Macron ignora vitória da esquerda nas urnas e indica político conservador para primeiro-ministro da França
Macron incumbiu o conservador Michel Barnier de formar o novo governo, mas o impasse político na França parece longe do fim

Um presidente sofre uma derrota nas urnas e decide antecipar as eleições. Ele não é obrigado a isso e sabe que a manobra é arriscada, mas segue adiante porque prefere ter um aliado como primeiro-ministro. Quando sai o resultado do novo pleito, verifica-se que esse presidente perdeu de novo, mas para outro grupo político. Depois de muita hesitação, ele decide nomear um primeiro-ministro, mas ignora o resultado das urnas e aponta alguém ligado ao campo derrotado. Esse poderia ser o resumo de uma novela política ocorrida em uma república de bananas qualquer, vulnerável a aventuras autoritárias, mas estamos falando de um país situado no seio do poder ocidental: a França de Emmanuel Macron.
Vista desde o início como uma aposta de alto risco, uma vez que Macron não era obrigado a antecipar as eleições, a decisão do presidente centrista provou-se como tal.
Quem acabou vencendo o pleito para a Assembleia Nacional da França, realizado no início de julho, foi uma frente de esquerda.
Mas o resultado também não pode ser chamado de conclusivo.
A Nova Frente Popular (NFP, esquerda) amealhou 182 cadeiras. A coalizão centrista de Macron perdeu a maioria parlamentar, mas terminou com 168 assentos. Já a extrema-direita, representada pela Reunião Nacional e aliados, elegeu 143 deputados.
Leia Também
Pela regra, Macron deveria ter incumbido um representante da NFP para formar o governo.
Pessoas próximas do presidente francês dizem que os demais partidos representados na Assembleia Nacional avisaram de antemão que votariam contra a indicação de qualquer membro da NFP.
Seja como for, não será possível saber, uma vez que Macron não indicou nenhum representante da frente de esquerda para chefiar o governo desde a eleição.
Ao longo dos últimos quase dois meses, Macron também teria cogitado políticos de outras facções para a função, mas consultas aos partidos mostraram que nenhum deles seria aprovado se a indicação fosse a plenário.
Hoje, Macron indicou Michel Barnier para primeiro-ministro.
Político de perfil discreto e conservador, Barnier tem 73 anos e é mais conhecido internacionalmente por ter liderado as negociações do Brexit pelo lado da União Europeia (UE).
Se for aprovado pela Assembleia Nacional, Barnier será o primeiro-ministro mais velho a assumir o governo na França moderna — e sucederá justamente o mais jovem, Gabriel Attal, cuja renúncia foi recusada por Macron depois da eleição.
As posições políticas de Barnier são parecidas com as de Macron, que tenta evitar a reversão de reformas promovidas por ele nos últimos anos, em especial a da previdência.
Caso a indicação seja aprovada, a expectativa é de que Barnier tenha um batismo de fogo, pois o prazo para que a Assembleia Nacional aprove o Orçamento de 2025 está próximo do fim.
O impasse persiste
Mas se a intenção declarada por Macron ao antecipar as eleições era dar mais “clareza” à sociedade em relação ao atual cenário político do país, a única certeza entre os franceses ainda é a de instabilidade política no horizonte.
Para que Barnier seja empossado, a aliança centrista de Macron precisará dos votos de extrema-direita.
Em princípio, a Reunião Nacional informou que não irá bloquear a indicação, mas avisou que o fará se suas exigências não forem atendidas.
A esquerda, por sua vez, se prepara para ir às ruas contra a indicação de Barnier.
"A eleição foi roubada", disse Jean-Luc Melenchon, líder da NFP.
Mathilde Panot, líder da França Insubmissa, qualificou o comportamento de Macron como o de um “autocrata”.
“Ao nomear Michel Barnier, o presidente se recusa a respeitar a soberania popular e a escolha feita nas urnas. Contra esse golpe democrático inaceitável em uma democracia, junte-se a nós nas ruas em 7 de setembro”, disse ela.
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Adeus ao Papa Francisco: Vaticano inicia rito de 9 dias de celebração fúnebre; saiba o que acontece depois
Papa Francisco morreu aos 88 anos deixando um legado de significativas mudanças de paradigma na Igreja Católica.
O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro
O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Meta e Apple são multadas em R$ 4,5 bilhões pela União Europeia por supostas violações aos direitos dos usuários
Segundo a UE, a Apple violou a obrigação de não impor restrições aos concorrentes da sua App Store, e a Meta limitou as opções de controle sobre quais informações os usuários cedem para uso da empresa
Roma e Vaticano: o que muda para as viagens próximas após a morte do Papa
Mudança nos horários e dias de visitação dos museus do Vaticano e da Capela Sistina já estão previstos, devido aos rituais da Igreja Católica após a morte do líder religioso
Quem vai substituir o papa: nas bolsas de apostas, surgem os primeiros nomes — “cópia asiática” de Francisco está entre os favoritos
Também começa a surgir nas casas de apostas o nome que o futuro papa pode escolher
Adeus ao papa Francisco: o que você precisa saber sobre o legado, a reação internacional e o que acontece agora
O Seu Dinheiro destacou os principais pontos da liderança do pontífice argentino nos 12 anos à frente da igreja católica e também resumo as vitórias e polêmicas do período
Van Gogh: 8 museus e destinos para conferir as obras do artista
Pintor holandês não teve notoriedade em vida; atualmente, é um dos artistas mais consagrados da história, com obras espalhadas por todo o mundo
O destino mais desejado da Europa é a cidade mais cara do mundo em 2025; quanto custa a viagem?
Seleção do European Best Destinations consultou mais de 1,2 milhão de viajantes em 158 países para elencar os 20 melhores destinos europeus para o ano
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete
Dior nos acuda? LVMH reporta queda nas vendas em quase todos os segmentos no primeiro trimestre de 2025
Conglomerado não escapou da crise global do mercado de luxo, mas mantém visão ‘vigilante e confiante’ para o ano
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
Trump virou tudo do avesso (várias vezes): o resumo de uma das semanas mais caóticas da história — como ficaram dólar, Ibovespa e Wall Street
Donald Trump virou os mercados do avesso várias vezes, veja como ficaram as bolsas no mundo todo, as sete magníficas, Ibovespa e dólar
Mercado de arte viveu mais um ano de desaceleração, com queda de 12% das vendas, aponta relatório
A indústria vive um período de transformação, que envolve mudanças no comportamento e no perfil dos colecionadores de arte
Dólar livre na Argentina: governo Milei anuncia o fim do controle conhecido como cepo cambial; veja quando passa a valer
Conhecido como cepo cambial, o mecanismo está em funcionamento no país desde 2019 e restringia o acesso da população a dólares na Argentina como forma de conter a desvalorização do peso
“Unione italiana”: Prada vai comprar a Versace por R$ 8,1 bilhões
Aquisição já estava sendo discutida pelo mercado há meses; movimentação fortalece a empresa de Miuccia Prada frente aos conglomerados de luxo franceses