Dragão da inflação na coleira? O comentário de Powell que deixou os investidores com as barbas de molho hoje
Em entrevista concedida ao programa ‘60 Minutes’, Powell reiterou que o Fed segue comprometido com o combate à inflação nos EUA

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, pode ser acusado de muitas coisas, menos de cometer o mesmo erro duas vezes.
No rescaldo da pandemia, quando o dragão da inflação começou a correr solto pelas economias desenvolvidas, Powell insistia que a alta dos preços seria transitória.
O dinheiro barato manteve a economia norte-americana aquecida, mas os preços acabaram saindo do controle.
O Fed começou então a subir os juros no ritmo mais acelerado em décadas. Diante da política monetária mais restritiva do Fed, o dragão da inflação começou a voltar para a coleira.
Já os temores de que a alta dos juros levaria os Estados Unidos a uma recessão econômica cada vez mais dão lugar ao entendimento de que está havendo um “pouso suave”.
Desde o segundo semestre do ano passado, os participantes do mercado financeiro vêm cantando vitória sobre a inflação pelo Fed.
Leia Também
Mas Powell não quer cometer o mesmo erro duas vezes. Se no passado recente ele subestimou o inimigo, agora não quer cantar vitória antes da hora.
Em entrevista concedida na noite de domingo ao programa ‘60 Minutes’, Powell reiterou que o Fed será cuidadoso quando começar a cortar os juros nos EUA.
Powell, cautela e caldo de galinha
“Com a economia forte assim, sentimos que podemos abordar cuidadosamente a questão de quando começar a reduzir as taxas de juros”, disse Powell ao tradicional programa de entrevistas da emissora norte-americana CBS.
Isso significa que o alívio monetário deve vir não apenas mais tarde, mas também em um ritmo mais lento do que o desejado pelos participantes do mercado.
“Queremos ver mais evidências de que a inflação está caindo de forma sustentável para 2%”, afirmou Powell à CBS.
“Nossa confiança está aumentando. Queremos ficar apenas um pouco mais seguros antes de darmos esse passo muito importante de começar a cortar as taxas de juros.”
A DINHEIRISTA — Descobri traição do meu marido e 'limpei' a conta conjunta. Estou errada?
Fala de Powell deixou investidores com as barbas de molho
Embora os comentários nem sejam tão duros quanto outras declarações recentes de Powell, a reação dos investidores é negativa.
Enquanto Wall Street abriu com seus índices de ações em queda, os juros projetados dos títulos da dívida dos EUA subiam na manhã desta segunda-feira (5).
Isso porque os dados do mercado de trabalho norte-americano divulgados na última sexta-feira somam-se aos argumentos de Powell e de outros dirigentes do Fed de que a economia dos EUA ainda estaria aquecida demais para justificar uma antecipação dos cortes de juros.
Em sua última reunião de política monetária, na semana passada, Powell e os demais dirigentes do Fed ainda não sinalizaram exatamente quando o Fed pretende começar a cortar os juros.
Até recentemente, a maior parte dos investidores apostava que o ciclo de alívio monetário começaria já em março. Agora eles se dividem entre maio e junho.
O Fed e as eleições nos EUA
Na entrevista ao ‘60 Minutes', Powell também abordou as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Powell reiterou que nem ele nem os demais diretores do Fed seriam influenciados pela pressão política inerente à disputa pela Casa Branca.
“Não levamos a política em consideração em nossas decisões. Nós nunca fazemos isso. E nunca o faremos”, disse ele.
Elon Musk demitido da Tesla? WSJ diz que conselho deu início a busca por substituto, mas montadora nega; entenda
A Tesla tem sido alvo de boicotes devido à aproximação do bilionário com o governo Trump. Conselheiros estariam insatisfeitos com a postura de Musk e a repercussão nos lucros e valor de mercado da montadora
Ozempic na mira de Trump? Presidente dos EUA diz que haverá tarifas para farmacêuticas — e aproveita para alfinetar Powell de novo
Durante evento para entregar investimentos, Trump disse entender muito mais de taxas de juros do que o presidente do Fed
China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril
Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.