🔴 JÁ ACERTOU AS CONTAS COM O LEÃO? O PRAZO ESTÁ CHEGANDO AO FIM – BAIXE GUIA GRATUITO E VEJA COMO DECLARAR O IR 2025

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de empresas no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

DE OLHO NO AGRO

Como ficam as ações das empresas do agronegócio na B3 que atuam no RS após a tragédia climática no Estado?

Para analistas, empresas como Camil (CAML3) e 3tentos (TTEN3) podem compensar eventuais perdas com a alta dos preços em razão da restrição da oferta

Camille Lima
Camille Lima
20 de maio de 2024
6:22 - atualizado às 10:16
Empresas do agronegócio na B3
Empresas do agronegócio na B3 - Imagem: Reprodução / Canva Pro / Montagem Seu Dinheiro

Catástrofe climática e humanitária que entrou para a história do Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul já começam a sinalizar os primeiros efeitos sobre a economia. Para analistas, os impactos devem ser sentidos principalmente na inflação — resultado de uma pressão adicional à oferta de commodities

Afinal, o Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da oferta de arroz do Brasil. Já em relação à soja, a expectativa é que a região fosse responsável por 15% da produção brasileira na safra 2023/2024. Enquanto isso, o Estado detém cerca de 11% da produção de aves e em torno de 17% da oferta de suínos no Brasil. 

De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuízos financeiros causados ​​à agricultura e pecuária pelas chuvas na região já ultrapassam a marca de R$ 2 bilhões.

Na avaliação do Itaú BBA, as enchentes podem impactar o crescimento do produto interno bruto (PIB) do país em 2024 em 0,3 ponto percentual — especialmente devido aos impactos na safra de soja e sobre a indústria, com alguma destruição de capacidade instalada.

Já para a inflação, os analistas projetam alta dos preços, especialmente devido ao choque de oferta de arroz e soja, além de outros alimentos in natura. O banco destaca que os riscos são “mais acentuados no caso do arroz que da soja, que conta com um quadro global de oferta mais confortável”. 

De acordo com o BTG Pactual, ainda é cedo para mensurar com certeza o impacto das chuvas extremas no Estado. Mas uma coisa é clara para o banco: dada a relevância da região para a produção de arroz, soja e proteína do país, é evidente que vêm consequências pela frente, especialmente no bolso do consumidor. 

Leia Também

O impacto econômico também deve se refletir para o investidor na bolsa, que conta com várias empresas do agronegócio listadas com operações no Rio Grande do Sul. Entre elas, estão nomes como Camil (CAML3), 3tentos (TTEN3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3)

Nesta reportagem, o Seu Dinheiro traz as projeções de analistas para as companhias e o setor como um todo.

Agronegócio: impactos nas colheitas e carnes

Para o Santander, cerca de 6 milhões de toneladas de grãos podem estar ameaçadas, em especial, as culturas de soja, milho e arroz. 

“A cultura do arroz é a mais preocupante, pois a produção de arroz do estado representa cerca de 70% da produção nacional”, afirmam os analistas.

Enquanto isso, para a soja, como a maior região produtora não deve ser a mais afetada pelas enchentes, as estimativas iniciais atualmente variam de cerca de 1 a 2 milhões de toneladas perdidas — correspondente a apenas 1% da produção do Brasil.

Segundo o BTG Pactual, apesar das perdas de colheita dos grãos, os impactos não devem ser “necessariamente dramáticos demais”. “Não só a maior parte da oferta parece garantida, mas as importações poderão eventualmente compensar parte do déficit.”

Porém, como a produção de grãos é sazonal e acontece apenas uma vez por ano, os preços mais elevados podem perdurar até o início da próxima colheita e a reposição dos estoques, de acordo com os analistas. 

Para além das colheitas de soja e arroz, o agronegócio também deve vivenciar impactos do lado da produção de aves e suínos no Rio Grande do Sul — especialmente na questão de cadeia de abastecimento e restrições de trabalho na região.

