‘O BC falou muito grosso e, ao meu ver, ajoelhou tem que rezar’: economista diz que Copom não tem escapatória e deve elevar a Selic para 11% ao ano
O aumento de 50 pontos serviria para fazer jus a posicionamentos recentes de dirigentes do Banco Central

O economista José Júlio Senna afirmou na última quinta-feira, 12, que o ideal seria o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentar a taxa Selic em 50 pontos-base na reunião do dia 18, embora existam indicativos de que a elevação será de 25 pontos em função da narrativa de gradualismo.
O aumento de 50 pontos, disse Senna, serviria para fazer jus a posicionamentos recentes de integrantes do BC e para dar uma resposta às expectativas de inflação desancoradas e a uma economia aquecida.
Segundo o economista, o BC falou "muito grosso e agora não tem escapatória". A taxa básica de juros está hoje em 10,5% ao ano.
- Ação que se beneficia de alta da Selic, está barata e paga bons dividendos é recomendação de analistas para setembro; veja qual é
"Veio um monte de sinais de dirigentes do BC de que a alta de juros está na mesa, de que vão levar a inflação para a meta, de que tem que reancorar expectativas. O BC falou muito grosso e, ao meu ver, ajoelhou tem que rezar."
"Agora não tem jeito. Sinalizaram tanto sinal de austeridade e combate à inflação, que não tem escapatória agora. Imagino que o ideal seria um aumento de 50 pontos na reunião da próxima semana", disse.
Senna fez as afirmações no III Seminário de Análise Conjuntural, realizado pela internet pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) e pelo Estadão.
Leia Também
O economista observou que o BC fez um único movimento de aumento de 25 pontos-base ao longo da história recente da condução da política monetária. "25 pontos para o nível de Selic no Brasil não faz muita cócega", disse.
"Só que o presidente do BC, acompanhado de um dos seus diretores, também sinalizou que a coisa vai ser gradual. E de um modo geral, caminhou-se para o entendimento de que gradual é 25 pontos", ponderou.
Inflação
Senna destacou uma "melhoria ligeira" da inflação na margem, mas disse que os números do País ainda puxam a estatística de 12 meses para cima, o que leva a uma diferenciação quanto ao comportamento da inflação nos Estados Unidos, por exemplo.
Também por isso, disse, os problemas enfrentados em julho pelo Copom seriam os mesmos de agora: "expectativas desancoradas, projeções acima da meta e economia aquecida".
"Vários membros do Copom entendem que o balanço de risco é assimétrico, ou seja, que as projeções oficiais podem estar subestimando o que pode acontecer com a inflação mais adiante. É uma situação que não melhorou", resumiu.
- Analista recomenda títulos que podem render bem mais do que o IPCA e do que CDI. Baixe o relatório gratuito aqui.
BC compra tempo com a manutenção da Selic
Para o especialista, em julho, o BC optou por comprar tempo ao manter a Selic, quando já era para ter dado um sinal mais forte.
"O BC não deu um sinal mais forte para não parecer que estava provocando a administração federal. O BC entendeu que seria meio que provocação caracterizar a situação como de balanço assimétrico, o que implicaria em aumento de juros com certeza na reunião de setembro", disse.
Teria pesado, além disso, os recentes compromissos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com a responsabilidade fiscal.
Além disso, afirmou, a espera do BC também pode estar relacionada ao fato de que o Federal Reserve "pode ajudar" começando reduzir os juros americano nesta reunião de setembro. Assim como o Copom, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês) também se reúne em 18 de setembro.
