Argentina mais barata para brasileiros, dólar e inflação nas alturas — o preço das mudanças nos 100 dias de Milei
O Seu Dinheiro listou os principais pontos da gestão do ultraliberal nesse período importante de avaliação de um governo; confira os pontos positivos e negativos até agora
Há 100 dias, Javier Milei tomava posse como presidente da Argentina e dizia que nenhum governo recebeu o país em condição pior e que a situação iria piorar antes de melhorar — ele estava certo.
É um fato que a administração do ultraliberal fez progressos para a correção dos desequilíbrios macroeconômicos da Argentina, mas ele está pagando o preço das mudanças.
A inflação segue atormentando as famílias: nos três meses de governo de Milei, a taxa acumulada é de 70% — fruto da desvalorização cambial, com ajuste dos preços relativos.
O peso perdeu ainda mais valor, uma boa notícia para os turistas brasileiros que invadiram o país vizinho, mas um transtorno para os hermanos —- 1 peso saiu de US$ 360 para US$ 800 na cotação oficial do banco central.
Ao mesmo tempo, o novo presidente reconstruiu as reservas argentinas e alcançou um superávit fiscal sem precedentes.
O Seu Dinheiro listou os principais pontos dos 100 dias de governo de Milei na Argentina.
Leia Também
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
A Argentina com Milei
- A figura política de Milei
A imprensa argentina caracterizou os 100 dias de governo de Milei como um período de centralismo, com um presidente tentando fortalecer sua imagem de liderança no processo de mudança do país.
Só que a recondução da Argentina encabeçada pelo ultraliberal já provocou derrotas do governo no Congresso — Milei partiu para o confronto com que definiu como a “casta política” do país.
Por conta disso, todas as mudanças feitas até agora aconteceram por meio de medidas administrativas e de resoluções do ministro da Economia, Luís Caputo — ou seja, não dependeram da aprovação de deputados e senadores, já que Milei tem minoria no Congresso.
Não à toa, o Decreto Nacional de Urgência (DNU), apelidado de decretaço por conter mais de 300 medidas de desregulação econômica, quanto o Projeto de Lei de Bases, enviados em dezembro, estão com dificuldade de tramitação nas casas legislativas.
No início de fevereiro, diante da iminente derrota na Câmara, Milei decidiu retirar do debate o pacote de leis chamado “Lei Ônibus”, com 664 artigos. Na semana passada, o Senado aprovou o decreto com 366 medidas, deixando os instrumentos de governo à mercê da decisão dos deputados.
- O ajuste fiscal e social
Três dias após assumir a Casa Rosada, o ministro da Economia de Milei, Luis Caputo, anunciou um pacote fiscal com nove medidas para tentar conter a crise econômica na Argentina. O ajuste foi chamado na imprensa de "Plano Motosserra", em referência à motosserra que Milei exibiu na campanha para presidente e que simbolizava o que o, à época candidato, queria fazer com os gastos públicos: cortá-los brutalmente.
O plano incluía a desvalorização do peso, a suspensão de novos editais de licitação de obras públicas, a redução de subsídios à energia e aos transportes; diminuição de transferências às províncias; a suspensão da publicidade do governo por um ano; corte da estrutura do governo; priorização de projetos sociais e a troca do sistema de importação para um que não exija informações de licenças prévias.
Milei lançou ainda a ideia de um grande pacto social, que chamou de Pacto de Maio, a ser assinado na cidade de Córdoba, no dia 25 de maio. O plano tem dez princípios básicos para levar a Argentina ao que seria uma “nova ordem econômica” — mas precisa de apoio político para prosperar, especialmente dos governadores.
- Análises aprofundadas, relatórios e recomendações de investimentos, entrevistas com grandes players do mercado: tenha tudo isso na palma da sua mão, entrando em nossa comunidade gratuita no WhatsApp. Basta clicar aqui.
- A inflação castiga os hermanos
As medidas de Milei para começar a arrumar a casa fizeram os hermanos sentirem o peso dos preços no bolso — embora, sob o novo governo, a taxa mensal tenha recuado de 25% em dezembro para 13,2% em fevereiro.
Vale lembrar que a Argentina fechou 2023 com a inflação mais alta do mundo, a 211,4%, seguida pela Venezuela (193%), Líbano (192,26%) e Turquia (64,8%).
E entrou em 2024 com novo recorde: segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o índice de preços ao consumidor argentino subiu 20,6% em janeiro na comparação com dezembro e disparou 254,2% em base anual.
A disparada de preços também fez com que a pobreza aumentasse na Argentina: de 45% para 57%, segundo o Observatório Social da Universidade Católica (UCA).
- O dólar e o peso
Não dá para falar em economia argentina sem falar no câmbio. Nos 100 dias de Milei, o dólar livre alinhou as expectativas de desvalorização com a política monetária do governo e, de fato algumas cotações subiram a um ritmo mais lento que a taxa oficial. Nos últimos dias, a cotação tem se mostrado relativamente estável, em torno de 1.000 pesos.
Apesar da desvalorização que levou o câmbio de US$ 360 para mais US$ 800 e da inflação de 70% nos primeiros três meses do governo de Milei, a cotação CCL — muito utilizada por investidores — permaneceu semelhante à taxa de meados de dezembro.
E mais mudanças devem vir nessa frente: Milei trabalha pela retirada dos controles cambiais no país, mas ainda é necessário que as reservas cresçam um pouco mais para evitar novas pressões inflacionárias.
- As relações internacionais de Milei
Admirador do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, as relações internacionais da Argentina também passaram por um ajuste sob o comando de Milei.