A Emater, representante do serviço oficial de extensão rural do Rio Grande do Sul, informou que além dos danos provocados nas safras de grãos, o Estado registrou impactos significativos nas pastagens, morte de animais e interrupção da produção leiteira. 

A empresa destacou ainda danos em infraestruturas, com destruição de estradas, pontilhões e pontes, o que deve dificultar a logística de transporte da produção. “Algumas infraestruturas de armazenagem de grãos também foram danificadas, o que pode afetar a produção colhida anteriormente.”

Segundo análise da XP Investimentos, existe a possibilidade de casos específicos de inadimplência em agricultores localizados nas regiões mais afetadas do Estado, que “deverão enfrentar dificuldades devido às perdas de safra”, ainda que a safra 2023/2024 seja a maior da história do RS.

Camil (CAML3) e 3tentos (TTEN3): impulso do aumento dos preços

Principal produtora de arroz do Brasil, a Camil (CAML3) é uma das potenciais beneficiadas da escalada dos preços da commodity agrícola — que deve se estender por mais algum tempo devido à oferta limitada.

“Dada a importância do estado na produção de arroz, vemos um impacto plausível dos aumentos de preços, que historicamente beneficiam a Camil, traduzindo-se em melhores margens”, avalia a XP Investimentos.

E o desempenho das ações na bolsa brasileira já sinaliza esse cenário. As ações da Camil (CAML3) dispararam 23% em um mês — com uma valorização superior a 6% só nos últimos cinco dias.

“Nós somos compradores de Camil, já que continuamos a ver uma sólida história de crescimento financeiro, com novas categorias amadurecendo e margens convergindo para níveis históricos”, escreve o BTG.

Procurada pelo Seu Dinheiro, a assessoria da Camil (CAML3) afirmou que as operações da empresa no Rio Grande do Sul “não foram impactadas pelas chuvas, até o momento”.

“Apesar das limitações logísticas que se apresentam, estamos mantendo o abastecimento do arroz e do feijão no varejo do estado e das demais regiões do país”, disse a empresa, em nota.

Recentemente, o diretor financeiro da companhia, Flávio Vargas, afirmou que aproximadamente 85% da safra do arroz produzido no Rio Grande do Sul já estava colhida antes das fortes chuvas, com a produção concentrada na indústria ou nos armazéns de produtores. 

“Nossa avaliação preliminar é de baixo impacto do fenômeno climático na produção de arroz gaúcho em virtude da colheita avançada”, disse Vargas, em entrevista ao Broadcast Agro.

Porém, há uma dificuldade de abastecimento do arroz produzido na região no curto prazo devido às questões logísticas de escoamento. "O maior desafio de atendimento é na região ao norte de Porto Alegre, por conta de rodovias bloqueadas.”

Do lado da soja, a 3tentos (TTEN3) apresenta uma situação parecida. Apesar do cenário grave enfrentado no Rio Grande do Sul, as indústrias da companhia em Ijuí e em Cruz Alta — que representam cerca de 60% da capacidade de esmagamento de soja da empresa em 2024 — seguem operando normalmente. 

Em relação às unidades comerciais, duas lojas localizadas em Santa Maria e em Cachoeira do Sul registraram episódios de acúmulos de água. Entretanto, a empresa afirmou que não houve comprometimento de estruturas ou estoques. 

Enquanto isso, as outras 53 unidades comerciais seguem operando sem avarias ou prejuízo, ainda de acordo com a companhia.

O principal gargalo deve ser visto na logística, segundo a XP, já que a quantidade de estradas fechadas ou inoperantes pode afetar potencialmente as vendas de biodiesel e farelo de soja.

Na avaliação do BTG Pactual, considerando o avanço da colheita da soja, a originação de grãos ainda poderá acontecer em condições mais competitivas que no ano passado, segundo os analistas. O banco manteve recomendação de compra das ações TTEN3.

BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3): os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul

Enquanto isso, do lado das empresas de proteínas, a BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3) podem ser as principais impactadas de forma negativa pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Isso porque os efeitos sobre a cadeia de abastecimento e as restrições de trabalho podem levar a perdas nos rebanhos já em produção, ineficiências na conversão alimentar e na gestão de inventários. 

Vale destacar que, como as proteínas são produzidas durante o ano inteiro, a produção total deverá normalizar assim que as restrições provocadas pelas cheias no Rio Grande do Sul forem resolvidas. 

“Isto provavelmente faria com que o impacto sobre os preços fosse menor do que no caso das culturas de cereais e concentrado no curto prazo”, afirma o BTG. 

Segundo a imprensa, a BRF (BRFS3) e a Seara, da JBS (JBSS3), têm instalações de produção no Rio Grande do Sul que teriam enfrentado restrições, mas já retomaram as operações.

Além disso, como as empresas possuem diversificação geográfica em outros estados do Brasil e no exterior, a cadeia de produção também deve vivenciar efeitos limitados.

Na avaliação da XP Investimentos, o principal desafio para os frigoríficos é a logística, tanto no transporte de animais e rações, como nas vendas internas e externas.

“Acreditamos que empresas com mais usinas e maior poder de arbitragem, como BRF e Seara, podem mitigar os impactos ou até mesmo se beneficiar de potenciais aumentos de preços”, escrevem os analistas.

Na avaliação de um gestor de fundos com posição em BRF, se outros produtores menos capitalizados de aves e suínos no Rio Grande do Sul também reduzirem o nível de produção no Estado, os preços das proteínas podem subir ainda mais no resto do Brasil. Assim, empresas como a JBS e a própria dona da Sadia e Perdigão poderiam compensar eventuais perdas.

“Os eventos no Rio Grande do Sul também mostram que a BRF é um ativo único. Como a empresa tem planta espalhada no Brasil inteiro, ela consegue mandar produção para outros lugares e enviar proteína de outro lugar para o RS. Isso é algo difícil de reproduzir em qualquer lugar”, afirmou.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTA-FEIRA MUITO LOUCA

Gripe aviária chegou, China saiu: governo confirma foco no RS e suspensão de exportações — notícia coloca em risco o “efeito MBRF”

16 de maio de 2025 - 11:01

Em meio ao comunicado de fusão entre Marfrig e BRF, os frigoríficos também devem repercutir o caso de gripe aviária nas negociações do dia na bolsa

SANGRIA NA BOLSA

Ações do Banco do Brasil sentem o peso do balanço fraco e tombam mais de 10% na B3. Vale a pena comprar BBAS3 na baixa?

16 de maio de 2025 - 10:34

A avaliação do mercado sobre o resultado foi negativa. Veja o que dizem os analistas

QUID PRO QUO

Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento

16 de maio de 2025 - 9:42

Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig

16 de maio de 2025 - 8:47

Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes

SEM APETITE

Warren Buffett não quer mais o Nubank: Berkshire Hathaway perde o apetite e zera aposta no banco digital 

16 de maio de 2025 - 7:58

Esta não é a primeira vez que o bilionário se desfaz do roxinho: desde novembro do ano passado, o megainvestidor vem diminuindo a posição no Nubank

SEXTOU COM O RUY

Você está buscando no lugar errado: como encontrar as próximas ‘pepitas de ouro’ da bolsa

16 de maio de 2025 - 6:03

É justamente quando a competição não existe que conseguimos encontrar ações com grande potencial de valorização

CASAMENTO DE GIGANTES

BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?

