ClearSale (CSLA3) está “fit” e tem nova estratégia para começar 2024, diz CEO — veja os destaques do balanço e o que esperar da empresa para este ano
A empresa especialista em prevenir fraudes em transações online divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2023 e o novo posicionamento da marca
Após uma longa corrida nas trilhas do mercado financeiro — com descidas e escaladas bruscas —, a ClearSale (CLSA3) agora encontra-se “em forma” para iniciar o ano de 2024. Pelo menos, foi o que disse o CEO Eduardo Mônaco, em entrevista ao Seu Dinheiro.
A empresa especialista em prevenir fraudes em transações online divulgou nesta segunda-feira (25) o balanço do quarto trimestre e o novo posicionamento da marca, adotado desde os últimos trimestres do ano passado.
Para o CEO, a companhia encontra-se no meio de um processo de “repaginar” o negócio em busca de rentabilidade e sustentabilidade financeira — especialmente após a deterioração na concessão de crédito e os efeitos do episódio Americanas no setor de varejo digital (e-commerce).
“O nosso resultado de 2023 faz parte de uma trajetória de transição estratégica. Hoje temos mais controle sobre nossas despesas e somos uma empresa muito mais eficiente e mais tecnológica para encarar os desafios do futuro”, disse o CEO, durante a conversa.
Segundo o diretor financeiro (CFO) da empresa, Alexandre Mafra, o resultado dos últimos três meses de 2023 ainda não é considerado bom, mas indica que a empresa está no “caminho correto” para este ano.
“A gente não está feliz com o resultado. Não é um balanço estelar, mas mostra de forma muito clara que estamos saindo do outro lado, como uma empresa que vai gerar caixa, que tem um nível de escalabilidade diferente, com diversificação tanto de produtos quanto de mercados e que vai ter uma margem muito melhor.”
Leia Também
E, ao que parece, os investidores também abraçaram a remodelação da companhia. As ações CLSA3 acumulam valorização de 29% na bolsa brasileira em 2024, depois de um recuo de 83% desde a abertura de capital, em julho de 2021.
O balanço da ClearSale (CLSA3) no 4T23
A ClearSale registrou estabilidade no lucro líquido no quarto trimestre de 2023 em relação a igual intervalo do ano anterior, encerrando dezembro com resultado líquido de R$ 5,2 milhões, leve aumento de 0,8% na base anual.
No ano, a companhia conseguiu reduzir as perdas acumuladas em 24,4%, mas manteve um prejuízo líquido de R$ 38 milhões.
Por sua vez, a receita operacional líquida recuou 11,4% no comparativo anual, a R$ 133,6 milhões. No ano, a cifra chegou a R$ 504,1 milhões.
Vale lembrar que a companhia acelerou o processo de transição de receita ao longo de 2023, com redução da dependência de clientes maiores, principalmente marketplaces de entrega física, e queda da receita em grandes varejistas.
A companhia manteve a estratégia dos últimos trimestres de “sacrificar” temporariamente a receita para priorizar um aumento de margens nos últimos três meses de 2023, em meio ao reposicionamento de soluções para negócios mais rentáveis no longo prazo.
“O tipo de produto que a gente tem hoje é completamente diferente. Antes, tínhamos uma receita concentrada principalmente por grandes varejistas de e-commerce tradicional e perdemos muito dinheiro com esses caras. No momento em que a gente diversifica essa receita, ficamos menos dependentes de segmentos específicos e conseguimos surfar os bons momentos de diversos setores da economia”, disse o CFO, ao Seu Dinheiro.
Na visão do CEO Eduardo Mônaco, além dos impactos de curto prazo da transição estratégica, a ClearSale ainda enfrenta uma base de comparação robusta em 2022 — que, assim como as varejistas que a companhia tem como clientes, também foi impulsionada pelo efeito “Copa do Mundo”.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 21,8% em relação ao quarto trimestre de 2022, para R$ 8,9 milhões. No acumulado de 2023, o montante foi negativo em R$ 39,4 milhões, uma melhora de 27% frente à cifra do ano anterior.
A companhia gerou R$ 44,4 milhões em caixa operacional em 2023, atingindo uma posição de caixa líquido de R$ 353,3 milhões no fim do ano passado.
A empresa conquistou 213 novos clientes no quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2022, encerrando o ano passado com um total de 7.421 clientes.
A nova estratégia da ClearSale — e o que esperar para 2024
A nova estratégia da ClearSale (CLSA3) tem como base três pilares de evolução estrutural: diversificação, simplificação e escalabilidade.
De olho na simplificação do negócio, a empresa procura a adequação do nível estrutural de custos e despesas para perder peso e tornar-se “fit”, no jargão dos marombeiros de plantão.