Em janeiro, por exemplo, quando chegou em Davos, para o Fórum Econômico Mundial, ele intrigou a elite econômica ao alertar que "o Ocidente está em perigo" e ao criticar a justiça social e o "feminismo radical".
Fato é que as relações exteriores não têm sido uma prioridade para Milei. Prova disso é que ele suspendeu a adesão da Argentina ao Brics — bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que está em expansão.
*Com informações do La Nacion e do Clarín
O bilionário que tem mais de 100 filhos em 12 países diferentes — e que promete dividir sua herança com todos eles
Fundador do Telegram, Pavel Durov afirma ser pai de mais de 100 crianças em ao menos 12 países e diz que qualquer filho que comprove vínculo genético terá direito à herança
Bolsas de NY fecham em alta na véspera de Natal; S&P 500 e Dow Jones renovam recordes
Um dos destaques foi a Nike, que avançou quase 5% depois que o CEO da Apple, Tim Cook, comprou 50 mil ações da fabricante de calçados
Após taxa de US$ 100 mil, EUA mudam regras para obtenção de visto H-1B; entenda como vai funcionar
A medida reforça uma política de resistência progressiva da Casa Branca à imigração, e coloca no centro do controle do governo os trabalhadores especializados
Ouro em US$ 6 mil é possível: saiba até aonde o metal precioso pode chegar com os novos recordes e o que fazer agora
O ouro voltou a renovar máximas nesta terça-feira (23), pelo segundo dia consecutivo, e foi seguido de perto pela prata, que superou os US$ 70 por onça
‘Gripe K’: O que sabemos sobre nova variante do vírus H3N2 que acaba de chegar ao Brasil
Nova variante mostrou-se predominante na ‘temporada de gripe’ do hemisfério norte, e chegou ao Brasil com 4 casos confirmados recentemente; entenda
Fusão bilionária faz fortuna de Trump crescer US$ 400 milhões em um único dia
Alta de mais de 36% nas ações da Trump Media após anúncio de fusão bilionária impulsionou o patrimônio estimado de Donald Trump
Como vão ser as regras de trânsito para os carros voadores da China — e que podem virar modelo para o Brasil e para o mundo
País lançou um sistema unificado para controlar voos de baixa altitude de carros voadores e eVTOL, criando um “código de trânsito do céu” antes da popularização da tecnologia
De trenó, de skate e até de helicóptero: como o Papai Noel se vira pelo mundo para entregar os presentes
Sem neve, sem renas e sem chaminés: os trajetos improváveis do Papai Noel ao redor do planeta
Ganhar dinheiro com juros nos EUA, na Europa e até no México: as novas opções da B3 para quem quer investir de olho no exterior
A controladora da bolsa brasileira lançou três opções com base em decisões de política monetária do Fed, do BCE e do Banxico; entenda como funcionam
Pré-indicados ao Oscar 2026: Brasil aparece em quatro categorias; confira os filmes da shortlist
Produções brasileiras aparecem em diferentes frentes na disputa pelo Oscar 2026; anúncio oficial dos indicados será apenas em janeiro
Final do Intercontinental 2025: veja horário e onde assistir a Flamengo x PSG
Flamengo x PSG disputam a final da Copa Intercontinental 2025 no Catar, em duelo que vale título mundial e premiação milionária
Não uma, mas várias bolhas da IA: Deutsche Bank aponta os exageros e o que realmente pode dar errado a partir de agora
Além das bandeiras vermelhas e verdes ligadas às ações de empresas de inteligência artificial, o banco alemão também acende o sinal amarelo sobre o setor
O dólar vai subir na Argentina? Banco Central anuncia mudança de regime cambial e programa de compra de reservas
A escassez contribuiu para uma corrida contra o peso em outubro, com investidores temendo que a Argentina ficasse sem dólares para sustentar as bandas cambiais
Saída de Warren Buffett e dança das cadeiras representam o fim da Berkshire Hathaway como a conhecemos?
Movimentações no alto escalão da empresa de investimentos do Oráculo de Omaha indicam que a companhia está deixando para trás sua cultura descentralizada e migrando para uma estrutura mais tradicional
Vem aí acordo de paz entre Rússia e Ucrânia? Zelensky abre mão de ingressar na Otan com início das negociações em Berlim
O presidente ucraniano disse que, em conjunto com os europeus e os EUA, está analisando um plano de 20 pontos e que, ao final disso, há um cessar-fogo
Na corrida da IA, Kinea diz que só uma big tech é realmente magnífica e não é a Nvidia — ganho no ano beira 50%
Se a big tech que mais brilhou em 2025 até aqui teve um ganho acumulado de quase 50%, na contramão, a que foi ofuscada perdeu quase 7%
CEO da Nvidia é eleito ‘Pessoa do Ano’ pelo Financial Times e diz se vai ter bolha da IA
A fabricante de chips se tornou a primeira empresa pública do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado; seus papéis acumulam valorização de 36% no ano em Nova York
EUA tomam petroleiro na costa da Venezuela — o que pode acontecer com os preços de petróleo?
As cotações operam em queda nesta quinta-feira (11), com os investidores concentrados nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia; entenda o que mexe com o mercado agora
Os juros caíram nos EUA: as janelas de oportunidade que se abrem para o investidor brasileiro
Entenda por que a decisão do Fed desta quarta-feira (10) — que colocou a taxa na faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano — importa, e como montar uma carteira de olho nos juros norte-americanos
A última do ano: Fed atende chamado do mercado e corta juros em 0,25 pp; a projeção para 2026 é de uma redução
No comunicado, o BC norte-americano indica que a incerteza sobre as perspectivas econômicas permanece elevada nos EUA e que os riscos negativos para o emprego aumentaram nos últimos meses