15 de maio de 2025 - 20:26

Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia

DE SEGUNDA

Méliuz (CASH3) consegue mudar estatuto e pode adotar bitcoin (BTC) como principal ativo estratégico da tesouraria

15 de maio de 2025 - 19:10

Os planos da plataforma para investir em criptomoedas começaram no dia 6 de março, quando anunciou que havia usado 10% de seu caixa para comprar bitcoin

VISÃO DA INDÚSTRIA

Ibovespa melhor do que o S&P 500? Por que os gestores seguem vendidos em bolsa americana, segundo pesquisa da Empiricus

15 de maio de 2025 - 18:56

O levantamento mostrou que, pelo segundo mês consecutivo, a bolsa brasileira superou a bolsa americana em sentimento positivo dos gestores; descubra as razões

RESULTADO

Agronegócio não dá trégua: Banco do Brasil (BBAS3) frustra expectativas com lucro 20% menor e ROE de 16,7% no 1T25

15 de maio de 2025 - 18:55

Um “fantasma” já conhecido do mercado continuou a fazer peso nas finanças do BB no primeiro trimestre: os calotes no setor de agronegócio. Veja os destaques do balanço

O VILÃO FOI O COELHO

Americanas (AMER3): prejuízo de R$ 496 milhões azeda humor e ação cai mais de 8%; CEO pede ‘voto de confiança’

15 de maio de 2025 - 16:31

A varejista, que enfrenta uma recuperação judicial na esteira do rombo bilionário, acabou revertendo um lucro de R$ 453 milhões obtido no primeiro trimestre de 2024

GATILHO A CAMINHO?

Bank of America muda o preço-alvo para as ações da JBS (JBSS3) após teleconferência de resultados do 1T25; veja o que fazer com os papéis

15 de maio de 2025 - 16:29

A reavaliação acontece sob a luz de novos argumentos relacionados à dupla listagem da JBS na bolsa brasileira e americana

CONTRA A MUDANÇA CLIMÁTICA

De Maya Gabeira a Marina Grossi: conheça os 30 enviados especiais escolhidos para mobilizar os debates da COP30

15 de maio de 2025 - 13:21

Os enviados especiais devem ajudar a mobilizar atores importantes e levar suas ideias e demandas para a liderança da COP30

DEPOIS DO CALVÁRIO

Ação da Oi chega a subir mais de 20% e surge entre as maiores altas da bolsa. O que o mercado gostou tanto no balanço do 1T25?

15 de maio de 2025 - 13:03

A operadora de telefonia ainda está em recuperação judicial, mas recebeu uma ajudinha para reverter as perdas em um lucro bilionário nos primeiros três meses do ano

ESQUELETO NO ARMÁRIO

Exclusivo: Disputa bilionária da Bradespar (BRAP4) com fundos de pensão chega a momento decisivo

15 de maio de 2025 - 9:15

Holding do Bradesco, a Bradespar classifica a causa, que pode chegar a R$ 3 bilhões,  como uma perda “possível” em seu balanço e não tem provisão

BALANÇO

Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre

15 de maio de 2025 - 8:30

O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA

15 de maio de 2025 - 8:09

Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China

ELAS TÊM CHANCE?

Queda de 90% desde o IPO: o que levou ao fracasso das novatas do e-commerce na B3 — e o que esperar das ações

15 de maio de 2025 - 6:15

Ações de varejistas online que abriram capital após brilharem na pandemia, como Westwing, Mobly, Enjoei, Sequoia e Infracommerce, viraram pó desde o IPO; há salvação para elas?

SD ENTREVISTA

Moura Dubeux (MDNE3) alcança lucro líquido recorde no 1T25 e CEO projeta ano de novos marcos, mesmo com a Selic alta

14 de maio de 2025 - 17:29

Em entrevista ao Seu Dinheiro, Diego Villar comentou os resultados do primeiro trimestre da companhia e projetou R$ 100 milhões em proventos até o fim do ano

MAIS UMA NA FILA

Serena (SRNA3) de saída da B3: Actis e GIC anunciam oferta para fechar o capital da empresa de energia renovável; ações sobem forte

14 de maio de 2025 - 16:38

A oferta pública de aquisição vem em meio ao processo de redução de dívidas da empresa, que atingiu um pico na alavancagem de 6,8 vezes a dívida líquida/Ebitda

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar