Sem plano B: CEO da Prio (PRIO3) diz o que espera sobre o maior risco para a petroleira
Para Roberto Monteiro, o projeto no campo Wahoo é fundamental para o desempenho da empresa neste ano — mas a conquista das licenças na operação levanta preocupações

O ano de 2024 se inicia com desafios para uma das novatas do petróleo da B3. O CEO da PetroRio - PRIO (PRIO3), Roberto Monteiro, revelou nesta segunda-feira (29) que não existe um plano B para enfrentar o maior risco para a companhia em 2024.
Para Monteiro, o projeto no campo Wahoo, na Bacia de Campos, é fundamental para o desempenho da empresa neste ano — mas a conquista das licenças para o início da operação levanta preocupações, contou o executivo durante o evento “Latin America Investment Conference” (LAIC), promovido pelo banco suíço UBS.
Afinal, o projeto em Wahoo tem previsão de adicionar 40 mil barris de petróleo à produção diária da PRIO.
Porém, a operação depende de licença de perfuração e interligação de Frade a Wahoo pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, será necessária uma permissão para a perfuração de novos poços em Albacora.
Segundo Monteiro, a licença de perfuração levanta menos preocupações. Porém, o aval para instalação de linha é o que realmente prende as atenções do empresário, uma vez que é ele quem garante o primeiro óleo no campo — e conta com um prazo apertado para sair.
“A segunda licença de instalação de linha precisa sair até junho deste ano e é fundamental para o primeiro óleo no campo”, afirma o CEO. “O que está acontecendo com o Ibama não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’ sairá a licença.”
Leia Também
Isso porque a petroleira já possui embarcações contratadas para trabalhar na área dentro deste período, com dias contados para perfuração e conclusão de cada um dos três a quatro poços no campo após a licença de perfuração.
Entretanto, na visão do executivo, ainda existe uma margem de segurança para a conquista da aprovação, já que Wahoo não é um campo novo e já existem estudos que comprovem os efeitos ambientais da produção na região.
“Já existiu operação nesse campo, já foi feito estudo. Não tem nada ali, nem corais nem nada. Mas, infelizmente, não existe um plano B”, conta Monteiro.
- Leia também: PRIO (PRIO3): Por que os analistas seguem apostando na ação da petroleira que já disparou 2.200% na B3
De acordo com o executivo, a única alternativa seria inverter a produção e focar em Albacora — mas a empresa enfrentaria o mesmo dilema: o projeto também depende de licença.
Monteiro afirma que, enquanto o sinal verde do Ibama não vier, a empresa deverá tentar adicionar “poços e coisas pequenas” para tentar manter o nível de produção projetado para este ano.
De acordo com a diretoria da PRIO, as primeiras perfurações em Wahoo deveriam acontecer em janeiro, com o campo entrando em operação em julho ou agosto de 2024 com três poços, sendo que o quarto poço deverá entrar em operação em novembro.
Na visão do Bank of America, atrasos operacionais em projetos de produção e desenvolvimento e uma produção inferior ao esperado em Wahoo são uns dos principais riscos que podem prejudicar a visão mais otimista para a petroleira.
Apesar dos riscos, o BofA ainda enxerga um forte potencial de valorização para PRIO3 no patamar atual de valuation.
Os analistas fixaram um preço-alvo de R$ 68 por ação, equivalente a um potencial de alta de pouco mais de 49% em relação ao fechamento da última sexta-feira (26).
A recomendação considera o cenário base de preço do petróleo Brent de US$ 90 para 2024 e US$ 70 para 2024.
PRIO3: Vem dividendos pela frente?
Durante o LAIC de 2024, Roberto Monteiro destaca o compromisso da PRIO (PRIO3) de continuar o passo de crescimento neste ano.
O chefe da petroleira prevê que a PRIO supere a marca de US$ 1,5 bilhão em fluxo de caixa livre (FCF) — e pretende usar esse dinheiro para abocanhar novos negócios, especialmente no Brasil, em áreas offshore, ou até mesmo no Golfo do México.
Segundo o CEO, o principal indicador que a PetroRio avalia para a aquisição de ativos é o retorno, com um mínimo de 20% de retorno anualizado em dólar.
“O pulo do gato não está só no retorno, mas no que a PRIO vai conseguir fazer com esse ativo na operação e investimentos”, afirma o executivo.
Mas se não houver negócios atraentes, a PRIO já revelou o que pretende fazer com o dinheiro em caixa: recompras de ações ou pagamentos de dividendos aos acionistas. “O retorno acaba vindo, ou por uma alocação de capital boa ou por dividendos e recompras de ações.”