Nesse sentido, a companhia registrou uma redução de R$ 35,4 milhões em custos e despesas em 2023.
Além do controle de “peso”, a companhia passou a priorizar a escalabilidade do negócio, com a venda e implementação mais rápidas com maior rentabilidade.
Outro pilar da estratégia da ClearSale foi a diversificação para diminuir a dependência das grandes varejistas e aumentar a penetração em novos mercados com soluções mais rentáveis.
O objetivo é atuar em três principais frentes de negócio: transacional em novos segmentos, como tickets e links de pagamentos; crédito e mercados financeiros, com score de crédito; e Pix.
Já para 2024, um dos objetivos da ClearSale é manter o controle de caixa líquido enquanto transforma o negócio para ser gerador de caixa.
Além disso, a empresa pretende continuar a diversificar o negócio em diferentes segmentos e produtos para mitigar os impactos cíclicos da economia e garantir o crescimento de receita para os próximos anos.
Laranjinha vs. Roxinho na Black Friday: Inter (INBR32) turbina crédito e cashback enquanto Nubank (ROXO34) aposta em viagens
Inter libera mais de R$ 1 bilhão para ampliar poder de compra no mês de novembro; Nubank Ultravioleta reforça benefícios no Nu Viagens
Cemig (CMIG4) vira ‘moeda de troca’ de Zema para abater dívidas do Estado e destravar privatização
O governador oferta a participação na elétrica para reduzir a dívida de MG; plano só avançaria com luz verde da assembleia para o novo modelo societário
Petrobras (PETR4) ignora projeção, tem lucro 2,7% maior no 3T25 e ainda pagará R$ 12,6 bilhões em dividendos
Nos cálculos dos analistas ouvidos pela Bloomberg, haveria uma queda do lucro entre julho e setembro, e os proventos viriam na casa dos R$ 10 bilhões
Banco ABC Brasil (ABCB4) quer romper o teto histórico de rentabilidade e superar os 15% de ROE: “nunca estamos satisfeitos”, diz diretor
Mesmo com ROE de 15,5%, o diretor financeiro, Ricardo Moura, afirma que está “insatisfeito” e mapeia as alavancas para entregar retornos maiores
Magazine Luiza (MGLU3) tem lucro quase 70% menor no 3T25 e CFO culpa a Selic: “ainda não estamos imunes”
A varejista registrou lucro líquido ajustado de R$ 21 milhões entre julho e setembro; executivo coloca o desempenho do período na conta dos juros elevados
“Estamos vivendo um filme de evolução”, diz CFO da Espaçolaser (ESPA3). Receita e Ebitda crescem, mas 3T25 ainda é de prejuízo
A rede de depilação fechou o trimestre no vermelho, mas o diretor Fabio Itikawa vê 2025 como um ano de reconstrução: menos dívida, mais caixa e expansão apoiada em franquias
Cogna (COGN3) acerta na lição de casa no 3T25 e atinge menor alavancagem em 7 anos; veja os destaques do balanço
A companhia atribui o resultado positivo do terceiro trimestre ao crescimento e desempenho sólido das três unidades de negócios da empresa: a Kroton, a Vasta e a Saber
Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
Adeus home office: Nubank (ROXO34) volta ao escritório por “custos invisíveis”; funcionários terão tempo para se adaptar ao híbrido
O Nubank se une a diversas empresas que estão chamando os funcionários de volta para os escritórios
Minerva (BEEF3) tem receita líquida e Ebitda recordes no 3T25, mas ações desabam na bolsa. Por que o mercado torce o nariz para o balanço?
Segundo o BTG Pactual, com um trimestre recorde para a Minerva, o que fica na cabeça dos investidores é: o quão sustentável é esse desempenho?
Rede D’Or (RDOR3) brilha com lucro 20% acima das expectativas, ação é a maior alta da bolsa hoje e ainda pode subir mais
No segmento hospitalar, a empresa vem conseguindo manter uma alta taxa de ocupação dos leitos, mesmo com expansão
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Maior empreendimento imobiliário do Brasil prepara “cidade própria”, mas especialistas alertam para riscos
Reserva Raposo prevê 22 mil moradias e até 80 mil moradores até 2030; especialistas alertam para mobilidade, infraestrutura e risco de sobrecarga urbana
iPhone, iPad, MacBook e mais: Black Friday da iPlace tem produtos da Apple com até 70% de desconto, mas nem tudo vale a pena
Rede autorizada Apple anuncia descontos em iPhones, MacBooks, iPads e acessórios, mas valores finais ainda exigem avaliação de custo-benefício
Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
