Diretor da Coinbase diz que regulação brasileira de criptomoedas favorece inovação e vê mão pesada da SEC nos EUA
Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre o momento atual dos mercados

O ano de 2024 ainda nem chegou à metade e já pode ser considerado o período de “renascimento” das criptomoedas. O otimismo não poderia se refletir melhor no mercado: nesse período, o bitcoin (BTC) renovou as máximas históricas e os analistas enxergam espaço para uma alta ainda maior.
Com isso, o mercado institucional — isto é, de empresas, gestoras e corretoras (exchanges) de criptomoedas — também deve voltar a ver um aumento da procura por ativos digitais.
Mas criptomoedas ainda são ativos não regulados em boa parte do planeta, o que tende a afastar as empresas desse tipo de investimento. Afinal, os empreendedores não querem colocar dinheiro em negócios que podem fechar as portas com uma decisão do órgão regulador.
Enquanto isso, o Brasil já tem uma regulação própria, o que tende a tornar o país terreno fértil para este tipo de investimento institucional. É o que acredita Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas.
“A regulação brasileira focou em dar mais segurança aos usuários, ao mesmo tempo em que cria um ambiente seguro para a inovação”, disse Plein, em entrevista ao Seu Dinheiro.
A maior corretora dos Estados Unidos e segunda maior do planeta em volume negociado, perdendo apenas para a Binance, já demonstrou que sabe bem como lidar com a regulação.
Leia Também
Isso porque a Coinbase é custodiante de oito dos onze ETFs de bitcoin à vista (spot) negociados nos EUA. Foi só depois de muita pressão do mercado e diversos questionamentos judiciais que os investidores norte-americanos tiveram acesso a um produto do tipo — que já existe no Brasil desde 2023. Além disso, a exchange tem capital aberto nos Estados Unidos desde 2021.
Eu conversei com o executivo não só sobre regulação como também o que esperar dos negócios no Brasil. Os detalhes você confere a seguir:
- VEJA MAIS: Economista recomenda 5 criptomoedas para buscar R$ 1 milhão; veja como acessar a lista completa
O que foi o ano do bitcoin e das criptomoedas até agora
Antes de mais nada, é preciso dizer que o mercado se reaqueceu depois que o bitcoin voltou a figurar entre os melhores investimentos do mês.
Não apenas a aprovação dos ETFs de BTC spot aumentaram a demanda por criptomoedas, mas também o recente halving do bitcoin ajudou a controlar a emissão de novos tokens.
Esses fatores fizeram a maior criptomoeda do mundo atingir o patamar de US$ 73 mil antes do fim da primeira metade de 2024. Agora, há uma grande expectativa envolvendo o próximo grande evento macroeconômico: o corte de juros nos Estados Unidos.
“Tem várias variáveis em jogo, mas essa da liquidez de bitcoin no mercado é uma das mais importantes”, comenta o diretor da Coinbase.
Ele faz referência ao fim do aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), que só deve acontecer em setembro deste ano, nas projeções do mercado. Em linhas gerais, os juros menores tornam o acesso ao dinheiro “mais barato”, o que tende a beneficiar as criptomoedas com o aumento da liquidez global.
Brasil em posição privilegiada com regulação de criptomoedas
Fábio Plein diz que a aprovação da lei de criptomoedas de 2023 colocou o Brasil em uma posição privilegiada.
“A SEC, por outro lado, tem uma regulação ‘by enforcement’, por litígio, que não traz essa clareza regulatória que nós e os principais players da indústria buscamos para saber como poder trabalhar aqui [nos Estados Unidos]”, compara.
A mão pesada da SEC, inclusive, afasta empreendedores do mercado norte-americano, na visão de Plein. “A gente vê uma perda grande de talentos da indústria nos EUA indo para outros mercados em busca dessa clareza regulatória”, afirma.
Por outro lado, a aprovação dos primeiros ETFs de bitcoin spot seriam o primeiro passo para uma regulação no país. Porém, ainda há um caminho legal a ser percorrido pelas empresas do setor e o xerife dos mercados norte-americanos — que vive uma verdadeira cruzada com empresas do setor.