“O foco ainda é crescimento e alocar capital, com um retorno de 20% inegociável. Se não formos bem sucedidos nessa busca de oportunidades, vai sobrar muito caixa. Nós não vamos ficar dormindo com caixa e sem fazer nada.”
Mas, no caso de proventos, o CEO prevê uma possível distribuição extraordinária de dividendos, e não uma política formal para se tornar uma vaca leiteira da bolsa brasileira.
“Sou contra uma política de dividendos que engesse a companhia, porque ainda tem muito potencial para o negócio crescer. Se esse dividendo acontecer, será de forma extraordinária e pode ser um montante grande, na casa de bilhão de dólares. Mas se esse provento for pago, isso significa que o crescimento está mais devagar.”
Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes
Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação
Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?
A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre
Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual
O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos
Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?
A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?
Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3
Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.
O roubo do século: Hacker leva mais de R$ 1 bilhão em ataque a empresa de software que presta serviços a bancos
Um ataque cibernético à empresa de software C&M, que presta serviços ao sistema financeiro, resultou em um roubo estimado em R$ 1 bilhão
Azul (AZUL4) ratifica pedido de recuperação judicial nos EUA e homologação de aumento de capital
Com isso, o número total de ações também foi ajustado para 3,025 bilhões de papéis, sendo 2,129 bilhões de ações ordinárias e 896 milhões de preferenciais
Tesla perde tração em 2025: ações e BDRs caem com desgaste da imagem de Elon Musk
A companhia tem enfrentado grandes desafios na disputa pela liderança global no setor de veículos elétricos com boicotes ao redor do mundo
BYD atrasa abertura de fábrica brasileira, mas diz que quer transformar a Bahia no “Vale do Silício da América Latina”
Chinesa fabricante de carros elétricos apresentou sua estrutura de produção no local onde um dia operou a Ford; montadora aguarda licenças para dar pontapé inicial
Raízen (RAIZ4) dá mais um passo para melhorar suas contas e anuncia cisão parcial da subsidiária Resa
Operação busca otimizar estrutura de capital e gestão, concentrando a participação societária em entidades no exterior
Banco Master nega irregularidades em venda de ativos ao BRB após reportagem sobre auditoria do BC
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que autarquia teria identificado problemas nas transações realizadas desde o final de 2023
Embraer (EMBR3) lidera ganhos do Ibovespa depois de acordo multibilionário para venda de 45 jatos
A Embraer assinou acordo de US$ 4 bilhões com a Scandinavian Airlines (SAS) para a venda de 45 jatos E195-E2 da companhia brasileira
Agora é oficial! Nubank (ROXO34) anuncia chegada de Campos Neto para os cargos de diretor e conselheiro do banco
O ex-presidente do Banco Central irá atuar na expansão internacional e no relacionamento com reguladores globais
CSN (CSNA3) recebe ultimato do Cade para mostrar como pretende vender participação na Usiminas (USIM5)
Há onze anos, a CSN ganhou um prazo para vender sua fatia de quase 13% na rival. Ele não foi cumprido. Agora, ela tem 60 dias para apresentar um plano de venda das ações
Casas Bahia (BHIA3) avança em reestruturação financeira e fica mais perto de ter um novo controlador
Debenturistas aprovaram as alterações propostas pela varejista, mas ainda precisa do aval do Cade
Ambipar (AMBP3): CVM vê atuação coordenada de controlador, Tanure e Banco Master em disparada das ações
As compras em conjunto e a consequente valorização das ações da Ambipar têm relação com a privatização da EMAE, segundo a xerife do mercado; entenda o caso
Ações da Tecnisa (TCSA3) chegam a disparar 42% com negócio de R$ 450 milhões com a Cyrela (CYRE3)
A conclusão do negócio, anunciado na sexta-feira (27), depende da celebração dos documentos definitivos e de aprovação pelos órgãos societários da Windsor, além da obtenção dos consentimentos de credores
Fundos ESG no Brasil crescem 28% em 2025, mas segmento de ações perde espaço
Levantamento do Itaú BBA mostra que, no longo prazo, os fundos de ações ESG performam melhor em comparação com o mercado em geral
Cemig (CMIG4) paga R$ 1,8 bilhão em dividendos nesta segunda; veja se tem direito à bolada
Dividendos e JCP da Cemig (CMIG4) são referentes ao exercício fiscal de 2024 e serão distribuídos em duas partes
Eve Air Mobility: Fabricante do ‘carro voador’ da Embraer fecha acordo para até 50 aeronaves eVTOLs na Costa Rica
A operação tem como objetivo desenvolver um ecossistema de Mobilidade Aérea Avançada no país