubro, mas, dez dias depois, foi oficialmente dada como desaparecida. Mas o que aconteceu, na realidade?
É por causa de 30 centavos? O plano da Amazon para substituir 600 mil funcionários por robôs
A gigante fundada por Jeff Bezos tem planos ambiciosos para o futuro do trabalho, automatizando as operações e reduzindo custos
China vs. Estados Unidos: começou uma nova guerra fria? O que está em jogo na disputa entre Trump e Xi
Convidado desta edição do podcast Touros e Ursos, Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Bank of China (Brasil) S.A. e professor da FGV, comenta os impactos da disputa e se ela pode afetar a reaproximação entre Brasil e EUA
Trump quer Coca-Cola com açúcar “de verdade” — e o Brasil pode acabar ajudando a adoçar o ícone americano
O refrigerante 100% americano pode acabar com um ingrediente made in Brazil