Apesar de estar otimista com o futuro — tanto do mercado de criptomoedas quanto o desenvolvimento do ecossistema brasileiro —, o representante da Coinbase para as Américas não expôs muito os planos para o Brasil.
No passado, houve um rumor no mercado de que a corretora norte-americana iria adquirir um pedaço da 2TM, controlado do unicórnio brasileiro Mercado Bitcoin.
Sobre a aquisição, ele desconversa: “como empresa, estamos sempre abertos e avaliando oportunidades do tipo. Mas nosso foco no Brasil é crescer organicamente e gente tem observado um aumento do interesse de investidores nesse momento de retomada do mercado nos últimos meses”.
O mesmo tema foi perguntado ao CEO do MB, Reinaldo Rabelo, no começo do ano — a conversa completa você lê aqui.
- Quem investiu apenas R$ R$ 3.500 em uma criptomoeda ANTES do último halving ficou milionário… Agora, uma nova lista com o mesmo potencial foi liberada com um único objetivo: te fazer ficar milionário investindo pelo menos R$ 500 em cada ainda neste ciclo de alta. Confira mais detalhes aqui.
Além da Coinbase: a concorrência no mercado
É verdade que já foi o tempo de o mercado de criptomoedas ser algo dos rincões da internet. A má fama do bitcoin — que já foi chamado de dinheiro de tráfico ou mesmo utilizado para transações criminosas — persegue os ativos digitais até hoje.
E depois de eventos como a quebra da corretora FTX e o colapso do protocolo Terra (LUNA), as empresas do setor precisam provar cada vez mais que são confiáveis.
Porém, existem ainda muitas companhias que optam por vias escusas para aumentarem suas bases de usuários. Algumas corretoras, por exemplo, não se utilizam de práticas de know your customer (KYC, no jargão do mercado, ou “conheça seu cliente”) entre outros mecanismos de prevenção à lavagem de dinheiro ou segregação patrimonial.
“Por muitas vezes, foi frustrante ver competidores não tendo essa abordagem [de proteção dos clientes] e muitas vezes oferecendo produtos que nós julgávamos serem ilegais”, diz Plein.
“Às vezes isso fez com que a gente não se movesse tão rápido quanto os concorrentes”, continua o diretor da Coinbase. “Construir essa confiança custa dinheiro e tempo, mas a gente acredita que esse é o caminho certo para promover a indústria”.
Ele ainda explica que a Coinbase investiu para conseguir mais de 50 licenças pelo mundo e garantiu que “algo próximo de 10%” da equipe global está relacionada às áreas de segurança, compliance e do setor jurídico.
Trump Wallet é oficial ou fake? Filhos do presidente negam envolvimento da família, mas mercado ainda desconfia
Oficial ou não, carteira de criptomoedas lançada pelo mesmo time da memecoin $TRUMP abre lista de espera
Bitcoin (BTC) volta aos US$ 106 mil com dados de emprego nos EUA e ‘TACO Trade’, mas saques em ETFs acendem alerta
Criptomoedas sobem com dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, mas saques em ETFs revelam fragilidade do rali em meio às tensões comerciais
Na final da Champions League, Paris Sant-Germain (PSG) é o primeiro clube que declarou a ter bitcoin (BTC) na tesouraria
Decisão rompe com o manual da maioria dos clubes esportivos, que se limitaram a experimentos de curto prazo com cripto, como NFTs e fan tokens
Binance e Zhao fora da mira: SEC recua e pede arquivamento definitivo do processo
Virada regulatória nos EUA sob Trump leva à pedido de suspensão definitiva da ação que acusava a Binance de má administração de fundos, engano a investidores e oferta de valores mobiliários não registrados
O ciclo de alta acabou? Bitcoin (BTC) recua para US$ 107 mil, e mercado de criptomoedas entra em modo de correção
Bitcoin recua após alta de quase 50% em menos de dois meses, altcoins desabam e mercado entra em correção — mas analistas ainda veem espaço para valorização
Quando cripto encontra Wall Street: Circle mira valuation de US$ 6,7 bilhões com oferta de ações na NYSE
