É tudo culpa dos juros? PIB dos EUA vem abaixo do esperado, mas outro dado deixa os mercados de cabelo em pé
A economia norte-americana cresceu 1,6% no primeiro trimestre do ano, abaixo das projeções de expansão de 2,5% e menor também que os 3,4% do quarto trimestre de 2023, mas os investidores estão olhando para outro indicador que também saiu nesta quinta-feira (25)
Imagine a maior economia do planeta crescendo bem abaixo do esperado pelo mercado — um prato cheio para causar um alvoroço nas bolsas de valores mundo afora, certo? Errado. Wall Street cai mais de 1% nesta quinta-feira (25), enquanto o Ibovespa luta para manter os 124 mil pontos, mas a culpa não é da desaceleração dos EUA. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu ao ritmo anualizado de 1,6% no primeiro trimestre de 2024, segundo cálculo inicial divulgado hoje pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou abaixo das estimativas de analistas, que projetavam uma expansão de 2,5% para o período.
A primeira leitura mostra significativa desaceleração da economia norte-americana em relação ao quarto trimestre de 2023, quando o PIB dos EUA teve expansão anualizada de 3,4%. Mas outro dado coloca os mercados de joelho hoje.
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A inflação, sempre ela
Junto com o dado do PIB, o Departamento do Comércio também divulga uma espécie de prévia da inflação nos EUA.
Os números liberados hoje indicaram que o índice de preços para gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 3,4% no primeiro trimestre de 2024 — ganhando tração depois de avançar 1,8% no quarto trimestre do ano passado.
O núcleo do PCE, que desconsidera itens mais voláteis como alimentos e energia, aumentou 3,7% entre janeiro e março, acelerando também na comparação com a alta de 2% do trimestre anterior.
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A grande questão é que o PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e a aceleração do indicador acende a luz de alerta dos investidores sobre a trajetória dos juros norte-americanos.
O PCE de março será divulgado nesta sexta-feira (26), por isso muito investidor ficou de cabelo em pé com os números de hoje.
“Os dados do PCE do primeiro trimestre sugerem, assumindo que não há revisões mensais, que o núcleo ficará acima de 0,4% amanhã, em vez da atual previsão de consenso de 0,3% em termos mensais”, disse o economista-chefe internacional do ING, James Knightley.
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O futuro dos juros na maior economia do mundo
Inflação acelerando é sinal de que o Fed pode adiar o tão aguardado início do ciclo de afrouxamento monetário nos EUA.
Assim que a combinação do PIB desacelerando e do PCE em alta foi divulgada, os investidores correram para ajustar as posições com relação ao futuro dos juros na maior economia do mundo.
Dados compilados pelo CME Group passaram a mostrar uma chance menor de corte da taxa em setembro com relação ao dia anterior: 60,6% agora contra 69,9% de quarta-feira (24). Para dezembro, a probabilidade também diminuiu de 87,4% ontem para 81,7% agora.
A próxima decisão do Fed está marcada para 1 de maio e 93,6% esperam a manutenção dos juros no patamar atual de 5,25% a 5,50% ao ano.
Para as reuniões de junho — mês que concentrava até bem pouco tempo a maioria as apostas de corte da taxa — e de julho seguem majoritariamente com probabilidades de manutenção também.
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A reação dos mercados
Os principais índices de ações dos EUA operam com mais de 1% de queda, com o Dow Jones recuando mais de 600 pontos diante da inflação persistente no país.
“O aumento de juros está de volta à agenda de alguns bancos centrais e os principais dados do PCE para o primeiro trimestre contribuem para o clima agressivo nos mercados dos EUA. Mas não acreditamos que o Fed sentirá necessidade de recomeçar. Na verdade, dada a trajetória da inflação, continuamos pensando que o corte de juros vem este ano”, disse James Reilly, economista de mercados da Capital Economics.
No mercado de dívida, os yields (rendimentos) dos títulos de dez anos do Tesouro norte-americano sobem cinco pontos-base, para 4,706% — o nível mais alto desde 2 de novembro do ano passado.
Os yields dos títulos de dois anos, mais sensíveis a mudanças na política monetária, avançam 6,5 pontos-base, para 5,002%, superando a máxima de 14 de novembro de 2023.
“Os mercados procuram provas de que a tendência desinflacionária está recomeçando nos EUA, mas o dado de hoje não transmitiu essa mensagem”, disse Collin Martin, diretor de estratégia de renda fixa da Schwab.
Por aqui, o dólar acelerou o ritmo de alta, e o Ibovespa renovou mínimas assim que os dados foram divulgados nos EUA.
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