Adeus, bancos? Os planos da Vivo (VIVT3) para ampliar a receita com a oferta de serviços financeiros direto no aplicativo da operadora
Com o Vivo Pay, a empresa da Telefônica Brasil busca licença do Banco Central (BC) para lançar a própria conta digital
Com a evolução dos smartphones, falar em banco no celular não é mais novidade para ninguém. Mas a Vivo (VIVT3) decidiu inverter a lógica e quer agora popularizar o “celular no banco” entre os mais de 20 milhões de usuários do aplicativo da operadora com o lançamento da vertical Vivo Pay.
No mês passado, a empresa lançou dois novos produtos que passam bem longe do universo das telecomunicações, focados em crédito e empréstimo pessoal, como a parcela pix e a antecipação do saque aniversário do FGTS.
Mas, afinal, quais são os planos da Vivo ao colocar a oferta de serviços financeiros na prateleira? A marca da Telefônica Brasil pode representar uma ameaça aos bancos?
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Leandro Coelho, diretor da Vivo Fintech, afirma que a operação financeira surgiu após a empresa identificar o potencial da base de dados e de clientes que já consomem os produtos tradicionais de internet e telefonia.
“Percebemos que na Vivo temos alguns ‘assets’ únicos. Temos uma base de mais de 100 milhões de acessos móveis, 22 milhões de usuários únicos no aplicativo da Vivo e mais de 1.800 lojas espalhadas pelo Brasil. Se nos compararmos com as empresas varejistas, a Vivo seria uma das maiores varejistas do país”, afirma o diretor da companhia.
Vivo: além do celular
Dentro da estratégia de diversificação de receita, a Vivo já atua em outras frentes além da financeira. Em 2020, por exemplo, criou uma joint venture com a Ânima Educação com foco em educação continuada.
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Em junho deste ano, a empresa marcou sua estreia no mercado de energia com a GUD Energia, uma joint venture que vai atuar na comercialização de energia renovável para clientes B2B. No entretenimento, oferece serviços de vídeo e música, além de contar com um marketplace com serviços de saúde e bem-estar, o Vale Saúde.
A fintech ainda é um negócio pequeno, ainda mais diante do porte da operadora, mas vem crescendo de forma acelerada. De acordo com o balanço do segundo trimestre de 2024 da Telefônica Brasil, nos últimos 12 meses, de junho de 2023 até o mesmo período deste ano, a área de serviços financeiros da Vivo gerou R$ 450 milhões em receita. Enquanto isso, a receita total da Telefônica Brasil no segundo trimestre deste ano foi de R$ 13,7 bilhões.
Já a carteira de crédito da Vivo Fintech alcançou R$ 446 milhões em junho deste ano, um aumento de 62,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Vivo Money e o início
A iniciativa da Vivo na disputada arena dos serviços financeiros não é nova. A empresa estreou oficialmente nesse mercado em outubro de 2020 como o Vivo Money.
O serviço permitia a contratação 100% digital de R$ 1 mil a R$ 30 mil para usuários do pós-pago e controle da operadora, com taxas de até 1,99% ao mês e de forma digital. O funding para essa operação vinha de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC).
No Vivo Money, a companhia montou uma carteira de R$ 358 milhões em empréstimos no fim de 2023, com mais de 55 mil contratações no ano, e receita de mais de R$ 100 milhões. Hoje, é possível contratar um empréstimo pessoal de até R$ 50 mil.
Mais tarde, o nome Vivo Money ficou para trás e deu lugar ao Vivo Pay, que agora integra o aplicativo da Vivo. “Ter tudo isso consolidado em uma única marca e presente no ecossistema da Vivo faz com que a gente tenha uma potencialidade de aumento de portfólio sem a necessidade de aumentar os investimentos em custo de aquisição”, afirma Coelho.
Além do empréstimo pessoal, o aplicativo oferece seguro para celulares e outros aparelhos eletrônicos, como tablets e smartwatches. O portfólio de produtos financeiros inclui ainda o Parcela Pix e o Compra Planejada, um tipo de consórcio para a compra de celulares novos.
No ramo de seguros, a Vivo já ultrapassou a marca de 500 mil contratos para smartphones. Também existe a oferta de cartão de crédito, emitido em parceria com o banco Itaú.
Licença do Banco Central (BC)
Atualmente, a Vivo adota o modelo bank as a service. Isso significa que a empresa contrata serviços de empresas parceiras para que a marca possa atuar no segmento de fintechs.
Embora a ideia seja não abandonar esse modelo, a Vivo solicitou ao Banco Central (BC) a licença para atuar como Sociedade de Crédito Direto (SDC).
Com isso, a empresa pode realizar operações de empréstimo e financiamento sem o intermédio de um banco tradicional, reduzindo também os custos.
No final do mês passado, o presidente da Telefônica Brasil (VIVT3), Christian Gebara, afirmou que a companhia está na reta final para obter a licença junto ao BC. Com a licença, a companhia espera crescer em receitas que não precisam de capex (investimento).
Ao Seu Dinheiro, o diretor da Vivo Fintech, Leandro Coelho, disse que a expectativa da empresa é conseguir o aval ainda este ano, mas ainda não existe prazo oficial.
Segundo ele, a licença vai permitir que a empresa amplie o portfólio de serviços de crédito. “O crédito no Brasil é algo muito amplo. Existe a modalidade de consignado público, privado, crédito com garantia. Então, a gente entende que existe toda essa potencialidade, inclusive de ter o nosso cartão de crédito Vivo, de maneira proprietária”, afirma.
Além do crédito, o primeiro serviço a ser lançado após a licença será a conta digital da Vivo, que deve ser integrada dentro do próprio aplicativo atual da marca.
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Concorrência com bancos?
Apesar da roupagem de fintech, o diretor afirma que concorrer diretamente com os bancões tradicionais ou as fintechs conhecidas do mercado não está nos planos da empresa com o Vivo Pay.
“Nossa missão é ser a melhor plataforma de soluções financeiras para o cliente Vivo. E queremos ter uma diversidade de opções: para o cliente que compra um smartphone em nossas lojas, por exemplo, conseguimos oferecer um financiamento, parcelamento de compra, e ter instantaneidade de pagamento com o nosso ecossistema”, afirma Coelho.
A empresa também mira como exemplo as varejistas que adotaram o Embedded Finance, que na tradução literal significa “finanças incorporadas”. A tendência visa incluir soluções financeiras ao portfólio de empresas que não possuem esse como negócio principal.
“O Embedded Finance já é uma realidade no mercado. É óbvio que existe uma curva de maturação. Muitas empresas começam alugando suas licenças, como foi o nosso caso”, diz o executivo. “Mas existem casos excepcionais no Brasil, de fintechs ligadas à empresas de tecnologia ou varejo que tiveram uma evolução incrível, inclusive no faturamento.”
Questionado sobre os riscos em relação à inadimplência em produtos de crédito, Leandro Coelho afirma que um dos atributos únicos da Vivo é ter uma base de dados própria. “Conseguimos fazer uma análise de crédito para enxergar informações que as financeiras tradicionais, ou mesmo os próprios bancos não conseguem”, diz o executivo.
No ano passado, o FIDC da Vivo Pay recebeu um compromisso de aporte de até R$ 250 milhões da Polígono Capital — a joint venture entre o BTG Pactual e a Prisma. O valor seria investido ao longo de 24 meses, de acordo com o crescimento da carteira da Vivo. “É uma prova de que o nosso modelo de crédito funciona”, afirma.
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