Agenda Econômica: Fórum do BCE reúne líderes dos maiores BCs do mundo, enquanto payroll, IPC-Fipe e PIB britânico agitam a semana
Produção industrial brasileira, confiança dos negócios no Japão e indicadores da China completam a agenda dos próximos dias e movimentam os mercados antes do feriado nos EUA
Brasil é destaque na América Latina para o BIS, mas banco vê pedras no caminho da economia global — e Trump é uma delas
O relatório anual do BIS mostrou que o cenário internacional também vem pesando na conta das economias ao redor do mundo
Quina de São João é a única loteria a ter novos milionários, enquanto Mega-Sena acumula em R$ 52 milhões
A Quina de São João não foi a única a ter vencedores na categoria principal, mas nenhuma outra loteria fez um novo milionário
Treze apostas dividem prêmio da Quina de São João de 2025; veja quanto cada uma vai embolsar
Além do prêmio principal, a Quina de São João também contou com vencedores nas demais categorias
Sorteados os números da Quina de São João; veja se você é um dos ganhadores
Resultado do rateio da Quina de São João será conhecido dentro de alguns minutos; acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro
Já vai começar! Acompanhe ao vivo o sorteio da Quina de São João de 2025
O prêmio está acumulado em R$ 250 milhões e é o maior valor sorteado na história dessa loteria
Warren Buffett faz a maior doação em ações da Berkshire Hathaway; veja como fica a fortuna do “Óraculo de Omaha”
Apesar da doação de peso, o “Óraculo de Omaha” ainda possui 13,8% das ações da Berkshire
Debate sobre aumento do IOF vai parar na mesa do STF: base do governo pede suspensão da derrubada do decreto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que recorrer ao STF era uma alternativa para o governo Lula
Conta de luz vai continuar pesando no bolso: Aneel mantém bandeira vermelha em julho
Apesar da chuva ao longo de junho ter melhorado a situação de armazenamento nas hidrelétricas, julho deve registrar chuvas abaixo da média na maior parte do país
Samarco ganha licença para ampliar exploração de minério em região atingida por desastre ambiental
O governo mineiro aprovou por unanimidade o Projeto Longo Prazo, que permite a continuidade da retomada operacional da empresa
É hoje! Quina de São João sorteia R$ 250 milhões neste sábado; confira os números mais sorteados
A Quina de São João ocorre desde 2011 e a chance de acertar as cinco dezenas com uma aposta simples é de uma em mais de 24 milhões
Dividendos e JCP: Itaúsa (ITSA4), Bradesco (BBDC4) e outras 11 empresas pagam proventos em julho; saiba quando o dinheiro cai na conta
O Bradesco (BBDC4) dá o pontapé na temporada de pagamentos, mas não para por aí: outras empresas também distribuem proventos em julho
Mudança da meta fiscal de 2026 é quase certa com queda do decreto do IOF, diz Felipe Salto
Salto destaca que já considerava a possibilidade de alteração da meta elevada antes mesmo da derrubada do IOF
Lotofácil faz 2 quase-milionários; prêmio da Quina de São João aumenta e chega a R$ 250 milhões
Às vésperas da Quina de São João, Mega-Sena acumula e Lotofácil continua justificando a fama de loteria ‘menos difícil’ da Caixa
Senado aprova aumento do número de deputados federais; medida adiciona (ainda mais) pressão ao orçamento
O projeto também abre margem para criação de 30 vagas de deputados estaduais devido a um efeito cascata
A escolha de Haddad: as três alternativas do governo para compensar a derrubada do IOF no Congresso
O ministro da Fazenda ressalta que a decisão será tomada pelo presidente Lula, mas sinalizou inconstitucionalidade na derrubada do decreto
O problema fiscal do Brasil não é falta de arrecadação: carga tributária é alta, mas a gente gasta muito, diz Mansueto Almeida
Para economista-chefe do BTG Pactual, o grande obstáculo fiscal continua a ser a ascensão dos gastos públicos — mas há uma medida com potencial para impactar imediatamente a desaceleração das despesas do governo
Chegou a hora de investir no Brasil? Agência de classificação de risco diz que é preciso ter cautela; entenda o porquê
A nota de crédito do país pela Fitch ficou em “BB”, com perspectiva estável — ainda dois níveis abaixo do grau de investimento
IPCA-15 desacelera em junho, mas viagem ao centro da meta será longa: BC vê inflação fora do alvo até o fim de 2027
Inflação vem surpreendendo para baixo em meio à alta do juros, mas retorno ao centro da meta ainda não aparece no horizonte de projeções do Banco Central
Esquece o aumento do IOF: como ficam as alíquotas depois do Congresso derrubar a medida do governo
Na última quarta-feira (25), o Congresso derrubou a medida do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); veja como estão as regras agora