Emissora da stablecoin USDC, a Circle protocolou seu IPO na Bolsa de Nova York para captar até US$ 624 milhões — movimento que reforça a corrida das stablecoins em meio ao avanço da regulação cripto nos EUA
Mesmo anônimo, Satoshi Nakamoto se torna a 11ª pessoa mais rica do mundo; entenda o mistério do criador do bitcoin (BTC)
Mesmo fora das listas oficiais, o criador anônimo do bitcoin acumula uma fortuna estimada em US$ 121 bilhões; com novas máximas, Satoshi segue trajetória rumo ao topo do ranking
Empresa de mídia de Donald Trump quer levantar US$ 2,5 bilhões para comprar bitcoin (BTC) e desafiar big techs e corporações ‘woke’
Trump Media planeja criar uma tesouraria em bitcoin para proteger a empresa de bancos e big techs e avançar em sua estratégia política e financeira nos EUA
Quanto custa um jantar com o presidente? Trump realiza jantar exclusivo com megainvestidores de sua memecoin (TRUMP) e gera polêmica nos EUA
A lista completa de convidados segue sob sigilo, mas alguns nomes já vieram à tona, revelando um público variado e, em alguns casos, excêntrico
Kraken lança ações tokenizadas de empresas dos EUA para clientes internacionais; Nvidia, Tesla e Apple estão na lista
Corretora anuncia lançamento de mais de 50 ações e ETFs tokenizados; papéis como Apple, Tesla e Nvidia poderão ser negociados como tokens por investidores fora dos EUA
Bitcoin (BTC) continua quebrando recordes e se aproxima dos US$ 112 mil no aniversário de sua 1ª transação
Bitcoin sustenta e renova máximas históricas nesta quinta-feira (22), impulsionado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além do avanço regulatório das stablecoins no Senado norte-americano
Nubank e Inter entram na comemoração do Bitcoin Pizza Day e zeram taxa das criptomoedas; confira outras iniciativas previstas para hoje
O dia 22 de maio celebra o dia em que um programador norte-americano utilizou a criptomoeda para pagar duas pizzas
Bitcoin Pizza Day: como tudo começou com duas pizzas e chegou aos trilhões
No dia 22 de maio, o mercado de criptomoedas comemora a transação de 10 mil BTC por duas pizzas, que marcou o início do setor que já supera os US$ 3,5 trilhões
Bitcoin (BTC): após novo recorde, analista do Mercado Bitcoin vê início de novo ciclo de alta
Após máxima histórica de US$ 109,7 mil, bitcoin passa por correções e analista enxerga um rali diferente dos vistos no passado
Bitcoin (BTC) tem dia histórico: criptomoeda quebra novo recorde e ultrapassa US$ 109 mil
Impulsionado por adoção institucional, trégua comercial com a China e ambiente regulatório favorável, bitcoin bate máxima histórica — mas cenário ainda exige cautela dos investidores
Bitcoin (BTC) à beira de novo recorde: criptomoeda flerta com US$ 107 mil em meio à reação ao rebaixamento do rating dos EUA
Semana começa agitada para o mercado de criptomoedas, com alta volatilidade. Mas, por enquanto, o saldo é positivo para o bitcoin, e especialistas já enxergam novas máximas
Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, libera compra de bitcoin para clientes, mas se mantém crítico e compara BTC a cigarro
Com um longo histórico de ceticismo, Jamie Dimon afirmou que o JP Morgan permitirá a compra de bitcoin, mas sem custodiar os ativos: “Vamos apenas colocar nos extratos dos clientes”
Bitcoin (BTC) engata alta, puxa junto outras criptomoedas e se aproxima de máxima histórica neste domingo
O bitcoin encontra-se apenas 3% abaixo de sua máxima histórica de US$ 108.786, preço atingido em 20 de janeiro, logo após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos
Bitcoin (BTC) chega ao final da semana acima de US$ 103 mil e JP Morgan vê espaço para mais
Otimismo permeia o mercado de ativos digitais, mas nem todas as criptomoedas acompanham o ritmo do bitcoin na semana
FTX vai distribuir mais de US$ 5 bilhões em nova fase de reembolsos; confira quem tem direito
Segunda etapa de reembolsos começa em 30 de maio; valores devem ser creditados nas contas em um prazo de 1 a 3 dias úteis